Sessão 8 — Vinde os Enfermos

Rafão Araujo
Berlim — Amor e Cinzas
7 min readJan 28, 2021

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A Busca Continua

Após a luta contra os seguranças de Hakel, todos estão cansados, seriamente feridos e principalmente, famintos. A besta urge e pede sangue. Como animais, decidem encontrar um lugar escuro nas imediações de onde as pistas até Sergei levam.

Enfiam-se num prédio comercial e totalmente sem controle, ceifam a vida de um mísero trabalhador da madruga. Como animais, bebem de uma mesma vítima e afugentam seus próprios aliados. Quando a Besta toma conta, ninguém é amigo.

Quando a noite cai novamente, eles deixam pra trás o corpo vazio e decidem continuar. No processo, dúvidas e perguntas são feitas, afinal por que Hakel caça Tyler com tamanho ímpeto? O que ele realmente fez? O que ele esconde? Essas perguntas causam desavenças e por muito pouco, não fogem do controle. Mas a falta de respostas só é aplacada momentaneamente, afinal todos sabem que quando isso tudo passar, há muito o que ser conversado.

Mikail, mesmo abalado e ferido, lança mão do controle de sua mente morta viva e força uma premonição. Seus olhos se tornam rubros e ele vê uma lua vermelho sangue marcas de sangue pelas ruas. Tudo está tomado de sangue. Tudo é vermelho. Ele vai sendo guiado pelas suas visões, Tyler e Yuri seguem-no. Após muito andar, encontram novos panfletos da Igreja das Chagas e além. Há outros stencils, decalques, decupagens, colagem, pôsteres e pichações ao longo de becos. Todas elas representam alguma relevância cainita, mas especificamente, nodista. Há relatos sobre a primeira cidade, a segunda geração, a maldição dos anjos, os filhos de Sete (filho de adão e irmão de Caim), dentre outros.

O Culto

Todas essas visões os levam para um igreja velha, abandonada, espremida entre outras construções antigas. A igreja gótica possui muitas estátuas, sua maioria já depredada, quebrada ou coberta de pixo e sujeira.

Yuri não está bem, seus instintos ferais e bestiais estão à flor da pele. Sua Besta parece sem controle e seu sangue parece sentir a presença de Sergei.

Assim que chegam à porta, notam duas dúzias de pessoas entrando. Todas vestidas de modo muito simples e há um grande números de enfermos entre eles: pessoas com bengalas, muletas, cadeiras de roda ou bolsas de soro. Quase sempre com algum acompanhante. Todos com a mesma serenidade e apatia que se encontra num saguão de hospital.

A coterie decide entrar junto com as pessoas e tomar um lutar. A igreja velha, possui apenas alguns bancos próximos do púlpito. Eles se sentam ali e assistem. Há cerca de 40 ouvintes totais dentro da igreja. As estátuas servem de apoio para centenas de velas. Não se demora e as ditas mulheres de vermelho aparecem. Trajando mantos cumpridos, chapéus pontudos com anéis de espinho e máscara, cinco figuras surgem no púlpito. Nota-se certa devoção e carinho por essas figuras por parte dos ouvintes.

A figura que se destaca começa seu discurso, agradece a presença dos novos e o retorno dos velhos, faz questão de se apresentar de novo. Afirma que seu nome não importa, mas que é uma maldita, uma Amaldiçoada. Fala sobre a história de Caim, sobre as maldições angelicais e as punições divina, fala sobre a Jyhad e sobre a luta eterna entre os descendentes de Caim, o fratricida, e Sete, o filho de Adão.

Vampiros e Humanos são inimigos e isso precisa ser acabado. A figura afirma que não há salvação senão se perdoar em nome de Caim. E para isso, viver uma vida de entrega à salvação dos Filhos de Sete. Por isso, como criaturas Amaldiçoadas, elas se sacrificam e entregam do seu próprio sangue para trazer refrigério às chagas dos humanos.

As palavras da figura não fazem sentido algum para Tyler, sua convicção em Set é forte demais ele crê piamente, que Caim é um mito. Yuri está alto demais, furioso demais, bestial demais para ser tocado por palavras assim. Já Mikail, que tem em sua origem as ditames católicos, entende tudo que é falado encontra algum sentido, ficando tendencioso a ouvir o que tem a ser falado.

Independente da interpretação, esse culto não parece estar usando essas pessoas. Verdadeiramente, eles acreditam na necessidade de punição pela sua existência maldita, e que é dever dos vampiros, se reconciliar com os humanos.

Por fim, no auge das suas palavras a figura afirma ter encontrado Caim na últimas noites. Que ele, afligido de males indescritíveis, ainda sofre com o mal perpetuado. E por isso, irão continuar sua tarefa de se redimir com o Pai dos Vampiros.

Neste momento, uma cruz presa por correntes começa descer do teto e nela há uma figura pesa, como um cristo profano. Assim que chega à altura ideal, suas penas e pés são cortados e seu sangue escorre e pinga. Yuri se levanta e segue pelo escuro para ver melhor quem é o cristo profano.

Aqueles que guiam o culto bebem o sangue que escorre do corpo crucificado, viram-se, cortam seus pulsos e derramam o sangue em uma grande bacia de pedra. Aos poucos, os enfermos e ouvintes são convocados para se aproximar e beber do sangue da conciliação, um símbolo de paz e aliança.

Ao beberem o sangue, enfermos se sentem melhor, a vitae pulsa vida em suas veias seus males dão momentos de sossego.

Yuri chega perto o suficiente e nota… Sim, o Cristo Profano, é seu genitor, Sergei Vlas.

Banho de Sangue

Presidentes acima do púlpito, enfermos bebendo do sangue vampírico na bacia de concreto, Sergei crucificado e muitas estátuas com velas…

Yuri surge num rompante bestial, ordena que parem com aquela patifaria e desçam o homem dali. Há confusão e por fim, violência!

Aquela figura que parece ser a líder, ordena que protejam os visitantes, Yuri se engalfinha e luta brutalmente. Tyler se avança contra a bandeja com o sangue e empurra-o no chão. Os enfermos, desesperados, se jogam ao chão tentando tomar o quanto possível.

A violência explode em rompante. A possível líder foge pela retaguarda. Yuri despedaça seus alvos. Tyler consegue vencer seu oponente esfacelando seu rosto contra o concreto. Mikail, ainda confuso, trabalha tentando guiar as pessoas para fora e impede que liguem para polícia, ganhando tempo.

Com os inimigos vencidos ou enxotados, agora eles soltam Sergei da cruz e seguem rapidamente para fora dali.

A Praga

De volta ao refúgio, todos conseguem ver o nível da decrepitude de Sergei. Seu corpo está definhado como um humano doente, faminto e flagelado… Está absurdamente magro, sua pele está escura, suas juntas estão duras. Parece mais uma múmia do que um vampiro.

Há divagações sobre o que ele é e seu real estado. A verdade é que ninguém sabe o que fazer, as suspeitas levam a crer de que ele está com a Praga de Sangue e que está “vivo”, afinal, Yuri o viu se mexer enquanto estava no culto.

Sem saber a quem socorrer, Mikail procura Andrés, fala superficialmente sobre o culto, sobre o ocorrido e sobre a possibilidade da praga estar entre eles. Notando ser um assunto sério, Andrés marca um encontro próximo ao refúgio dos vampiros em Marzahn.

Durante a conversa falam sobre o culto, sobre as crenças, sobre os eventos e então Andrés alerta de que, dificilmente aqueles que lideravam o culto estavam fazendo-o sem apoio dos mais velhos. Se alguém sabe sobre essa tal Igreja das Chagas, seria o Culto dos Adormecidos: vampiros que cultuam, clama paz e misericórdia, ou entregam devoção, ao antigos vampiros que jaz abaixo dos solos de Berlim, dentre eles, o mais famoso seria
Erik Eigermann, ante genitor de Gustav Breidenstein. Além disso, esse papo de Falso Caim já trouxe problemas demais para Berlim.

Dito isso, ele quer ver o corpo de Sergei. Aceitando em escancarar o sigilo de seus ninhos, os vampiros levam Andrés ao encontro de Sergei. Chegando lá ele nota o corpo decrépito do vampiro e se espanta. Acredita e informa que talvez, Sergei esteja num estado entre o sono profundo, chamado de Torpor por muito, e a não vida. Como está doente, seu corpo não guarda sangue. Aconselha que ele seja alimentado com vitae todas as noites, para que não morra. Mas é apenas um tiro no escuro.

Antes de partir informa que só há uma pessoa capaz de salvar, ou ajudar, Sergei nessa situação: Maxwell Ldescu, ex-Primogênito da Corte de Wilhelm Waldburg, cria Karl Schrekt, ex-Justicar, atual Alto Pontifex Tremere e mais antigo do Clã, membros dos Tradicionalistas. Maxwell é um especialista na Praga de Sangue.

Mas não vão conseguir chegar até ele, uma vez que nunca é visto entre os novos. Se quiserem conseguir acesso à Maxwell, precisarão encontrar Hilda Kroiff, uma Feiticeira, descendente direta de Maxwell, que anda entre novos e anarquistas. Quando Andrés souber um modo de encontrá-la, fará o contato.

Por fim, como sinal de boa fé, expõe suas presas, corta sua própria mão e derrama vitae poderosa na boca de Sergei… Gota após gota, aquele sangue parece dar fôlego à sua Besta e ele esboça alguma não-vida.

Continua na próxima sessão!

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Mikail Angel

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