Basquete sobre rodas marca mais um final de semana do PARAJAC em Canoas

Competição tem como objetivo a promoção da inclusão de pessoas com deficiência nos esportes

Jaime Zanatta
Redação Beta
4 min readSep 3, 2018

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Leme e Canoas Brothers disputaram ponto a ponto a vitória (Foto: Jaime Zanatta/Beta Redação)

Aconteceu no último domingo, 2, a partida do basquete sobre rodas que integra os Jogos Paradesportivos de Canoas (PARAJAC). No ginásio do complexo esportivo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), a equipe Leme, de Novo Hamburgo, levou a melhor em cima do time anfitrião, o Canoas Brothers. Em um jogo disputado, os visitantes venceram por 36 a 32.

A vitória, porém, não é o objetivo maior do grupo vencedor. Para a equipe hamburguense, a acessibilidade nos esportes é a principal pauta a ser fomentada com a participação no evento. “O basquete sobre rodas é a forma mais rápida de inclusão. Quem tem amputação, deformidade e paraplegia pode se dedicar a ele”, comentou o treinador da equipe, Alex Michel, que, entre um tempo e outro do jogo, conversou com a Beta Redação.

Alex passa orientações para os atletas da Leme, de Novo Hamburgo. (Foto: Jaime Zanatta/Beta Redação)

Com paralisia infantil, Alex é graduado em Educação Física e pratica o basquete desde a adolescência. “O basquete sempre esteve ligado a minha vida, só que agora eu passei de atleta para professor, depois da faculdade. Sempre que dá eu ainda estou ali, em quadra, brincando com os colegas”, conta.

Do outro lado, o ‘professor’ do Canoas Brothers, Gabriel Folador, pratica o esporte desde os 23 anos. Após um grave acidente de moto que lhe tirou os movimentos, em 2008, coube a ele procurar uma atividade que lhe permitisse seguir na prática. “Eu sempre fui praticante de esportes. Antes, eu era jogador de futebol e depois precisei encontrar outra atividade e encontrei o basquete, já que ambos são semelhantes e envolvem a coletividade”, relata.

Falta de apoio

Enquanto falava sobre a rotina do time, Gabriel lamentou que o grupo não consegue participar de muitas competições. “As verbas são limitadas e a gente não tem muito apoio. Sempre estamos atrás de apoiadores ou patrocinadores, mas nem o poder público nos auxilia nessa área”, desabafa.

Para participar de outras competições, o Canoas Brothers precisa de apoio (Foto: Jaime Zanatta/Beta Redação)

Outros esportes

Além do basquete sobre rodas, o PARAJAC também teve disputas de goalball e de atletismo. Na primeira, seis times disputaram o esporte, que é o único paralímpico não adaptado. O goalball se destaca por ter sido pensado exclusivamente para deficientes visuais. Ele é baseado na audição e no tato. Parecido com o futebol, os atletas precisam tocar a bola para o gol do adversário. Durante as partidas, não pode haver ruídos no ginásio.

O goalball é um esporte pensado, exclusivamente, para deficientes visuais (Foto: Derli Colomo Júnior/Prefeitura Municipal de Canoas)

Seis equipes disputaram nas modalidades masculino e feminino. Entre os homens, quem levou a melhor foi a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), com o time B. Eles também faturaram a segunda posição com o time A. Já a Associação Gaúcha de Futsal para Cegos (Agafuc) ficou com a terceira colocação.

No feminino, as jogadoras da Associação de Deficientes Visuais de Canoas (Adevic) levaram a melhor em casa. A Acergs ficou com o segundo lugar.

No atletismo foram disputadas provas de corrida de 100, 200 e 400 metros nas pistas do Complexo da Ulbra, sendo os atletas divididos por tipo de deficiência.

O PARAJAC continua nos próximos dias, embora a data do campeonato de futebol para cegos ainda não tenha sido definida.

O PARAJAC

O PARAJAC integra a programação da Semana da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Canoas (Foto: Jaime Zanatta/Beta Redação)

Em sua terceira edição, os Jogos Paradesportivos de Canoas têm o objetivo de promover a inclusão. A meta é aumentar a participação de pessoas com deficiências nos esportes.

Para o diretor da coordenadoria da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Canoas, Jair Silveira, é necessário parabenizar todos os atletas que participam das competições. “A gente tem que chamar a atenção para o comprometimento dos atletas com o paradesporto. Essa é uma iniciativa que ajuda no processo de inclusão”, comentou.

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