Analfabetismo ainda é chaga para 275 mil gaúchos

Número vem caindo, mas ainda é alto entre idosos

Paulo Egídio
Redação Beta
2 min readDec 11, 2018

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Índice triplica na faixa etária superior aos 60 anos (Foto: Mirele Pacheco/PMPA)

Pilares fundamentais para o pleno exercício do direito à instrução as simples tarefas de ler e escrever não são realidade para mais de 275 mil gaúchos, número aproximado de pessoas com 15 anos ou mais consideradas analfabetas em todo o Estado, de acordo com dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice dispara na faixa etária superior aos 60 anos, em que a taxa de analfabetos é de 10,9%, contra 3% da média geral.

Principal política a nível estadual para a diminuição do número de analfabetos, a Educação para Jovens e Adultos (EJA) atende a uma parcela pouco expressiva do contingente de não-alfabetizados. No momento, de acordo com a secretaria Estadual da Educação, 6.336 alunos cursam a modalidade 1 do programa, que equivale às séries iniciais do Ensino Fundamental — apenas 2,3% do total de analfabetos.

Se a erradicação dessa chaga ainda está distante, a pasta ressalta que, nos últimos anos, “houve uma redução do número de analfabetos no Estado”. De fato, as estatísticas mostram que, entre 2012 e 2017, a quantidade de gaúchos com mais de 15 anos considerados analfabetos passou de 4,2% para 3%.

Ainda assim, no mesmo período, outras unidades da federação obtiveram resultados melhores. A Bahia, por exemplo, reduziu o contingente de 16,1% para 12,7%.

De acordo com Hilário Bassotto, vice-presidente do Conselho Estadual da Educação (Ceed), órgão responsável por normatizar o sistema estadual de ensino, o sistema EJA é acompanhado e fiscalizado permanentemente. “Para credenciar as escolas, exigimos que todos os professores tenham formação pedagógica”, explica. “Nossas comissões fazem visitas nas escolas e procura atender quando houver alguma demanda ou uma denúncia de irregularidade”, afirma.

Bassoto aponta ainda a prevenção à evasão escolar como a principal arma para combater o analfabetismo a longo prazo. “Precisamos qualificar os profissionais para que os alunos não desistam ao longo do processo” afirma o conselheiro.

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