Brasil é o segundo país que mais assina streamings

O home office e novos hábitos adquiridos em função da pandemia colaboram para a incorporação do custo deste serviço

Andressa Morais
Redação Beta
4 min readDec 8, 2021

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Netflix é o serviço mais utilizado pelos brasileiros. (Foto: Freepik / Reprodução Beta Redação).

O consumo de streamings aumentou nos últimos meses. Com a alta demanda, os preços também subiram e pesaram no bolso das famílias. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o aumento desses serviços chegou a 16,9% no mês de outubro de 2021. Apesar da crescente nos valores, segundo a pesquisa da Finder, empresa australiana que fornece informações factuais e compara produtos e serviços de todo o mundo, feita em agosto de 2021, o Brasil é o segundo país que mais consome esse tipo de conteúdo, ficando atrás somente da Nova Zelândia.

Entre os players de streamings que lideram a audiência está a Netflix. No Brasil, a provedora global de filmes e séries lidera com 52,69% dos entrevistados dizendo que tem planos contratados. Em agosto deste ano, o plano padrão passou de R$ 32,90 para R$ 39,90 e o premium passou de R$ 45,90 para R$ 55,90.

Carolina Jobim mora com a mãe, o pai e o namorado e disse que quando viu o aumento da Netflix quis cancelar, mas por ser uma das plataformas que mais utilizam acabaram pagando o novo valor. Se subir novamente, ela explicou que terão que reavaliar a utilização da plataforma, pois possuem o plano premium de R$ 55,90. Além desse, eles também assinam a Gobloplay por R$ 22,90, Amazon Prime R$ 9,90 mês, Disney+StarPlus R$ 45,90 mês e YouTube Music família R$ 32,90, todos mensais. Somando tudo, os streamings comprometem R$ 167,50 do orçamento da família no mês, mas não é um problema “Não chega a afetar o orçamento porque é divido pelos 4 membros da família”, diz Carolina.

Carolina no Rio de Janeiro com os país e o namorado (Foto: Arquivo Pessoal / Carolina Jobim).

Já para Tauane Wagner, que mora com a namorada Mariana Amaral e a cunhada, somar os preços assusta "Sim, afeta na nossa renda no final do mês. Agora eu estou vendo o quanto afeta”, diz ela. A estudante de Relações Públicas assina a Netflix por R$ 55,90 mensal, HBO por R$ 24,90 mensal, Amazon Prime por R$ 80,00 anual, Disney por R$ 27,90 mensal, e Globo Play + Premiere por R$ 100,00 mensal. No total os streamings somam R$ 234,90, mas sem o valor anual da Amazon, elas gastam R$ 154,90 por mês.

Tauane assistindo aos streamings (Foto: Arquivo Pessoal / Tauane Wagner).

Tauane explica que não sentiu o aumento da Netflix, pois essa elas não pagam, quem paga é o pai da Mariana com quem dividem a assinatura. Compartilhar os streamings é algo comum entre os usuários como uma forma de ter acesso às plataformas, mas sem pagar por todas elas. Assim como Tauane, a Carol também divide o Disney+StarPlus, porém com amigos.

A pesquisa sobre o consumo de streaming, games e telefonia móvel encomendado pelo G10 - Bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social das Favelas e realizada pela Outdoor Social Inteligência mostrou que nas comunidades, a plataforma de streaming mais utilizada é a Netflix, com 75% dos moradores que são assinantes, e em seguida o Youtube Premium. O gasto médio nacional com streaming de vídeo é R$ 51,00 por mês. Nas plataformas de música, o Spotify é o mais utilizado, principalmente o Free, que o usuário não precisa pagar nenhum valor para utilizá-lo.

Segundo o The Streaming Guide, estudo Kantar IBOPE Media, 98% dos usuários de internet consomem algum tipo de conteúdo via streaming de áudio ou vídeo e 73% afirmam que o consumo de streaming de vídeo (pago ou gratuito) aumentou após o início da atual crise. Ao serem questionadas se o uso das plataformas se manteve o mesmo com a retomada das atividades presenciais, as entrevistas dizem que sim, mas para Carol o consumo diminuiu “Eu uso menos, com exceção do YouTube Music que uso bastante no deslocamento do trabalho e academia”, diz ela. Já para Tauane, que trabalha presencial mas estuda EAD “A gente vê bastante, tanto de noite quanto de dia. Até mesmo antes de sair para o trabalho. A gente está sempre vendo e usamos streaming como se fosse tv aberta”, explica.

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