Muhamed Hassan

Toreador, 12ª Geração. Artista Subversista e Utópico

Rafão Araujo
Berlim — Amor e Cinzas
3 min readJan 14, 2019

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Hassan é a segunda geração de alemães-turcos de Berlim. Seus avós vieram para cá no começo da era industrialização da Alemanha no meio dos anos 60. Mesmo os turcos sendo a maior comunidade de estrangeiros na Alemanha, são a menos integrada e a mais perseguida.

Hassan sentiu isso na pelo ao longo de toda sua vida: sempre ficando com as migalhas, os restos e avaliou logo cedo que as regras do jogo estavam erradas. Logo cedo encontrou na música e cultura de rua a subversão que procurava. Os rappers gagstas turcos e armênios pareciam ter mais consciência de classe, raça e etnia do que os professores e os livros entubados da sala de aula.

Abandonou tudo e foi viver na rua, vivendo a melhor e pior fase da sua vida. Só retornou para casa anos depois para velar a morte do seu pai, se apaixonou e desse amor nasceu Omer.

Sua vida ia bem, tentou colocar tudo nos eixos e pelos primeiros anos do nascimento do infante tocou o negócio do seu pai e assumiu suas responsabilidades. Mas rapidamente a corrida de ratos do mundo capital voltou a lhe encher, ele voltou a precisar da rua, voltou a se envolver com ações de guerrilha artística, numa dessas foi preso, dando início à sua guerra pessoal com seu sogro, Tobias Bergmann. Um maldito supremacista envolvido com neonazismo que nunca aprovou seu namoro com sua filha.

Neste período conturbado da sua vida conheceu Yussuf Azra, um turco-marroquino envolvido com tráfico de armas e heroína, usando a grana para financiar ações do ISIS (organização jihadista islamita) com ações pela Alemanha. Yussuf decidiu imortalizar a arte de Hassan, trazendo-o para o mundo dos cainitas.

A intenção de Yussuf era fazer sua cria enveredar em seus caminhos, como um porta voz da Jyhad. Mas não demorou para que Hassan desgostas e abandonasse a causa. Sofrendo a solidão de não poder voltar para vida de Omer, agora criado por Tobias, após a morte de sua mãe, e sem um mentor, que estava lavando sua mente.

Foi assim que Yussuf encontrou abrigo entre no Hounde Motor Club. Lá teve tempo para pensar, teve contato com outros como ele e assim, renasceu ainda mais revoltado e capaz do que nunca. Disposto a destruir toda a estrutura do establishment, não só de Berlim, mas da Alemanha.

Cercou-se de outros de pensamento igual e acredita que é sua função destruir o status quo, sendo ele humano ou vampiro. Mas, somente se conseguir sobreviver à merda que se meteram.

Omer, seu filho, agora com quase 30 anos. Tobias Bergmann, seu ex sogro, um maldito envolvido com neonazis. Yussuf Azra, seu genitor e peça dentro do jyhad alemã.

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