Amor pelos animais desperta o desejo de empreender

Estudante de Arquitetura atende bichinhos de estimação de amigos e projeta abrir sua pet shop em São Leopoldo

Paola Guimarães
Redação Beta
4 min readJun 6, 2018

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Nicole buscou incentivo da família para se aprimorar no ofício e retomar, agora profissionalmente, a paixão pelos bichos de estimação. (Foto: Paola Guimarães/Beta Redação)

Nicole Guedes Pinheiro, 29 anos, de São Leopoldo, sempre quis trabalhar com animais. Sonhava em ser veterinária. Essa paixão pelos pets desvirtuou um pouco quando ela foi conhecer mais sobre a profissão e também a faculdade de Medicina Veterinária, com todo o seu conteúdo e os valores.

Por um tempo, ela deixou de lado essa vontade, e foi então que se deparou com a sua segunda paixão, a arquitetura. “Hoje estou no 7º semestre do curso e trabalho como freelancer, fazendo projetos para arquitetos conhecidos”, explica.

O despertar para o mundo pet aconteceu em dezembro de 2016, quando uma colega de trabalho procurava um lugar ou alguém de confiança para que pudesse ficar com seus dois cachorros, pois ela iria passar as festas de final de ano com a família, que mora em outro estado.

Nicole se ofereceu para ficar com os cães e nem precisou de adaptação entre os bichinhos. “Tenho cinco cachorros, dois porquinhos-da-índia e uma calopsita e, para a nossa surpresa, foi paixão à primeira vista. Eles ficaram amigos desde aquele dia 18 de dezembro de 2016”, conta.

A partir dessa data, a jovem conta que começou a se organizar financeiramente para que pudesse dar um próximo passo, um curso de banho e tosa. Continuou trabalhando no comércio de São Leopoldo por quatro meses e conciliando com a graduação à noite. “Quando quitei minhas contas, conversei com a minha família novamente sobre o assunto da pet shop. Então, minha família se ofereceu para me ajudar e me deu de presente o curso de banho e tosa”, lembra, emocionada.

A jovem conta que quando começou o curso ficou impressionada com as possibilidades e opções do mundo pet, incluindo feiras, competições, maquinários, produtos, técnicas e afins. “Com o passar das aulas, fui desenvolvendo as técnicas e aprimorando as coisas que eu já fazia em casa quando eu dava banho nos meus (animais). Sempre quis deixá-los bonitinhos e bem arrumados, como se estivessem ido a uma pet mesmo”, diz Nicole, aos risos.

Nicole com o primeiro pet que atendeu, a cadela Lua. (Foto: Paola Guimarães/Beta Redação)

Após 45 dias de curso e muito aprendizado, Nicole começou atender os primeiros animais, os cachorros da ex-colega de trabalho. Aquela mesma que havia ajudado Nicole a dar o pontapé inicial para aquilo que sempre foi a sua vontade desde criança.

Considerando que todo o começo é complicado, a jovem empreendedora se anima por ser apaixonada pelo que está fazendo. “Trabalhar com animais é, sem dúvida, extremamente gratificante”, revela. A clientela de Nicole foi aumentando devido à propaganda dos fregueses já satisfeitos com o trabalho realizado e a novidade da abertura da pet shop se espalhou.

Confiança dos clientes

Nicole começou a atender em outubro do ano passado e, de lá pra cá, vem surgindo mais clientes. Ela lembra que o trabalho que desenvolve é lento e trabalhoso, pois entende que conseguir a confiança de pessoas que têm os animais como membros da família, e não como meros animais de estimação, é bem complicado. “Eu acredito que esse meu amor pelos animais transpareça desde o primeiro encontro com eles, e os donos sentem isso. A gente transmite amor e confiança à primeira vista”, afirma ela.

A jovem se divide entre os serviços da Arquitetura e o início da pet shop. (Foto: Paola Guimarães/Beta Redação)

No mês de fevereiro, Nicole começou a divulgação através das redes sociais, mas sem nada muito elaborado, pois ainda não conseguiu investir tempo integral para a pet. Isso deve mudar quando aumentar o fluxo de clientes. “Entendo que em seis meses eu não consiga ainda me sustentar somente com esse trabalho, sem falar que, sim, a Arquitetura é uma das minhas paixões e, enquanto eu conseguir me dividir entre essas duas paixões, eu vou fazer”, projeta.

Hoje a divisão de tarefas da Nicole fica assim: o turno da manhã ela reserva para fazer os trabalhos freelancer dos arquitetos que ela auxilia; na parte da tarde e aos finais de semana, ela se dedica para a pet shop, o que envolve desde os banhos e as tosas até o pet hotel. “Assim que a demanda da pet for maior, sem dúvida vou começar a diminuir a arquitetura e me dedicar cada vez mais aqui, pois o retorno satisfatório e emocional é mais rápido e muito mais gratificante para mim”, explica.

Investir no empreendimento

Nicole aproveitou os conhecimentos da arquitetura para fazer o projeto da empresa, onde deve ampliar o espaço que tem hoje, com três baias para animais de pequeno e médio porte e duas para animais de grande porte. Com isso, ela conseguirá atender mais clientes de uma só vez e, futuramente, contratar outra pessoa como auxiliar. “Já fiz a busca de cursos no Sebrae para me auxiliar no desenvolvimento da empresa e espero que, dentro de um ano e meio, eu já esteja trabalhando somente com a pet shop e vivendo disso”, conclui.

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