Capoeira e balé como porta de entrada para a felicidade
Projeto leva alegria para crianças em vulnerabilidade social
O esporte é necessário na vida de todos, pois traz bem-estar e saúde. Sendo ideal introduzir a prática de alguma modalidade desde a infância. É isso que faz a Associação O Bom Samaritano, da cidade de Cachoeirinha. O projeto existe há 1 ano e meio e traz crianças de quatro a treze anos em vulnerabilidade social para diversos momentos de descontração e práticas esportivas.
A associação O Bom Samaritano existe desde 1964. Mas, o projeto “Naftali”, que em hebraico significa “tua luta, minha luta”, só foi surgir em 2020, durante a pandemia. A sede da associação servia como local de ajuda para famílias de baixa renda. Letícia Tanhote, coordenadora da instituição, teve a ideia de abrir e oferecer o lugar para que as mães pudessem deixar suas crianças durante as tardes. Nascia o projeto “Naftali”.
Além do prédio da associação, que fica localizada no Parque Brasília, na cidade de Cachoeirinha, o projeto atende também os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), responsáveis por proteção e ajuda às famílias em vulnerabilidade social.
As crianças vão para o local de manhã e recebem alimentação, além de brincadeiras, contação de histórias e, é claro, práticas de esportes. Os voluntários Elton Tanhote e Aline Villa são quem coordenam as atividades esportivas, que ofertam aulas de capoeira e balé. Elton trabalha nas tardes de sábado no prédio da Associação levando cultura, dança e história.
“A capoeira abrange vários setores como música, cultura histórica, e o próprio esporte. É uma arte marcial, onde você pratica todos os exercícios. E também é uma dança”, afirma o professor.
O professor Elton acredita ser muito importante a introdução do esporte na vida desde criança, pois além de aprender a disciplina, ainda colabora no bem-estar integral desde cedo. “Mesmo que a gente não chegue à perfeição, estamos sempre tentando fazer o melhor. E, aí, quando começa desde criança, ao invés de ir por obrigação, ela vai fazer como hobby”, afirma.
Já a professora de balé, Aline, trabalha nos CRAS às terças-feiras com as crianças, ensinando alongamento, condicionamento físico, técnica inicial de balé, musicalidade e contação de história de contos de fadas usando exercícios de dança. Abaixo, uma aula da professora Aline com as crianças.
Aline, também, entende que o esporte é necessário na vida das crianças, pois faz com que suas capacidades motoras, cognitivas e emocionais sejam potencialmente desenvolvidas. E, principalmente, destaca a professora, sendo desenvolvida enquanto as crianças se divertem. “A dança faz com que as crianças se desenvolvam de forma natural, sendo “apenas” uma brincadeira para elas, onde progridem em um ambiente de bem-estar físico e emocional”, diz Aline.
Ela conta como foi nítido ver a diferença das crianças ao longo do ano. “No início, elas eram mais indisciplinadas, fazendo eu parar a aula várias vezes para pedir silêncio. Agora, elas chegam na aula e já sabem como funciona a divisão, o momento para cada atividade, e quando aparece uma aluna nova querendo fazer uma baguncinha, elas mesmas chamam a atenção”, comenta a professora.
No final, a coordenadora do projeto, Letícia Tanhote, fala que tem sido um grande privilégio estar nessa Associação. “Nós recebemos dessas crianças o amor, o carinho, o respeito, e poder ver elas sonharem. E que elas podem sonhar. Esse espaço é para elas, e lugar de criança é poder brincar, é poder viver”, diz Letícia. E, no caso do projeto oferecido pelo O Bom Samaritano, igualmente, tudo é feito através de aulas de capoeira e balé.