Testado e aprovado na Expointer

Azeite de oliva gaúcho ganhou um espaço no estande do Ministério da Agricultura para ser degustado pelos visitantes; produto já movimenta R$ 28 milhões por ano no RS

Matheus Vargas
Redação Beta
3 min readAug 31, 2019

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Só o RS já produziu cerca de 180 mil litros de azeite em 2019(Crédito: Pixabay)

Até agosto desse ano, segundo o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), foram produzidos 230 mil litros de azeite de oliva no Brasil. Destes, quase 80% vem do Estado. Para divulgar a qualidade do azeite gaúcho e estimular a produção, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), promoveu oficinas de análise sensorial de azeite de oliva extravirgem.

Segundo o representante da Superintendência Federal da Agricultura do RS Ricardo Furtado, há 200 produtores de oliva no Estado em uma área de 5 mil hectares e o crescimento médio tem sido de 500 hectares ao ano. “Há grande potencial de consumo e de negócios. Em 2018, foram exportados 80 milhões de litros. Se conseguirmos produzir 10% disso, já é uma fatia considerável”,avalia Furtado.

O representante destaca que são ao menos 30 marcas comerciais no Rio Grande do Sul. Uma das vantagens de produzir oliveiras é o baixo investimento com alto valor agregado. “A oliveira se torna uma segunda fonte de renda. São médicos, advogados, pessoas que tem uma profissão e querem fazer seu próprio azeite”, afirma.

Para o auditor fiscal federal agropecuário do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-RS) Marcos Vinícios de Souza, estas oficinas de análise sensorial do azeite de oliva comercializado no Brasil vão reforçar as ações que o Mapa já adota para garantir a qualidade do produto consumido pela população. “Isso também será benéfico para os produtores de azeite de elevada qualidade", esclarece.

Demonstrações ocorreram na 42ª Expointer(Créditos: Louise Jank/Mapa)

O coordenador do LFDA-RS, Fabiano Barreto, concorda. “Permitirá um ambiente equilibrado que inclusive fomente o consumo de produtos nacionais”. O coordenador explica que a análise sensorial é uma das avaliações previstas na Instituição Normativa (IN) nº 01/2012 do Mapa, que estabelece padrões de identidade e qualidade do azeite de oliva no Brasil. É a única análise que consegue determinar se o azeite de oliva é extravirgem. “Os atributos devem ser avaliados quanto à sua intensidade numa escala de zero a 10. Para ser considerado extravirgem, o azeite deve apresentar mediana de frutado maior que zero e nenhum defeito com mediana superior a zero. Virgem será o azeite com mediana de frutado maior que zero e mediana de defeito inferior a 3,5, lampante é o azeite virgem cuja mediana de defeitos for maior que 3,5 ou frutado igual a zero”, explica Barreto.

Souza também ressalta que um bom azeite extravirgem, com pouco tempo, pode decair para virgem, ou mesmo lampante, se não for acondicionado ao abrigo da luz, do calor e mantido bem fechado. “O tipo lampante não pode ser destinado diretamente à alimentação humana, porém poderá ser refinado. O azeite refinado pode ser misturado a azeites virgens ou extravirgens, dessa forma, é encontrado no mercado como azeite de oliva tipo único”, finaliza.

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