As razões que construíram um voto nulo

Sem candidatos no segundo turno, Lucas Poletti, morador de Cachoeirinha-RS, preferiu anular os seus votos

Guilherme Chaves
Redação Beta
3 min readOct 29, 2018

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Mesmo sem candidato, Lucas exerceu sua cidadania (Foto: Guilherme Chaves / Beta Redação)

Foi tranquilo e sem ocorrências graves o último domingo de eleições na cidade de Cachoeirinha, Rio Grande do Sul. Seus 102.562 eleitores foram as urnas 73.453 (71,61%) entre às 8h e 17h, e se dividiram na preferência do pleito.

Votando para presidente da República, o município acompanhou a decisão do Brasil e deu ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) 51.143 (69,63% dos votos válidos). Seu adversário, Fernando Haddad (PT), teve 22.310 (30,37% dos votos válidos). Foram 2.458 votos em branco e 5.037 votos nulos.

Já para o Governo do Estado, o cenário foi diferente. O candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB) recebeu 38.873 votos (53,5%). Seu opositor e governador eleito, Eduardo Leite (PSDB) , teve 32.047 votos (46,50%). Houve ainda 3.491 votos brancos e 8.072 nulos.

Lucas Poletti Garcia, 24 anos, morador de Cachoeirinha, participou de sua quarta eleição, mas ao todo já são oito turnos realizando seu papel de cidadão. Segundo ele, a cada ano que passa a esperança por um país melhor vem diminuindo. “Com os anos, tenho perdido um pouco de esperança nas eleições. Em todas as oportunidades, estudo todos os candidatos possíveis vendo prós e contras de cada um, porém percebo que muitos ao meu redor votam apenas por votar”, conta.

Para o analista de sistemas, os candidatos que mais aparecem na mídia, independentemente de seu passado ou propostas ao governo, conquistam a simpatia do eleitor. Esse é um dos motivos para ele não assistir ou ouvir as campanhas em televisão ou rádio. Por isso, em 2018, Lucas deixou um pouco de lado as eleições e escolheu os candidatos que acredita terem mais potencial para entregar aquilo que, em sua visão, mais falta nas regiões em que serão responsáveis.

No primeiro turno seu voto para governador foi para Jairo Jorge (PDT), enquanto escolheu João Amoêdo (Novo) para a presidência. Sem candidatos nesse segundo turno, o cachoeirense optou por anular seus votos. “No segundo turno, fui votar apenas por votar. Até porque preferi anular os meus votos que escolher alguém que não represente nada daquilo que penso,” afirma. Segundo ele, os dias de votação não apresentaram nenhum problema. Em resumo, foi um processo tranquilo e rápido.

Como não votou em nenhum dos candidatos, Lucas torce para que nos próximos quatro anos as propostas e promessas feitas para os eleitores sejam executadas. “Torço para que as crenças do povo nos candidatos eleitos realmente ocorram. Vivemos em um país onde a esperança na política está cada vez menor e o país, em minha visão, em uma grande decadência. Torço pelos candidatos eleitos e que possam fazer melhorias realmente necessárias em nosso estado e país,” diz esperançoso.

Jovem, ele também crê que política, futebol e religião não se discutem. Poletti prefere votar de acordo com suas crenças e com a personalidade que adquiriu após o encerramento de cada ano eleitoral.

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Guilherme Chaves
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Assessor de Imprensa — MS+ Sports, Porto Alegre/RS