Nota sob(re) a luz de uma vela: #7
Todas as coisas sem nome, quais são, onde estão?
Se não têm nome, como encontrá-las? Quando.
Como saber se se deve nomeá-las?
Os movimentos de sua chama, vela, têm nome?
Quantos os movimentos?
Desbravar o universo desde um núcleo, um ponto, como o aleph — desafio.
Contemplar o universo — privilégio e direito.
Transformá-lo: necessidade.
O que há para ser realizado, o que não há?
Que caminhos podem ser desbravados senão todos?
Quantos gigantes para derrubar,
quantas magias maléficas para desfazer,
quantos feitiços aprender!
Destacar-se sem governar.
Agir sem presunção.
Agir lento, firme, constante, seguro de si.
O fogo de palha pode ser um belo espetáculo,
mas, se não há madeira grossa que o capture,
ele se esvai.
Sê inteiro, como a madeira.
Sê raiz.
A terra é o alimento das flores.
Florear.