América Latina: ex-presidentes presos e acusados

Corrupção é uma das principais causas de condenação dos governantes

Júlia Ramona Michel
Redação Beta
3 min readApr 6, 2018

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Júlia Ramona Michel, Laura Gallas e Carolina Zeni

Enquanto o Brasil está com todos os holofotes voltados para a ordem de prisão do ex-presidente Lula, decretada pelo juiz Sérgio Moro no final da tarde desta quinta-feira (5), para cumprir pena no caso do tríplex, a Beta Redação fez um levantamento de alguns dos ex-presidentes da América Latina que já foram acusados ou presos por corrupção ou violação aos direitos humanos.

Peru

Palácio do Governo do Peru. (Foto:Divulgação/Guadalupe Pardo | Reuters)

Destaque para o Peru, como o país que bateu recorde de ex-líderes presos ou fugitivos da Justiça. O caso mais conhecido é o de Alberto Fujimori. Segundo o Portal Uol Notícias, o político, que presidiu o país entre 1990 e 2000, em 2009 foi condenado a 25 anos de prisão. Um dos motivos: corrupção.

Além de Fujimori, em 2017 a Justiça peruana determinou a prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala e de sua esposa Nadine Heredia, que governaram entre 2011 e 2016. O casal é acusado de lavagem de dinheiro ao receber caixa dois proveniente da construtora Odebrecht, empresa envolvida nos escândalos da Lava-jato.

Recentemente, o atual presidente Pedro Pablo Kuczynski renunciou ao cargo devido a acusações de ter recebido propina também da Odebrecht. Outro governante acusado de corrupção é Alejandro Toledo, presidente entre 2001 e 2006, que está foragido nos Estados Unidos.

O UOL, inclusive, repercute citação do jornal New York Times que questiona, de maneira irônica, se o Peru precisaria de um presídio especial para deter os ex-líderes.

Panamá

Ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli (Foto: Divulgação/Blog Oficial de Ricardo Martinelli)

O site Gazeta do Povo registra que o Panamá também teve escândalo envolvendo corrupção. O ex-presidente Ricardo Martinelli, que presidiu o país entre 2009 e 2014, foi detido no ano passado em Miami por conta de lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato.

Guatemala

O portal de notícias G1 destaca que, em 2015, o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, renunciou devido a um escândalo de corrupção após a revelação de um esquema conhecido como La Línea (A Linha).

Argentina

Casa Rosada, sede do governo da Argentina (Foto: Joaquim Nery)

Em 2017, um tribunal da Argentina confirmou a condenação a sete anos de prisão para o ex-presidente Carlos Menem — que governou o país de 1989 a 1999 — por contrabando agravado de armas à Croácia e ao Equador entre 1991 e 1995. As informações são do portal de notícias G1. O país é conhecido por ter condenado também seus ex-ditadores militares à prisão.

De acordo com o G1, Menem foi condenado pela Justiça, em 2013, a sete anos de prisão e 14 de inabilitação para desempenhar cargos públicos após ser considerado “coautor” de contrabando agravado de material bélico.

Cristina Kirchner, que presidiu o país entre 2007 e 2015, e hoje atua como senadora no país, foi outra governante que teve problemas com a Justiça. Segundo a Gazeta do Povo, ela foi apontada de acobertar iranianos acusados pelo atentado contra um centro judaico que matou 85 pessoas em 1994, e também acusada de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.

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