Sincera e direta, tanto para mostrar carinho quanto para expor suas dores

Anna Norina Konzen (1931–2020)

Henrique Bergmann
Redação Beta
2 min readJun 10, 2020

--

Anna foi uma mulher forte, sincera e direta. Não cansava de demonstrar o amor que tinha por filhos, netos e bisnetos, ao mesmo tempo que nunca escondia os fardos e dores que carregava. Conseguia mostrar quem era com transparência, expondo suas qualidades e seus defeitos. “A minha vó era uma mulher que não acreditava na romantização da vida”, diz o neto Luiz Carlos Marin Konzen.

Era da quinta geração de uma família germânica e teve como primeiro idioma o alemão. Ao lado do marido, Carlos Ignácio, com quem teve cinco filhos, foi comerciante a vida inteira, sendo dona por mais de 30 anos do bar mais popular da Praça Matriz, em Lajeado (RS). Por lá ficou conhecida e era adorada, pois sempre teve prazer em bater papo e ser simpática com todos.

Ao longo de toda a vida foi clara ao expor as causas de suas maiores dores, mesmo que não conseguisse amenizá-las ou resolvê-las. Foi assim, por exemplo, com a morte precoce do filho Odone, aos 18 anos. “Qualquer que fosse o assunto a fazia lembrar do filho que morreu em um acidente de carro. Mas, mesmo com esse fardo que a seguiu pela vida, teve a capacidade de ter uma vida prazerosa e feliz”, conta o seu neto.

Anna viveu 50 anos em Lajeado, ao lado do marido e dos filhos. (Foto: Caco Marin/Arquivo pessoal)

Anna tinha um talento natural para a costura. Era “uma costureira de mão cheia”, como diz Luiz. Mas encontrou nas danças dos bailes da terceira idade de Lajeado e no coral da igreja da cidade (nunca perdia a missa aos domingos) seus locais de lazer.

Após a morte do marido Carlos, em 2014, viveu os últimos anos junto de sua inseparável companheira, a cachorrinha Bibi, de 16 anos, e completamente dedicada a sua fé.

Anna nasceu em Cruzeiro do Sul (RS) e faleceu em Lajeado (RS), aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.

--

--