Bolão femino Gericó vence torneio em Gramado

Equipe fundada há mais de duas décadas volta a vencer a competição feminina após seis anos

Igor Mallmann
Redação Beta
3 min readNov 19, 2018

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Equipe Gericó reúne mulheres de diversas idades (Foto: Carlos Borges/Prefeitura de Gramado)

Formada por mulheres desde a casa dos trinta anos até a dos 60, a equipe de bolão feminina gramadense Gericó traz a união e a amizade como pilares para o sucesso no esporte. Neste ano, o time, que treina na sociedade Minuano, no Centro de Gramado, na serra gaúcha, voltou a sagrar-se campeã municipal depois de seis anos. Nas finais disputadas no dia 9 de novembro, o grupo derrubou dois pinos a mais do que a segunda colocada (Pé de Moleque A), somando um total de 3.811 pontos.

“A união é o que mantém nossa equipe jogando. Tenho amigas ali que conheço há 40 anos. A gente realmente gosta de se reunir e jogar”, afirma Elisabete Barbacovi, 62 anos, atleta do time Gericó. Além do troféu conquistado por sua equipe, ela, que é mais velha entre as praticantes do grupo, faturou o título de campeã individual do torneio ao derrubar 491 pinos.

Da fundação da equipe Gericó, há cerca de 26 anos, restam duas atletas: Marli Handow e Vera Cristófoli. Elisabete entrou pouco tempo após o início do time, há 24 anos. Atualmente, sua filha Pâmela também integra a Gericó. Para essas 14 mulheres, que treinam bolão uma vez por semana, o esporte vale muito mais pelas boas gargalhadas e conversas descontraídas do que pelas medalhas e troféus. “Nós saímos juntas, nos divertimos, damos risadas. Mesmo nos treinos, o bolão acaba sendo sobre o que menos falamos, ficamos mais botando o papo em dia”, conta Elisabete.

Aposentada, Elisabete ainda trabalha como secretária. Na Gericó, misturam-se diversas profissões, cabeleireira, empresárias de diferentes ramos, dona de casa, entre outras. Inclusive, a camiseta que serve de uniforme da equipe foi conseguida graças a uma das atletas, que possui uma loja de material esportivo.

Confira o resultados da final do bolão feminino de Gramado:

1º lugar: Gericó: 3.811 pinos derrubados;

2º lugar: Pé de Moleque A: 3809 pinos derrubados;

3º lugar: Pé de Moleque B: 3.652 pinos derrubados.

Falta incentivo

Mesmo que a equipe feminina de bolão reúna mulheres de variadas idades, Elisabete Barbacovi teme que o esporte possa morrer na cidade em dois ou três anos. Segundo ela, o interesse tem diminuído e o poder público, por seu lado, tem sido muito ausente na promoção da modalidade.

“Acho que falta incentivo pro bolão. Tu vê que as pessoas não tem mais interesse em ir treinar. Há anos atrás a participação era muito maior. A prefeitura tinha que achar uma maneira de promover melhor o esporte”, argumenta Elisabete.

Como premiação, por exemplo, as atletas vencedoras receberam medalhas e troféu, mas nenhum prêmio em dinheiro. Elisabete diz que elas não jogam por recompensa financeira, obviamente, mas seria um agrado interessante, até para tornar o torneio municipal mais atraente. “Se ganhássemos um prêmio poderíamos fazer uma confraternização especial ou mesmo uma viagem em grupo”, pondera Elisabete.

Sobre o bolão

O bolão é uma espécie de boliche primitivo, tendo sua origem na Alemanha, com o nome de Kegeln. Por isso, é tradicional em localidades do interior do sul do país nas quais predomina a colonização germânica. O objetivo do jogo é rolar a bola através da pista e derrubar o maior número de pinos. No bolão, são 9 pinos.

Exemplificação da modalidade no estadual de 2016 (Vídeo: Reprodução/Youtube)

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Igor Mallmann
Redação Beta

Jornalista formado pela UNISINOS/RS, proprietário da empresa Mallmann Produção de Coteúdo