Beach tennis, um esporte intimista e inclusivo

Jogadores de todas as idades e profissões revelam que a modalidade não apenas melhora a saúde e a autoestima, como proporciona novas amizades e confraternizações

Milla Lima
Redação Beta
5 min readMay 29, 2022

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No beach tennis, as categorias Sub-12, 14 e 18 são direcionadas para jogadores(as) menores de idade. (Foto: Eder de Oliveira/Arquivo Pessoal)

O beach tennis tem se destacado como uma prática mais intimista e inclusiva, exercitada por pessoas de todas as idades, profissões e com condicionamentos físicos distintos. Mais do que promover experiências lúdicas e ser uma maneira de confraternização, o esporte disputado com raquetes possui regras simples e uma fácil adaptação para todos os praticantes.

O professor Eder de Oliveira, natural de Porto Alegre, já transitou entre Santa Catarina e Minas Gerais para dar aulas da modalidade. Atualmente, ensina na BT Training, academia conceituada de Uberlândia, onde mora. Ele garante que o local foi o que mais o atraiu para o esporte.

“Tudo na praia é melhor. O ambiente sempre me encantou e eu sempre admirei o tênis. Quando encontrei o beach tennis, achei que tinham inventado o esporte perfeito. Pelo piso de areia, que não machuca, e por essa energia de estar junto ao mar e à natureza”, explica Eder, que pratica a modalidade há 8 anos, quando o esporte se popularizou em Porto Alegre.

Eder ocupava o cargo de gestor comercial até a chegada da pandemia, que o fez virar instrutor de beach tennis em tempo integral. (Foto: Eder de Oliveira/Arquivo Pessoal)

Devido à paixão que a modalidade desperta e ao conforto proporcionado pela possibilidade do esporte ser disputado com os pés descalços na areia, o beach tennis também surpreende os jogadores, gerando hábitos mais saudáveis.

“Com certeza, ele impactou a minha vida. Voltei a treinar regularmente e, também, a trabalhar como instrutor. Eu já tinha sido treinador de goleiro, tive escolinha de futebol, mas com a prática do beach tennis, além de eu voltar a ser atleta, também tenho dado aulas nos últimos quatro anos”, menciona Eder.

O professor, certificado pela Confederação Brasileira de Beach Tennis (CBBT), narrou a pluralidade de pessoas envolvidas com esse esporte de origens litorâneas. Pais e filhos se reúnem para a diversão. Ele também contou que existem academias especializadas na modalidade e que muitos clubes também incentivam a prática do esporte. “Esse esporte é muito democrático”, reforça.

O empresário, educador físico e treinador Natanael Wittmann concorda. “Eu já não estava mais exercendo a profissão de educador físico por conta de outra ocupação. Em 2018, abri a PW Tênis, uma loja ProShop especializada em esportes com raquetes. Então, o beach tennis me trouxe de volta o amor pela Educação Física e um desafio de estudo e de capacitação. Sigo sempre buscando novas maneiras de trabalhar as necessidades dos meus alunos”, conta Natanael, que, assim como Eder, é capacitado pela CBBT e atende 50 jogadores por mês.

Natanael participou da Capacitação de Professores de beach tennis em Maceió, que contou com Gui Prata, pioneiro na modalidade, e o Capitão da Seleção Brasileira Juvenil, Juca Russo. (Foto: Natanel Wittmann/Arquivo Pessoal)

A inclusão no esporte é visível. Campeonatos com categorias mistas são uma realidade. A modalidade conta com grupos de jogadores profissionais e amadores e destina categorias voltadas para atletas acima dos 40, 50 e 60 anos de idade, além de crianças e adolescentes.

Eder, por exemplo, relata que já competiu nos campeonatos gaúchos e catarinenses e foi bicampeão, em 2021, na categoria Amador A, em Minas Gerais. O professor assegura que essa diversidade também está presente na luta pela medalha.

“O beach tennis tem toda a questão de você buscar seu objetivo e subir no pódio, mas é sempre uma grande confraternização para os atletas. Eu fico muito feliz de participar como professor. É legal ver a galera evoluindo, ganhando, ver o sorriso das pessoas, ver que, naquele momento, o meu aluno está em quadra e, depois, ele está ao meu lado, assistindo seu pai ou sua mãe jogar”, enfatiza Eder.

Para os alunos não é diferente. A advogada Isabella Rasteiro afirma ter se apaixonado pela modalidade em apenas um ano de jogos.

“O esporte me ‘obrigou’ a me manter firme nos treinos físicos. Faço exames médicos a cada três meses e meus marcadores estão perfeitos. Além disso, meu marido pratica comigo. Isso nos uniu ainda mais. Nos divertimos muito em quadra”, afirma Isabella.

A aluna acredita que a modalidade é uma maneira de se conectar com as pessoas e trazer amizades para a vida. “Um dos maiores benefícios é a integração. Eu me mudei de São Paulo para o Rio Grande do Sul há pouco mais de um ano. Se hoje tenho amigos por aqui, eles vieram do beach tennis. Se não fosse pelo esporte, minhas amizades estariam limitadas aos colegas de trabalho”, explica a advogada.

Isabella pratica a modalidade na Open Beach POA. (Foto: Isabella Rasteiro/ Arquivo Pessoal)

A aluna e cerimonialista Viviane Peres afirma o mesmo. Ela revela que o beach tennis foi influência de sua família. “No verão de 2021, eu passei muito tempo com a minha família vendo eles jogando. Então, decidi que, durante o ano, iria contratar um professor para aprender. No verão de 2022, eu já estaria jogando. E, assim, aconteceu. Joguei muito com eles neste último verão e fiz vários grupos de amigos com os quais jogo durante a semana. O beach tennis virou meu esporte”, relata Viviane, que também sente sua autoestima elevada durante a prática.

“Ajuda muito, controla meu peso e, também, me faz conviver com pessoas que praticam o esporte como eu”, demonstra.

Viviane acredita que o convívio e a prática são os pontos altos do beach tennis. (Foto: Viviane Peres/Arquivo Pessoal)

Se você está à procura de um esporte para fazer amigos, se divertir e seguir o seu próprio tempo de aprendizado, o preço para a aula semanal é de 65 reais na Orange Ball Centro Esportivo, onde o professor Natanael dá aulas. O local fica na avenida Feitoria, 1700, Pavilhão 1, em São Leopoldo, e inclui quadra e material para os alunos que ainda estão iniciando.

Já na Open Beach Poa, que fica na rua Dona Alzira, 349, bairro Sarandi, em Porto Alegre, o valor é, em média, de 60 reais, dependendo do horário, do nível do professor e se o treino é individual ou não.

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