Beta Esporte promove debate sobre jornalismo e racismo

Encontro contou com a presença dos jornalistas Vera Daisy e Jones Lopes e do ex-árbitro de futebol Márcio Chagas

yasmim fernandes borges
Redação Beta
2 min readAug 26, 2022

--

“Essa conversa de hoje não vai fazer a gente mudar o mundo, mas vai fazer a gente refletir sobre esse assunto tão importante na vida de muita gente”, destacou o ex-árbitro de futebol, Márcio Chagas, ao chamar a atenção dos estudantes da Beta Esporte para a importância da luta antirracista. Segundo ele, o racismo estrutural está arraigado nas próximas entidades que gerenciam o futebol no Brasil, espraiando-se também para as torcidas.

Encontro contou com a mediação dos professores Sérgio Endler e Micael Behs. (Imagem: Reprodução/Teams)

Jones Lopes, escritor e jornalista, contou como foi escrever a biografia de um dos grandes nomes do futebol gaúcho, o Escurinho. Ele relatou que foi procurado pessoalmente pelo jogador, que pediu para que ele fosse o autor de sua biografia. Infelizmente, o atleta faleceu um pouco antes do lançamento da obra na Feira do Livro de Porto Alegre de 2011. “Fazer o livro foi uma grande viagem. Lancei em 2011, mas desde 2009 eu estava em cima dele. A princípio eu não estava muito afim, pois trabalhava 10 horas na Zero Hora. Eu era editor e repórter. Mas ele insistiu que eu escrevesse. Então eu escrevi, mas do meu jeito”, disse.

A jornalista e ex-presidente do Sindjors, Vera Daisy, aprofundou questões relacionadas ao machismo e ao racismo nos anos 70. Ela conta que, juntamente com outras mulheres, criou o Maria Mulher, um centro de vivências, projetos, legados e inserções de mulheres negras nos espaços sociais do Rio Grande do Sul. “O espaço de fala de nós mulheres, especialmente nós mulheres negras, era negado, e foi preciso que a gente começasse a criar nossos núcleos para criar um movimento de resistência e de enfrentamento ao machismo”, destaca. Em sua fala, também explanou acerca da produção da Revista Tição, publicação porto-alegrense que circulou entre 1978 e 1982 para discutir a questão racial no estado e no país, como uma vertente do Grupo Palmares de ativismo negro, na imprensa gaúcha.

Os convidados também dissertaram sobre o jornalismo na época em que não existia a internet, quando no jornal impresso que, à época, era o principal meio de comunicação, existia espaço e visibilidade para esportes que hoje só se houve falar quando há final de campeonatos, como é o caso do futsal.

--

--