Atletas amadores popularizam aplicativos

Amplamente utilizados, apps de atividades esportivas agem como agente motivador

Alessandro Garcia
Redação Beta
3 min readSep 25, 2018

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Softwares, cada vez mais, estão em alta nas lojas de aplicativos. (Foto: Flickr/Reprodução)

A intersecção entre esporte e tecnologias digitais é uma realidade evidente de nossa época. Se, por um lado, ferramentas sofisticadas ajudam atletas profissionais a atingirem alta performance, de outro, o amplo espectro e a facilidade de acesso a estes aplicativos temáticos têm atraído atletas sazonais — pessoas comuns que se utilizam do suporte fornecido por programas, em geral, geradores de dados, como um estímulo à prática de atividades físicas.

Nas lojas de aplicativos dos principais sistemas operacionais é considerável a quantidade de downloads de softwares voltados ao esporte. Em geral, apps de caminhada e ciclismo se sobressaem no número de interessados. Um bom exemplo é o aplicativo Strava, que contabiliza atualmente 10 milhões de downloads na PlayStore (loja de aplicativos do sistema Android).

Também são muito procurados os aplicativos que, além de gerar indicadores de desempenho, auxiliam o usuário a se programar quanto a aspectos referentes à alimentação e horários para a prática esportiva. Esse é o caso do app Treino em Casa, que atingiu a marca de 480 mil downloads na Playstore.

Os usuários destes aplicativos, geralmente atletas amadores, relatam utilizar estes programas para a obtenção de dados como o tempo em trajetos, gastos calóricos e picos de frequência cardíaca. Eles também revelam haver um efeito de estímulo à pratica esportiva, gerado por um aspecto de comunidade e competitividade, característico destes aplicativos.

Perfil de usuários

O consultor de marketing Patryck Narciso Barbosa, 33, relata utilizar com relativa frequência os aplicativos geradores de indicadores de desempenho, principalmente o app Polar. Através do software, Patryck monitora sua frequência cardíaca durante a prática de musculação.

Caroline Mammarella, 27, analista de marketing, é adepta das caminhadas e utiliza aplicativo Strava como um mensurador de resultados.
“Para mim, serve principalmente de estímulo. O pouco tempo que tenho para atividades físicas se torna mais interessante, pois, com os dados, eu consigo aprimorar minha performance. Compito comigo mesmo”, diz Caroline.

Ela também relata o uso de um segundo aplicativo, chamado Treino em Casa. Por meio deste app, a analista programa o cumprimento de metas relativas à queima de calorias diária, bem como o equilíbrio do ganho através de uma alimentação regulada.

É um caso semelhante ao de Rodrigo Ody, administrador, 40. Ele ressalta uma característica de comunidade presente nos aplicativos dos quais é usuário, o Strava e o Polar. Rodrigo é adepto de caminhadas mais longas, em que, além do exercício físico, aproveita para explorar e admirar a paisagem.

“Monitorar as caminhadas pelo aplicativo permite, também, comparar esses resultados com o de outros usuários. Inclusive comparar resultados de tempo de um mesmo trajeto”, relata Rodrigo. Para ele, toda essa comunidade atua como um estímulo.

Rodrigo é adepto de longas caminhadas. Neste trajeto, por exemplo, foram percorridos 17,1 km num período de 3h30min (Foto: Arquivo Pessoal/Rodrigo Ody).

Profissionais

Rodrigo acompanha seus dados de desempenho, como picos de frequência cardíaca, e os monitora junto a seu médico. Esta é uma preocupação expressa pelo personal trailer Rafael Souza, 39. Para ele, a facilidade de acesso a estas ferramentas, bem como sua incorporação na rotina das pessoas, possui aspectos ambíguos. Pode ser benéfica no sentido de gerar estímulo à pratica esportiva, porém pode apresentar-se nociva, quando esta prática não é acompanhada por profissional habilitado.

“É muito interessante e, realmente, tem bastante efeito em motivar a prática de exercício físico. Porém, é importante ressaltar que, para adquirir o melhor resultado e executar a atividade da forma correta, é imprescindível o acompanhamento de um profissional”, esclarece o personal.

Ele ainda argumenta a importância de observar o funcionamento metabólico de cada atleta. Assim, é imprescindível o acompanhamento num sentido de evitar esforços em demasia, que podem resultar, inclusive, em graves lesões.

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