BlackFriday: confira dicas para não cair em promoções furadas

Paula Câmara Ferreira
Redação Beta
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4 min readNov 14, 2018

Especialistas aconselham como evitar ofertas mascaradas e controlar o consumismo

A BlackFriday é comemorada anualmente na 4ª sexta-feira do mês de novembro e é conhecida mundialmente como uma ação promocional que oferece grandes descontos (Foto: Reprodução/FreePik)

Chegou o mês de novembro e as lojas de todos os ramos começam a estampar cartazes e anúncios avisando os consumidores para ficarem ligados, pois no dia 23 a Black Friday promete trazer ofertas irresistíveis para os clientes. Mas, é preciso ficar atento para não cair na “black fraude”, já que na edição de 2017, 3.503 compradores queixaram-se de problemas com os comerciantes.

De acordo com o Reclame Aqui, site que reúne queixas de consumidores, 13,5% das reclamações eram sobre propaganda enganosa. Além disso, em relação às compras online, 9,8 % das pessoas falaram sobre problemas na hora de finalizarem a compra.

Lopes alerta que seja na Black Friday ou na Black Week o importante é: comprar o que precisar, quando precisar e não só porque está na promoção (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo o economista e coach financeiro Everton Lopes, 56 anos, é muito importante a pesquisa de mercado antes de adquirir qualquer produto para evitar aborrecimentos. “Convém também verificar nos sites de reclamação se a tal loja/site, onde você estará adquirindo o seu produto, possuiu um ranqueamento satisfatório”, explica.

Lopes acredita que vale a pena fazer uma comparação de preços e assim conseguir aproveitar as promoções verdadeiras. “É possível adiantar as compras de Natal. Acho interessante, desde que realmente o preço esteja em conta”, acrescenta.

O consultor e educador financeiro Felipe Benfenatti , 33 anos, também defende que a melhor tática é a comparação de valores. “ É importante monitorar os preços, colocá-los em um papel ou em uma tabela e ir mensurando para poder saber se realmente na Black Friday, Black Week está mais barato”, afirma.

Sem saber dos conselhos dos especialistas, a estudante e assistente de administração júnior, Liege Barcelos, 32 anos, conta que é a primeira vez que está se organizando para comprar na Black Friday. “Vai ser a primeira vez que de fato eu estou me organizando para comprar na Black Friday. Em 2014, comprei um celular, mas foi sem planejamento algum: cheguei na loja e comprei. Se o desconto foi realmente interessante eu não sei, pois a compra ocorreu por impulso”, conta.

Liege comprou seu primeiro imóvel e está montando ele sozinha, a jovem conta com a BlackFriday para terminar de mobiliar sua cozinha. (Foto: Arquivo Pessoal)

A jovem adquiriu recentemente um apartamento e percebe na queima de estoque uma oportunidade de conseguir comprar a geladeira para completar sua cozinha. “Nesses quatro anos que se sucederam eu ouvi falar de tudo sobre essa ‘mega liquidação’, e esse ano devido a necessidade, vou poder comprovar até que ponto a Black é ou não tudo isso que se comenta”, acrescenta.

Liege aproveita qualquer minuto livre para cuidar as variações de preço do produto desejado (Foto: Beta Redação/Verônica Torres)

Para evitar de cair em armadilhas comerciais das lojas que aumentam os preços dos produtos semanas antes de começar a liquidação para “reduzir o preço” pela metade depois, Liege fez uma planilha para acompanhar semanalmente a variação de preço do produto em questão. “Desde setembro, toda semana eu visito o site das principais lojas e vou registrando a variação de preço”, explica.

Uma outra possibilidade para quem não quer ter trabalho de sair criando planilhas, são os sites de comparativos de preços. “Neles você pode criar alertas e receber no e-mail toda vez que o produto variar de preço”, exemplifica.

Controlando o consumismo

Além de ter cuidado para não cair em falsas promoções é preciso abrir o olho para não adquirir dívidas desnecessárias, quem aconselha é Benfenatti. Para ele, o primeiro conselho para driblar o consumismo é analisar o quanto aquele item é necessário. “A pessoa precisa ter clareza do que ela está precisando. Analisar as prioridades e fazer uma lista de necessidades. Por exemplo: eu preciso de um fogão, se ela tiver claro o quanto realmente depende deste item com certeza poderá aproveitar esses descontos”.

Felipe aconselha poupar o 13º para pagar contas como impostos e materiais escolares (Foto: Arquivo Pessoal)

Além desta mega liquidação mundial, o final de ano traz consigo outro apelo: o décimo terceiro. Neste época, é comum as lojas direcionarem suas propagandas para convencer o consumidor a gastar esta renda extra. “O décimo terceiro foi criado para que a pessoa possa pagar de maneira mais eficiente os impostos, as contas e outras despesas que surgem no final ano e no começo de um novo ano. Se a pessoa tem um dinheiro guardado, pode sim usar o 13º, por exemplo, para as compras de Natal, mas não é para esse propósito que ele foi criado”, explica Benfenatti.

Outra dica importante é saber usar a vantagem de adiar as compras. “Se eu não tenho dinheiro para pagar hoje eu adio. Mas, se tá tudo certo, eu tenho dinheiro hoje, é uma promoção e eu posso realmente bancar, lembrando que para usar o cartão de crédito é necessário sim ter dinheiro na conta. Eu sempre recomendo que se compre apenas quando se tenha renda para pagar, evitar ao máximo fazer contas para o futuro. Nestes casos, é possível sim executar a compra sem problemas”, conclui.

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Paula Câmara Ferreira
Redação Beta

Estudante de Jornalismo. 25 anos. Apaixonada por: animais, livros, música e séries.