Fluxo de valor em DevOps
Fluxo de Valor em DevOps
Na jornada da confiabilidade, aprendi que site reliability engineering (SRE) seria uma implementação de DevOps, ou seja, seria uma abordagem mais “prática” de DevOps, mais mensurável. Porém, me perguntei o que seria DevOps um pouco além da superfície, para além de CI/CD e ferramentas (Kubernetes, Docker, Ansible, sistema operacional, pipelines e por aí vai).
Foi assim que resolvi ler e escrever sobre alguns conceitos/princípios que norteiam (ou deveriam) DevOps. Pretendo escrever uma sequência sobre o PRINCÍPIO DAS TRÊS MANEIRAS (THE THREE WAYS) do DevOps.
Neste primeiro post abordarei somente a primeira maneira,
o Princípio do Fluxo:
O que é e qual a importância de um Fluxo de Valor?
O fluxo de valor é herdado do Lean e seu Value Streams, que por sua vez herda do Kaizen a filosofia de melhoria contínua de um fluxo completo de valor ou de um processo individual, a fim de se criar mais valor com menos desperdício.O fluxo de valor é um processo que agrega importância a uma coleção de itens que possuem menos valor inerente.
Como exemplo, podemos pensar em uma linha de montagem: tenho pouco interesse em uma coleção desconectada de peças de automóveis (volante, câmbio, pedal do acelerador).
Por outro lado, pagaria um bom dinheiro por um carro completo.
Definição de Fluxo de Valor: A sequência de atividades necessárias para projetar, produzir e entregar um bem ou serviço a um cliente, incluindo os fluxos de informação e material — Marco Mendes
A primeira maneira almeja um rápido fluxo de trabalho da esquerda para a direita do desenvolvimento às operações ao cliente. Além disso, enfatiza a performance do sistema como um todo, em oposição ao desempenho de um silo específico de trabalho ou departamento (otimizar o objetivo global mais que metas locais).
Acelerando o fluxo de valor
Acelerar o fluxo é tornar o trabalho visível, reduzindo o tamanho das entregas e os intervalos de trabalho, criando qualidade e evitando que os defeitos sejam transmitidos aos estágios posteriores do fluxo.
Os princípios
O objetivo do fluxo é diminuir o tempo necessário para que as mudanças sejam implantadas na produção e aumentar a confiabilidade e a qualidade destes serviços.
Dicas sobre como fazer isso no fluxo de valor da tecnologia podem ser obtidas a partir da maneira como os princípios do Lean foram aplicados ao fluxo de valor na indústria, e incluem:
- Tornar o trabalho visível;
- Limitar o trabalho em progresso;
- Reduzir o trabalho em lotes;
- Reduzir os repasses;
- Identificar e limpar impedimentos;
- Eliminar atritos e desperdícios no fluxo de valor.
Tornar o trabalho visível
Ao organizar em filas as tarefas para cada centro de trabalho e torná-la visíveis, todas as partes interessadas podem priorizar mais facilmente o trabalho no contexto de objetivos globais.
Isso permite que cada centro de trabalho execute a tarefa de maior prioridade por vez até sua conclusão, aumentando a taxa de transferência.
Limitar o trabalho em progresso (WIP)
Estudos demonstraram que o tempo para concluir tarefas simples diminui significativamente quando existe multitarefa. Obviamente, como nosso trabalho no fluxo de valor da tecnologia é muito mais complexo cognitivamente, os efeitos da multitarefa no tempo do processo são mais desafiadores.
Reduzir o trabalho em lotes
Uma das principais lições do Lean é que, para reduzir os prazos de entrega e aumentar a qualidade, precisamos nos esforçar para reduzir continuamente os tamanhos dos lotes.
O limite inferior teórico para o tamanho do lote é o fluxo de peça única, onde cada operação é executada uma unidade de cada vez.
Reduzir os repasses
O trabalho que passa de equipe para equipe, exige todo tipo de comunicação: solicitação, especificação, sinalização, coordenação e, muitas vezes, priorização, agendamento, eliminação de conflitos, testes e verificação.
Cada uma destas etapas é uma fila em potencial na qual o trabalho vai esperar quando depende de recursos que são compartilhados entre diferentes fluxos de valor (por exemplo: operações centralizadas).
Identificar e limpar impedimentos
Para reduzir os prazos de entrega e aumentar a produtividade, precisamos identificar continuamente as restrições de nosso sistema e melhorar sua capacidade de trabalho.
Se melhorarmos um centro de trabalho que está posicionado antes da restrição, o trabalho simplesmente se acumula no gargalo ainda mais rápido. — Dr. Goldratt
Eliminar atritos e desperdícios no fluxo de valor
Shigeo Shingo, um dos pioneiros do Sistema Toyota de Produção, acreditava que os resíduos constituíam a maior ameaça à viabilidade dos negócios — a definição para resíduo comumente usada no Lean é “o uso de qualquer material ou recurso além do que o cliente exige e está disposto a pagar”.
Ele definiu sete tipos principais de resíduos de fabricação: estoque, superprodução, processamento extra, transporte, espera, movimentação e defeitos.As seguintes categorias de desperdício e adversidade vieram de Implementando o Desenvolvimento Lean de Software. São elas:
- Trabalho parcialmente feito;
- Processos extras;
- Recursos extras;
- Troca de tarefa;
- Defeito;
- Trabalho atípico ou manual;
- Heroísmo.
Por que aperfeiçoar o Fluxo de Valor em DevOps?
A primeira do Princípio das Três Maneiras tem como foco a compilação, integração, teste e implantação.
Com isso, ela proporciona um aumento da qualidade do trabalho, do rendimento e da competitividade do negócio. Continue a nos acompanhar para ler a sequência de artigos para as outras 2 maneiras do DevOps.
Referências
https://www.google.com/search?q=manual+devops+livro
https://www.lean.org.br/conceitos/61/o-que-e-kaizen.aspx
https://marco-mendes.com/2018/07/20/os-tres-principios-fundamentais-dos-metodos-ageis-e-do-devops/
