Eu sou Camila benzedeira! Benzer é bem dizer.

Pedro
benzedeiras
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2 min readSep 9, 2018

Camila é uma jovem benzedeira. Ela nos explicou que iniciou seu processo de benzimento com a Umbanda. De forma inusitada, foi convidada para participar de um ritual de umbanda em um apartamento. Lá chegando, o Preto Velho falou que ela precisava desenvolver seu trabalho de cura, e que a entidade a ajudaria, guiando-a no processo. Nesse tempo, ela se encontrava no final do curso de Psicologia. Assim Camila permanece por oito anos. O grupo mesclava os processos de rituais religiosos com muita pesquisa, pois todos eram acadêmicos. E dessa forma, ela foi “burilando o espírito”, como explicou o Preto Velho. O mentor abriu caminho para meu guardião, que orientava nas rezas. Assim foi até que ele falou: “Filha, agora tu finaliza esse processo e vai te tornar benzedeira.”

Formada, Camila foi morar na Lagoa da Conceição e lá teve outros encontros importantes, para constituir o seu caminho de Bem Dizer o amor às pessoas.

Novamente o “acaso” levou-a para contato com outra pessoa importante nesse caminho. Foi à missa, e as palavras do padre Valdeci tocaram-na demais. Finda a liturgia, ela foi conversar com ele que a recebe muito bem e, numa longa conversa regada a chimarrão, convidando-a para trabalhar na Igreja com benzimentos.

“Tu és benzedeira! Vem trabalhar na Igreja!”, ao que ela retrucou: “Padre, que isso? Benzer? Pensa eu trabalhar de benzedeira!” Porque eu tinha uma prática que era espiritual, isso de ter um Preto Velho, lidar com ervas e tal, mas ele dizia: “Mas o que tu fazes é benzer, Camila! “Benzer é bem dizer o amor, “né”, ativar o amor aqui na pessoa e mandar essa energia que está aí.”

Assim, na Lagoa da Conceicão, os dois montaram um grupo de atedimento fraterno, que recebia pessoas, benzia, ouvia e acolhiam-nas afetuosamente. “ Ouvia, daí sentia o que a pessoa precisava, prescrevia os banhos e benzia. Fazia as rezas.”

Ali ela também descobriu ter sido sua bisavó também moradora da Lagoa da Conceição e benzedeira. Como nos explicou.

“Ah então faz sentido estar aqui e receber a informação de que a minha bisavó era benzedeira na Lagoa onde, por um acaso do destino, vim morar e receber do padre a orientação para ser benzedeira, e é isso.”

Hoje Camila é terapeuta, com seu espaço de trabalho no centro de Florianópolis.

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