“A internet é um lugar de possibilidades ontológicas”

Debora Albu em sua fala sobre uso das tecnologias no seminário Futura

Pedro Kobielski
Redação Beta
3 min readSep 13, 2017

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Debora Albu palestrou na Unisinos Porto Alegre, no painel “Comunicação Criativa e Participação Social: Potencial das Novas Tecnologias” (Foto: Pedro Kobielski/Beta Redação)

Foi com uma referência a Gugu Gaiteiro, o garoto do “cepo de madeira”, que Debora Albu começou o seu painel “Comunicação Criativa e Participação Social: Potencial das Novas Tecnologias”, parte do seminário do canal Futura “Conexão para Comunicação: Como Construir Espaços de Diálogos com Jovens?”. A pesquisadora e analista de comunicação da ITS Rio falou, durante cerca de uma hora, das possibilidades que a internet fornece para a propagação de narrativas a despeito do preconceito com esse tipo de conteúdo. Abaixo você confere o vídeo do qual Debora tratou.

“Os jovens existem através da internet. Nasceram e cresceram com ela, se entendem a partir dela. Não há diferença entre a Debora do Stories (recurso do Instagram) e a Debora que está aqui, sou a mesma pessoa”, explicou a carioca. Mas é claro: a internet, como toda ferramenta tecnológica, traz intrínsecas possibilidades positivas e negativas.

Segundo Debora, alguns dos problemas gerados pela atual constituição da internet são os falados algoritmos, que direcionam os usuários para consumir e interagir apenas com conteúdos que têm afinidade, criando bolhas sociais. E, segundo ela, essas bolhas são um dos principais responsáveis pela polarização que podemos observar no cenário social contemporâneo.

Durante a sua explanação, Debora trouxe o que chamou de tentativas para romper com essas bolhas: basicamente, iniciativas feitas por jovens para criar ferramentas e canais de comunicação. Entre elas, estão a Revista Capitolina, veículo de comunicação que visa romper com estereótipos de gênero, a Beta, o primeiro “chatbot” (um chat onde a usuária é atendida automaticamente por um robô) feminista do Brasil, e o Mudamos, plataforma que permite organizações coletivas para prática de atos de pressão popular. Como pontos comuns entre essas iniciativas estão a comunicação, a liderança jovem, a pluralidade, a diversidade e a interseccionalidade de pessoas e ideias.

Mudamos, plataforma criada para que as pessoas organizem abaixo-assinados e outros instrumentos de pressão popular (Imagem: Reprodução/Mudamos)

“‘Ativismo de sofá’ é uma expressão adulta, careta”, provoca Debora. “As pessoas não entendem como os jovens ficam o dia inteiro ‘fazendo nada’ na internet, e eu pergunto: como assim fazendo nada?”, questiona. “Essas pessoas estão criando movimentos legítimos e construindo suas identidades através da internet. Essa experiência não pode ser desconsiderada.”

Debora Albu em sua fala no Seminário Futura (Foto: Pedro Kobielski/Beta Redação)

Debora entende que o discurso de que as iniciativas digitais constroem “narrativas” é insuficiente para entender os fenômenos da internet. “Para uma iniciativa dar certo ela precisa criar um novo mundo para que seus consumidores possam interagir com o seu produto”.

Em entrevista à Beta Redação, Debora elencou 5 dicas para ser mais participativo no ambiente digital. Confira:

Produção, imagens e edição de vídeo: Mariana Dambrós

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