Alívio na conta de luz, por enquanto
No verde, tarifa de energia elétrica se estabiliza em todo o território nacional
No mês de abril, a bandeira tarifária continua verde, como vem sendo desde dezembro. Isso quer dizer que os consumidores não receberão cobranças extras. O que garante a estagnação da tarifa é a alta produção de energia hidroelétrica no país, apesar da pouca ocorrência de chuvas no último mês.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL, o país terá uma redução média de 3,7% nas tarifas de energia neste ano. São cerca de R$6,4 bilhões retirados da tarifa de energia paga pelos consumidores. Isso se deve a amortização de empréstimos contraídos em 2014 pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica — CCEE e de mais oito bancos públicos e privados. O abatimento será feito diretamente no preço da energia, através de uma diminuição nos reajustes anuais, por exemplo, se o reajuste era de 10% passará a ser de 6,3%.
Para o comerciante, Aldoir Souza, 58 anos, o valor da conta de luz já vinha em crescente aumento no ano 2018, o que trazia um grande impacto no orçamento da sua família. Com o comerciante vivem cinco pessoas: esposa, mãe e mais dois filhos. São quatro quartos, todos eles com ar condicionado, o que faz com que a conta aumente consideravelmente no verão. “Em novembro e dezembro eu paguei uma média de R$750,00 de luz. Este ano já baixou um pouco o valor, e espero que, agora, terminando o verão, a gente consiga economizar ainda mais, porque faz diferença esse dinheiro lá em casa”, relata Aldoir.
Bandeiras tarifárias
Criado em 2015 pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real de energia gerada. Segundo a empresa, com as bandeiras, a conta de luz ficou mais transparente, além de promover o uso da energia elétrica de forma mais consciente e com menos desperdícios. Entenda como funciona, segundos dados do site da Aneel:
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
- Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,010 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
- Bandeira vermelha — Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,030 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
- Bandeira vermelha — Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,050 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Segundo o Economista Eduardo Gonzales, o valor da energia elétrica tende a não sofrer grandes aumentos, comparado com os últimos anos. “O país conseguiu, de certa forma, uma boa reserva de energia, o que faz com que a bandeira permaneça favorável e os reajustes menores do que normalmente”, comenta.
Até então a ANEEL não se pronunciou quanto a possíveis reajustes na conta de luz para o Rio Grande de Sul. O último aumento ocorreu em novembro de 2018, quando o acréscimo foi de 8.3%, para consumidores residenciais clientes da empresa CEEE, porcentagem acima da inflação.