ANÁLISE: O “Foguetinho” de Tite finalmente decola

Após flertar com a reserva, William tem atuação consistente e enfim justifica titularidade em primeiro jogo dos matas

Pedro Kobielski
Redação Beta
3 min readJul 3, 2018

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Willian no jogo Brasil x México, pelas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia 2018. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Neymar foi o grande nome da Seleção Brasileira na vitória de 2 a 0 sobre o México, pelas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia. O camisa 10 assumiu a responsabilidade a ele atribuída e acabou levando a tradicional premiação da FIFA como “Homem de Jogo”, após anotar um gol e uma assistência para o gol de Firmino. Mas isso, certamente, não é surpresa alguma para os torcedores do Escrete Canarinho, que já esperam de Neymar esse protagonismo. Nessa partida, a atuação individual que mais chamou a atenção foi, certamente, a de Willian — que, de candidato a reserva no time de Tite, virou titular incontestável e coadjuvante de luxo do astro do PSG.

O meia-direita do Chelsea foi, no primeiro tempo, oscilante — assim como toda a equipe brasileira, faça-se justiça. As jogadas burocráticas e com pouca consequência do camisa 19 irritaram a torcida na Arena Samara, no sudeste russo. Mas o intervalo aparentemente esquentou o time, e Willian, o mais aceso entre os jogadores de frente, saiu de seu habitat natural, a distante ponta direita, para trocar passes e triangulações com Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus. A mudança de Tite o deixou mais próximo do gol e do próprio centro técnico da Seleção Brasileira, que reside, inquestionavelmente, no lado esquerdo ofensivo.

Os bons dribles, arrancadas e chutes na direção de Ochoa resultaram no gol que abriu o placar do jogo: após uma inteligente tabela com Neymar, Willian foi rápido e inteligente o suficiente para deixar dois mexicanos na saudade e devolver a bola para o craque, livre dentro da pequena área. Foi a coroação de uma atuação de gala, que colocou o Brasil nas quartas de final e garantiu, agora sem sobressaltos, o seu lugar no time titular.

No segundo jogo do Brasil na Copa, contra a Costa Rica, a impaciência da torcida acabou colocando uma pressão extra sobre o paulista de Ribeirão Pires, que, além das opacas atuações, ganhou um ingrediente extra em sua instabilidade: a atuação de Douglas Costa, que rendeu elogios da imprensa e exigências por sua escalação desde o início. A lesão do atacante da Juventus trouxe, a fórceps, a titularidade de volta ao colo de Willian, que, finalmente, desencantou e rendeu elogios do “professor” — que deu a ele a alcunha de “Foguetinho”.

“Eu fico feliz pelo apelido carinhoso que ele (Tite) sempre vem falando, me chamando de Foguetinho. Mas o mais importante é o Brasil vencer. Estou feliz pela minha atuação, mas muito mais feliz pela vitória e atuação de toda equipe”, afirmou, protocolarmente, o menino de black power e arrancadas certeiras. Felizmente, desta vez, a burocracia ficou reservada apenas aos microfones.

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