Prefeitura enfrenta dificuldades na pavimentação de ruas em Porto Alegre
A histórica falta de manutenção de vias caracteriza mais uma das ruas de um Porto não muito Alegre
A locomoção de porto-alegrenses dentro da capital gaúcha é um problema antigo, as ruas dentro dos bairros podem ser extremamente mal cuidadas, alternando entre asfaltadas e outras sem pavimentação apropriada. Um dos lugares onde a via está em condições precárias há anos é a Rua Domingos de Abreu, no bairro Sarandi em Porto Alegre.
Os moradores já tentaram entrar em contato com a Câmara de Vereadores para a manutenção, entre eles a residente Agnes Christimann, que mora no local há 45 anos. A principal reclamação é da diferença de tratamento que a rua recebe. “As ruas do lado são asfaltadas, boas de se andar, a Tolêdo Piza é maravilhosa de andar com o carro, e aqui é assim” explica. Ao relembrar os problemas de viários, ela comenta que tentou lutar por melhorias anos atrás: “Mandei e-mail para um vereador pedindo para pavimentar aqui, e ele me disse que estava fora da sua competência”.
Segundo o site da Prefeitura de Porto Alegre, a pavimentação de ruas e estradas demanda uma série de critérios que precisam ser analisados para que as obras aconteçam, entre elas a largura, o cadastramento, entre outras exigências. Além disso, vias que que dão acesso a escolas, linhas de ônibus, postos de saúde, vias de abastecimento e vias interbairros são prioridades. A rua Domingos de Abreu, é extensa e cruza com diversas avenidas ao longo do seu trajeto.
Para o vereador Marcelo Sgarbossa (PT), a pavimentação é um tema muito forte em debates eleitorais “É uma obra que aparece, como diz a frase ‘nenhum prefeito gosta de fazer esgoto, porque esgoto é enterrar cano, e cano ninguém vê’ e isso diminui as chances de sucessos eleitorais”. Apesar disso, o político analisa que, de forma geral, Porto Alegre tem uma pavimentação suficiente, mesmo que em alguns pontos possa ser melhorada por ser um fator de inclusão.
Como esse é um assunto tipicamente do executivo, cabe aos vereadores fiscalizar e cobrar quem é o responsável, verificar a aplicação correta dos recursos, a prioridade das ruas. “Percebemos que há uma tendência de pavimentar a Ipiranga, a Bento Gonçalves, avenidas onde mais tem fluxo, não que não há a necessidade, mas sim que há uma lógica, justamente com um viés eleitoral”, reforça Sgarbossa.
Entretanto, Sgarbossa diz não ser um defensor da pavimentação de todas as vias “Tem a questão da absorção: quanto mais impermeável for a rua, mais a água vai correr para algum lugar, causando alagamentos”. Também cita tecnologias de asfaltos que recolhem a água, ou outros métodos de pavimentação, como paralelepípedos, blocos intertravados ou que as pavimentações no futuro poderão gerar energia pela passagem de veículos.
No dia 5 de junho, o prefeito Nelson Marchezan (PSDB), detalhou o lançamento de um Programa de Requalificação Asfáltica. Os sete editais de cerca de R$ 113 milhões serão somados às obras que já estão em execução. O secretário municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Marcelo Gazen, informou que dois lotes de obras já estão ocorrendo em vias de alto fluxo de veículos, como as avenidas Ipiranga, Bento Gonçalves, Antônio de Carvalho e Protásio Alves.
Segundo Adriano Dallagnol, funcionário da prefeitura na área de cobrança de IPTU, a responsabilidade pela pavimentação de ruas era da Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV). Depois que Marchezan assumiu, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (SMIM) ficou incumbida destas ações.
