Olá, sou Carlos, um benzedor da Vargem do Bom Jesus!

Pedro
benzedeiras
Published in
4 min readDec 20, 2018

Carlos é espírita, considera-se benzedor e diz que escuta, enxerga, conversa e tem ligação com uma equipe espiritual que o auxilia em seus trabalhos de cura. Por possuir a terceira visão, consegue enxergar além e fazer trabalhos espirituais como cirurgias e tratamento com ervas: “Trato o pessoal aí com as ervas, as ervas vêm com o conhecimento que já vem de outras vidas, então isso aí é chamado dom. Um dom que veio comigo. Quando a pessoa vem com um dom, não precisa de outra pessoa passando o dom. Erva tal cura tal, né? A gente trabalha com a combinação das ervas, olhando a erva, a gente enxerga as energias dela e já vê o que combina com que pra fazer a cura mais rápida, né? É assim que a gente trabalha. Conheço uma quantidade de erva aí, não sei quantas ervas eu conheço porque são muitas, né? ”.

Sempre que necessário, uma equipe espiritual composta por médico, padre e psicólogo auxiliam-no. Durante o atendimento, ele usa branco e, para além da roupa, assemelha-se a um médico. Fica em uma sala pequena, sentado em uma cadeira atrás de uma mesa acompanhado de papéis, caneta e guias. A porta da sala dá para a rua, onde há um banco de madeira comprido para as pessoas aguardarem sua vez mais acomodadas e onde também, segundo o benzedor, há guias preparando cada uma para entrar na sala. A procura pelo benzimento é para diversos âmbitos da vida social como trabalho, emprego, finanças, aspectos emocional, material, espiritual e doenças.

Carlos comenta que recebe pessoas de todas as idades, desde bebês recém-nascidos a crianças, adultos e idosos de toda região e também de outros lugares como Estados Unidos, Holanda, Portugal, África do Sul, França e Irlanda. “Vêm de fora e vêm da região também. Até tinha uns benzedores que vinham aqui, mas já desencarnaram. Tinha uma senhorinha que eu fiz uma cirurgia nela, que ela tava meio tortinha, meio doente também. Ela ficou bem boa, mas daí durou mais um ano, um ano e pouquinho e desencarnou. Vários deles já desencarnaram também porque benzedor, hoje em dia, não é estudar, não é fazer faculdade pra ser benzedor. Pra ser benzedor, a pessoa tem que ter o dom. Muitos herdam de pai pra filho aquele conhecimento, não é o dom é o conhecimento, né? Aí eles ajudam as pessoas, assim mesmo ajuda. Mas eu vejo benzedor que nunca tá sozinho. Se tu perguntar pro benzedor se tem alguma entidade com você, algum mentor com você: “Não.” Eles não sabem! Mas geralmente sempre tem o médico junto. Tem o espírito do médico que tá auxiliando aí, né. Tem um espírito evoluído ali que tá junto auxiliando e mostrando até as ervas pra ele passar para o paciente. Então sempre tem um de luz junto que é enviado por Deus pra nos ajudar. Então nunca tá sozinho, seja um benzedor, uma benzedora, seja quem for. Sempre tem auxílio de um espírito de luz. Ou de um índio, sempre tem”.

Ao falar de sua história e ligação com o mundo espiritual, contou, que começou a benzer com 4 anos de idade e por volta dos 14, 15 anos parou, pois como não se pode cobrar para o ato de benzer, as doações (normalmente Carlos recebia galinhas, porcos, conta que uma vez até um bezerro ganhou) passaram a não dar mais conta de seus gastos básicos como roupas, calçados e chinelos. “Parei [o benzimento], continuei estudando, fiz curso de mecânica, fui mecânico daí. E nunca falei para o pessoal que eu tinha poder da cura, que eu tinha o dom da cura, também não falei que enxergava nem que eu tinha iluminação, nunca falava nada pra ninguém. As pessoas vinham pedir ajuda e eu pedia pra se dirigirem até o médico, que ele ia ajudar. Mas eu não falava nada que eu sabia das coisas. Até sofrer o acidente. Veio o acidente para o desencarne. Peguei uma carona do trabalho pra casa, e foi aqui perto.”.
O acidente quebrou sua coluna e bacia em dez lugares e esmagou sua bexiga. Foi nesse momento que saiu do seu corpo físico e pediu ajuda espiritual. “Eu saí do corpo, a gente sai do corpo, o corpo ficou lá e eu fiquei aqui olhando. Daí pedi ajuda espiritual, os de luz vieram e disseram: “Não deixa nada pra trás, não deixa pra depois.” Então falaram pra mim: “Se o senhor vai seguir sua missão, nós vamos lhe curar, senão vai começar tudo de novo.” Daí eu falei: “Bom, eu sou muito jovem ainda, vou seguir minha missão”. Respondi: “Então tá, então nós vamos te curar”.

Desde então, há 18 anos, o senhor Carlos vem atendendo às pessoas que procuram ajuda. A ele agradecemos por compartilhar um pouco de sua história e conhecimento!

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