Design feito por todos

Karine Arruda
Bemol
Published in
3 min readOct 25, 2019
Equipe de design e farmacêuticos da Bemol.

Há não muito tempo atrás o Design costumava ser focado, em grande parte, apenas na estética e funcionalidade de produtos. Não há nada de errado com isso, mas nos últimos anos seu impacto tem se tornado muito maior por conta de sua metodologia começar a ser explorada e aplicada para gerar soluções em diferentes tipos de problemas.

Temos visto local e globalmente o design tomar proporções cada vez maiores em todo e qualquer tipo de negócio. Tim Brown, da IDEO, diz que “o Design tem se tornado importante demais para ser deixado só nas mãos dos designers. Seu maior impacto acontece quando é colocado nas mãos de todos”.

Em meus últimos projetos na empresa tenho experimentado não apenas utilizar o usuário final como objeto de estudo para a criação de uma solução, como habitualmente fazemos quando utilizamos de algum recurso para coleta de dados como entrevistas, pesquisas, benchmark ou imersões na loja. Ao invés disso venho propondo sessões de co-criação, onde junto com os envolvidos no processo em questão, utilizamos as ferramentas de design e em conjunto definimos desde prioridades básicas até mesmo propostas visuais. Dessa forma o projeto é feito em conjunto, com pessoas de diversas áreas e com diferentes habilidades, construindo coisas com as quais interagem no dia a dia.

Ao meu ver, o maior ganho é o senso de participação e apropriação dos usuários com o produto final. Ao participarem de testes de usabilidade e validação as coisas não são mais uma “grande surpresa”, pois também pertence a eles. Implantações de melhorias e novos sistemas não serão mais tão abruptas, assim como a adesão destas soluções de forma mais orgânica.

Por fim, a grande questão é que o design pode e deve ser feito por todos. Temos uma riqueza de metodologias, processos e técnicas que facilmente se adaptam a diferentes meios e fins, apresentando resultados reais na concepção de soluções relevantes. Todos nós podemos fazer uso destas ferramentas, colaborar com outros e criar nossos projetos em conjunto.

Agora, por onde começar? Existem três valores do Design que eu pessoalmente acredito serem essenciais e simples de serem mantidos no dia a dia de qualquer profissional. Ao iniciar um projeto, podemos ter em mente:

1.Você não é o usuário: por mais que você possivelmente use determinado produto ou serviço, não podemos assumir que nossa necessidade é a mesma de um grupo específico de pessoas. Dentro de um projeto você é a voz e luta pelos interesses deste grupo, então conheça-os e leve-os nessa jornada com você.

2. Envolva pessoas: quanto mais pessoas, melhor. Por mais que seja desconfortável apresentar e pedir opiniões de pessoas internas ou externas a respeito de seu projeto, isso nos traz outras perspectivas e nos deparamos com perguntas ainda sem respostas.

3. Prototipe: prototipar precisa ser um instinto, ao pensar em uma solução nossa primeira ação deve ser prototipá-la, da forma que pudermos. Além de reduzir custos de tempo e esforço, o objetivo do protótipo é sempre colocar nossas ideias em constante teste.

Através destes 3 valores somos capazes de alcançar, em forma mais simples, níveis de imersão, experimentação e validação do projeto, nos proporcionando soluções mais adequadas e genuínas através da co-criação.

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