A diversidade no esporte

Clubes oferecem espaço para prática de esporte sem distinção de orientação sexual e gênero

Joti Skieresinski
Redação Beta
3 min readJun 1, 2021

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Por Guilherme Machado

Na natureza, a diversidade é vista como algo imprescindível para a manutenção da vida. Já na sociedade a diversidade não é tão facilmente aceita. Para os humanos ainda é naturalizado negar a diversidade e no esporte não é diferente. Muitas vezes, pessoas LGBTQIA+ são vistas como menos capazes e subestimadas por sua condição. Contrariando essa postura discriminatória, existem lugares que apostam na inclusão através do esporte.

“todos têm liberdade de ser quem são”

O Magia Sport Club é um desses lugares, “nós éramos alguns jogadores LGBTs aqui de Porto Alegre que não éramos aceitos em outros times. Não nos sentíamos seguros de abrir nossa sexualidade para não sofrer preconceito. Então, criamos uma equipe”, diz Carlos Renan Evaldt, Presidente do Clube. Segundo ele, o Magia não distingue as pessoas por sua orientação sexual e gênero. Hoje, o Magia Sport Club desenvolve algumas modalidades, como: jiu jitsu, handebol, vôlei, além do futebol.

Comemorando o vice campeonato na copa internacional de futsal LGBT de gramado. (Foto: Arquivo pessoal)

Um dos integrantes do Magia é Jônata Machado, que entrou no clube em setembro de 2018. Antes disso, acreditava que o futebol era só para os héteros. Segundo ele, é possível ver a masculinização do esporte pela ausência de visibilidade dada ao futebol feminino. Afinal, existe uma pequena veiculação da categoria, mesmo “com a expansão da internet, tecnologia e as diferentes formas de transmissão. Esperamos ver o futebol feminino mais presente até mesmo na TV aberta”, comenta Jônata.

Jean Francisco Neto é integrante do Pampacats, outro clube de Porto Alegre, e lembra da sua experiência na infância, em Charqueadas. “Na escola a experiência foi a pior possível, era bem dividido de forma binária, meninos e meninas. Então, os meninos jogavam futebol e as meninas jogavam vôlei”, conta Jean. O atleta fala, ainda, da importância de se ter representatividade nos esportes, pois assim, incentiva pessoas LGBTs à prática.

Jean Francisco Neto é também a Drag Rebeca Rebu. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo o IBGE, no Brasil, a expectativa de vida de uma pessoa transgênero ou travesti é de no máximo 35 anos. Em 2020, houve uma redução de 28% no número de mortes violentas de LGBTQIA+. De 329 para 237 registradas pelo Grupo Gay da Bahia. Para o Prof. Luiz Mott, fundador da entidade, as insistentes mensagens e discursos de ódio vindas do Presidente da República, incentivando a violência de gênero, tem levado essa comunidade a viver sob o estigma do medo e ter mais cuidado ao sair de casa.

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Joti Skieresinski
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