Nota sob(re) a luz de uma vela: #7

Pablo Pamplona
besouro
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1 min readApr 28, 2020

Todas as coisas sem nome, quais são, onde estão?
Se não têm nome, como encontrá-las? Quando.
Como saber se se deve nomeá-las?

Os movimentos de sua chama, vela, têm nome?
Quantos os movimentos?

Desbravar o universo desde um núcleo, um ponto, como o aleph — desafio.
Contemplar o universo — privilégio e direito.
Transformá-lo: necessidade.

O que há para ser realizado, o que não há?
Que caminhos podem ser desbravados senão todos?
Quantos gigantes para derrubar,
quantas magias maléficas para desfazer,
quantos feitiços aprender!

Destacar-se sem governar.
Agir sem presunção.
Agir lento, firme, constante, seguro de si.

O fogo de palha pode ser um belo espetáculo,
mas, se não há madeira grossa que o capture,
ele se esvai.

Sê inteiro, como a madeira.
Sê raiz.

A terra é o alimento das flores.

Florear.

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Pablo Pamplona
besouro
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Mestre e doutorando em Psicologia Social pela USP. Pesquisa a memória de lutas sociais.