Aumento no preço dos transportes preocupa população

Moradores da Região Metropolitana de Porto Alegre sentem no bolso reajustes da gasolina e do transporte público

Victor Dias Thiesen
Redação Beta
2 min readMay 6, 2019

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Conforme o IBGE, o brasileiro gasta ao mês 18,2% de seus rendimentos em transporte. Essa porcentagem só perde para Alimentação e Bebidas (24,7%), mas supera a marca de 15,7% dos gastos com Habitação. Para a Região Metropolitana de Porto Alegre, a porcentagem mensal gasta com transporte é de 17,7% ao mês.

Segundo pesquisa realizada pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL) nos postos da rede, o aumento no preço da gasolina na Região Sul foi de 3,7% em março de 2019. O registro da vendedora Juliana Plentz com os gastos em transporte bate com os dados do IBGE: ela afirma gastar cerca de 20% de seu orçamento entre combustível e manutenção do automóvel que utiliza para levar mercadorias a seus clientes nas cidades de São Leopoldo, Sapucaia, Esteio e Novo Hamburgo. “Já teve uma época em que os combustíveis não eram tão caros, não pesavam tanto”, recorda Juliana. Para lidar com os gastos atualmente, a vendedora procura atender o máximo de clientes por dia.

No que toca o gasto dos trabalhadores com o transporte público, a economista Patrícia Menna atribui ao modo como está disposta a relação entre setor público e privado. “Nosso transporte público é explorado por empresas privadas, que obviamente buscam o lucro, mas não é um ambiente realmente competitivo, pois o estado regula de forma a permitir monopólios”, explica. No mês de março de 2019, o preço do transporte público na região Metropolitana de Porto Alegre teve um salto de 10,16% em relação a março de 2018, segundo dados do IBGE.

“Eu encaro os gastos com transporte como despesa fixa, mas ultimamente tenho considerado um gasto excessivo porque, além de estarem mais caros, são inseguros e desconfortáveis”, diz Samuel Rodrigues, morador de Novo Hamburgo que passa por três cidades de Trensurb para estudar e trabalhar em Canoas. A partir do dia 3 de março de 2019, o preço do bilhete do trem passou de R$ 3,70 para R$ 4,20. No ano passado, o valor havia aumentado depois de 10 anos estabilizado em R$ 1,70.

Nataly Gonçalves afirma que se não recebesse vale-transporte, o custo do deslocamento diário seria inviável. “Eu praticamente pagaria para trabalhar. Como moro em outra cidade, preciso pegar ônibus e trem”, diz a estagiária da Unimed NH.

Algumas alternativas podem ajudar a economizar com transporte. Patrícia Menna diz que as novas tecnologias devem ser exploradas. “Às vezes vale a pena abrir mão do carro para utilizar um aplicativo de motorista particular. Há também as caronas, que cada vez mais se organizam pelo meio online. Além disso, há a opção mais severa, que é mudar para perto do trabalho.”

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