Análise: Cuphead é um brinde aos anos 1930 e muito mais!
Cuphead é um jogo que combina elementos de plataforma com run ‘n gun lançado no dia 29 de setembro de 2017. O game, criado pela desenvolvedora independente StudioMDHR, conta a história dos irmãos Cuphead e Mugman, que, após desafiarem o Diabo num cassino e serem derrotados, são obrigados a trabalhar para o vilão em troca de continuarem com as próprias almas.
A partir daí, os dois irmãos partem numa jornada para cobrar as almas de vários personagens — que vão de piratas a dragões — , que devem para o demônio. Esses personagens são os chefes do jogo, que devem ser derrotados antes que o jogador possa confrontar o Rei Dado, gerente do cassino, e o próprio Diabo, dono do cassino.
Tanto Cuphead quanto Mugman são selecionáveis, e o game também possui um modo cooperativo, no qual os jogadores podem controlar os dois irmãos.
O jogo se passa em três ilhas, chamadas Ilhas Tinteiro. Além das batalhas de chefe, cada ilha contém duas fases, onde o jogador deverá desviar de obstáculos, pular entre plataformas e atirar em inimigos enquanto progride. As fases são de extrema importância, pois, é através delas que são coletadas as moedas. Com elas, é possível comprar os poderes e tiros novos.
Há também as Super Artes, que são ganhas pelo jogador após passar pelos Mausoléus. Os Mausoléus são fases nas quais o objetivo do jogador é proteger um vaso no centro da tela de fantasmas usando a habilidade do parry. Há um Mausoléu em cada ilha, de modo que três Super Artes diferentes podem ser desbloqueadas.
De volta para os anos 30!
Um dos méritos de Cuphead é conseguir criar uma atmosfera que remete aos anos 1930. A começar pelos visuais, constituídos por animações de estilo muito semelhante às do Fleischer Studios, que, na época, foi responsável por animar desenhos como Popeye e Betty Boop.
Para se ter uma ideia do trabalho realizado pela equipe de animação, cada chefe do jogo rende entre 1300 a 1500 desenhos. Ao todo, o game precisou de mais de 50 mil desenhos para ser animado por completo.
Além dos visuais, deve-se destacar também a trilha sonora original de Cuphead. A trilha é composta majoritariamente por estilos de jazz, como ragtime e swing, mas é notada a presença até de samba em algumas músicas do jogo. A música se casa perfeitamente com os visuais, transformando Cuphead numa verdadeira experiência estética.
Recentemente, a trilha sonora de Cuphead chegou ao primeiro lugar nas paradas de jazz da Billboard.
Não só da estética vive Cuphead
Cuphead é um jogo extremamente prazeroso, e não apenas devido à estética perfeitamente encapsulada pelo jogo, mas também pelo desafio oferecido ao jogador. O game é um verdadeiro teste de atenção, e em diversos momentos o jogador deverá se desvencilhar de uma série de perigos ao mesmo tempo. Aqui, precisão e timing são essenciais para ter sucesso.
As fases, embora não sejam o foco do jogo — ainda que sejam essenciais para a progressão — , são extremamente bem feitas e tão desafiantes quanto alguns chefes. Em algumas delas, há até sub-chefes.
Já as batalhas de chefe são um dos pontos mais altos de Cuphead. Além das lutas serem memoráveis, são nelas em que o jogador é colocado à prova. Não podia ser diferente, já que elas fundamentam toda a premissa do jogo, mas deve-se destacar a maestria com a qual elas foram desenvolvidas.
Ao todo, há 30 chefes no jogo, e cada um deles exige uma estratégia diferente. Desse modo, cabe ao jogador ter a paciência de aprender os movimentos necessários para vencer o duelo e escolher com sabedoria quais tiros, poderes e Super Artes vai usar em cada situação.
Além de um brinde aos anos 30, Cuphead é um prato cheio para aqueles jogadores que são movidos pelo desafio. Extremamente bem desenvolvido, o jogo faz jus à popularidade que recebeu já à época de seu lançamento e à reputação que mantém até hoje.
Cuphead está disponível para PC, Nintendo Switch e Xbox One.
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