Menores de 17 anos ganham espaço no mercado de trabalho

Cidades do Vale do Sinos criaram 2.325 vagas para essa faixa etária até setembro deste ano

Thais Ramirez
Redação Beta
3 min readNov 8, 2017

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Foto: Thais Ramirez/Beta Redação

Muitos jovens estão à procura do seu primeiro emprego antes mesmo de sair da escola. Consequentemente, a inserção dos adolescentes no mercado de trabalho se mostra cada vez mais frequente. Nos 14 municípios do Vale do Sinos, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até setembro de 2017 foram criados 2.325 postos de trabalho para adolescentes até 17 anos.

Na construção civil, foram 50 vagas abertas, e no comércio, 629. A área de serviços abriu 437 oportunidades, enquanto agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, apenas oito. O local da maior criação de postos foi a indústria de transformação, com 1.199 empregos criados para jovens que ainda não atingiram a maioridade.

Arte: Thais Ramirez/Beta Redação

A função de estagiário e aprendiz é a que prevalece quando se trata de postos de empregos gerados para menores de idade. Com a Lei da Aprendizagem, os jovens podem começar a trabalhar a partir dos 14 anos. As tarefas devem intercalar o serviço prático com o aprendizado teórico, que é desenvolvido para capacitá-los. O contrato de aprendiz dura dois anos. A carteira de trabalho é assinada, o estudante recebe o 13º salário e todos os direitos trabalhistas estão garantidos. Em relação ao estágio, a idade mínima para ingresso é de 16 anos, sem idade limite, e basta estar frequentando uma escola ou universidade.

De acordo com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), a jornada de estágio para estudantes do ensino médio e técnico não pode passar de 20 horas semanais. Para os estudantes que participam do programa de aprendizagem, a jornada pode ser de até 40 horas semanais.

Arte: Thais Ramirez/Beta Redação

A recrutadora de RH Tatiana Gonçalves Padilha acredita que os jovens devem buscar estágios e programas, como o Jovem Aprendiz, enquanto estão no ensino médio para começarem a se familiarizar com o meio corporativo. “Fazer cursos que os preparem para o mercado de trabalho, tais como dicção e oratória, atendimento ao cliente, informática, técnicas de vendas etc., e que estejam alinhados com o ramo de atividade em que pretendem ingressar, mesmo que esse não seja o objetivo principal para sua carreira a médio e longo prazo”, aconselha.

Tatiana conta que buscar testes vocacionais gratuitos é uma boa alternativa para se encontrar dentro do mercado. “É importante também saber montar um currículo com informações relevantes para a vaga e o tipo de empresa, pois muitas vezes fazem um modelo X e enviam para todas as vagas em que têm interesse e ficam informações desconexas. Por exemplo: o anúncio pede experiência/interesse X e cargo Y, o jovem envia o currículo com um objetivo/interesse/cargo e experiência totalmente fora do que pede o anúncio. Quando isso acontece, o recrutador não o inclui na triagem porque está fora do que está sendo solicitado.”

Já na hora da entrevista, ela revela que o observado pelos contratantes é se o jovem pesquisou sobre a empresa para a qual que está se candidatando. Eles verificam se o pretendente tem uma ideia do ramo da atividade, se trouxe ideias inovadoras e se, no seu relato de vivências, teve algum enfrentamento e como se saiu na resolução do problema.

De acordo com os dados do Caged, Novo Hamburgo foi a cidade da região que mais gerou vagas, seguida por Canoas e São Leopoldo. Veja a quantidade de postos de trabalho abertos para jovens de até 17 anos nos município do Vale do Sinos:

Arte: Thais Ramirez/Beta Redação

Um das motivações para a inserção de jovens no mercado de trabalho é a procura por recursos para complementação da renda familiar. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no Brasil atingiu 12,4% no terceiro trimestre de 2017.

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