Cartunista, produtor e músico, Alexandre de Oliveira fala sobre trajetória e amor à arte

Com um talento para desenho e vocação para a música, artista gaúcho conquistou o público com tirinhas e agora sonha com o crescimento da sua banda

Elias Vargas
Redação Beta
13 min readJun 18, 2021

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Alexandre é o vocalista da banda Cabeça de Lata. (Foto: Arquivo Pessoal)

Alexandre de Oliveira, 50 anos, nasceu em Rio do Sul, cidade de Santa Catarina e atualmente mora em Porto Alegre. Desenhista, cartunista, músico, compositor, editor e produtor, ele é responsável pela tirinha Tinga — Hip Hop e Chimarrão, que permaneceu durante 17 anos sendo publicado nas páginas do jornal popular Diário Gaúcho, e vocalista da banda Cabeça de Lata. Alexandre tem pela cultura uma forma de expressar sua arte. O artista conversou com a Beta Redação por e-mail e contou detalhes da sua carreira. Confira:

Como o Alexandre de Oliveira se define. Músico? Desenhista? Produtor? Fotógrafo? Editor?

TODOS. Não sou o tipo de cara que gosta de fazer uma coisa só. Aliás, acho que o segredo, hoje, pra se manter no mundo profissional é ser plural. Uma pessoa que só faz uma coisa, corre um risco muito maior, principalmente em tempos de crise econômica.

Em qual idade você começou a desenhar e quando você começou levar o desenho a sério?

Comecei muito cedo, na primeira ou segunda série, meu desenho já chamava a atenção das professoras. Fui evoluindo com o tempo na escola e em casa. Costumava copiar os desenhos dos gibis de heróis. Mas comecei profissionalmente aos 16 anos, trabalhando em uma serigrafia, fazendo arte-final para camisetas e adesivos. Depois, fiz desenho técnico arquitetônico em um escritório de arquitetura, onde era copista e fazia arte-final (passava nanquim nos projetos para os arquitetos), mas não fiquei muito tempo, pois não era minha praia esse tipo de desenho, porém, foi uma experiência válida.

Qual foi o primeiro personagem do seu desenho?

Meu primeiro personagem, que eu me lembre, foi um ratinho, chamado Humberto Picles, até hoje sei desenhá-lo e lembro da carinha dele. Um ratinho cinza com cabelos ruivos.

O primeiro desenho de Alexandre guardado com carinho pelo cartunista. ( Foto: Arquivo Pessoal)

Como foi o contato com a direção do Diário Gaúcho para que você integrasse o departamento de artes?

Foi a dica de uma amiga, namorada de um amigo meu. Ela havia trabalhado na RBS por um tempo (na redação da Zero Hora) e soube que haviam aberto vagas para ilustradores em um novo jornal que a RBS estava preparando, seria um jornal do segmento popular. Na época, eu trabalhava na Fundação Cultural Planalto em Passo Fundo, em uma revista econômica deles, chamada Somando. Resolvi arriscar e pedi dispensa na quinta-feira, peguei um ônibus, com meu portfólio embaixo do braço. cheguei em Porto Alegre de manhã e me fui para o “prédio da Ipiranga”. Chegando lá, me apresentei na portaria e fui recebido pela secretária do editor-chefe do novo jornal, ela pediu para segurar meu portfólio e que me ligaria à tarde para me dar uma resposta. Dito e feito. À tarde, meu celular tocou e perguntaram se eu poderia ficar até sexta-feira, pois haviam gostado muito do meu material. Não tive dúvidas, arranjei a casa de um amigo com quem eu havia trabalhado no Diário da Manhã de Passo Fundo e passei a noite lá. Sexta-feira de manhã me reuni com a equipe que iria dirigir o novo jornal e fui oficialmente convidado. Voltei pra Passo Fundo, fiz um acordo com o pessoal da Planalto, e voltei um mês depois para Porto Alegre para assumir o cargo de ilustrador do Diário Gaúcho, fiquei 17 anos lá.

Percebeu alguma diferença, em questão de trabalhos, depois que começou a circular sua tirinha, Tinga Hip Hop e Chimarrão, no Diário Gaúcho?

Sim, quando seu trabalho é visto em veículos de comunicação desse porte, muitas portas se abrem, é uma super vitrine, mas diria que hoje mudou muito. A internet se tornou essa vitrine hoje em dia, isso foi há quase 20 anos, as pessoas já não leem tanto jornais impressos, tudo se transportou para o virtual, seja um veículo grande ou não. Mas, para a gurizada que veio depois, isso foi ótimo. As redes sociais, hoje, são a grande vitrine. De qualquer forma, não posso reclamar, conquistei muita clientela em função do meu trabalho no jornal.

A tirinha Tinga Hip Hop e Chimarrão conquistou o público e abriu muitas oportunidades. (Imagem: Arquivo Pessoal)

Percebeu alguma diferença com o público depois de estar ativo no Diário Gaúcho?

Como falei antes, o meu início, lá nos anos 2000, era muito diferente de hoje, anos 2021. Foi nítido e eu testemunhei a migração e todo o crescimento da internet. Nos anos 2000 recebíamos muitas cartas de leitores, pessoas que liam as tirinhas, olhavam as charges. Coisa de 10 anos depois (2010) houve uma inversão, as cartas diminuíram drasticamente e as pessoas já estavam usando e-mails e se comunicando com o jornal, colunistas, etc… Recebia elogios, críticas ferozes. Tudo em função das pessoas estarem acompanhando meu trabalho no jornal. Quando você publica algo com uma tiragem tão grande (no início era perto de 100 mil jornais diários), você chega nas pessoas de uma forma que não imagina e isso provoca diversas reações. Você estar sendo publicado para o Estado inteiro é muito diferente de estar fazendo quadrinhos em um fanzine (revista para fãs), por exemplo.

Eu sempre me considerei uma pessoa engraçada e bem-humorada, acho que isso contribui muito e tem também a imaginação e a facilidade de criar, que sempre tive.

Como surge inspiração para produzir tirinhas tanto no contexto político quanto no dia a dia?

A criação diária é uma prática. Você exercita o cérebro e está constantemente em função da próxima tirinha ou da próxima charge, porque é uma obrigação. Você tem que entregar algo pro redator a cada fechamento. Eu sempre fui muito interessado e envolvido em política, então, estava sempre ligado no que estava acontecendo. Já acordava de manhã me informando. Tive oportunidade de exercer essa função duas vezes. Sete anos criando diariamente no jornal Diário da Manhã, de Passo Fundo, e 17 anos criando diariamente no Diário Gaúcho. Pensando hoje, sinceramente, acho que foi uma loucura. Não sei como aguentei tanto tempo. É uma rotina desgastante e tem a pressão de 6 dias por semana para você entregar algo inédito e que seja engraçado ainda por cima. Mas, eu sempre me considerei uma pessoa engraçada e bem-humorada, acho que isso contribui muito e tem também a imaginação e a facilidade de criar, que sempre tive. Acho que essa combinação é a fórmula pra exercer a função. Mas, com falei no começo, a inspiração era o cenário político, eu só pegava as informações e tentava ver ou fazer uma crítica em cima daquilo que eu via, isso valia também para as tirinhas. Você tem que ter essa capacidade, caso contrário não pode ser um cartunista ou quadrinista. E depois, convenhamos, o cenário político brasileiro (ainda mais nos dias atuais) por si só, já é uma piada. (risos)

Por qual motivo tu não movimenta mais seu blog com seus desenhos?

O blog eu iniciei muito tempo atrás, se você não tivesse lembrado nessa entrevista, eu nem teria lembrado que já tive um blog. Bom, pra começo de conversa, houve uma migração em massa, coisa de alguns anos atrás, dos blogs para as redes sociais. Muitos blogs ficaram órfãos. Hoje em dia, possuo três sites meus, com todos os meus trabalhos — um site de fotografia, com meu trabalho de foto e vídeo, um site da minha agência, a StudioOneArtes, que presta assessoria nas áreas de criação em geral (ilustração, produção gráfica, criação de trilhas, músicas, jingles e produção e edição de vídeo), e o site da minha banda, com meu trabalho exclusivamente de música autoral, onde as pessoas podem ouvir meus álbuns, singles e assistir clipes musicais da minha banda, a Cabeça de Lata. Com três sites para alimentar, fica difícil e sem sentido manter mais um blog.

Aos 13, entrei para uma banda de rock e fiz meu primeiro show, como vocalista só, ainda não tinha uma guitarra, só violão.

Como foi que surgiu o amor pela música?

Foi uma coisa muito natural. Desde a minha infância, já tinha “ouvido musical”, cantarolava as músicas que meu pai e minha mãe ouviam em casa e passava horas ouvindo discos e fitas cassete no som deles. Me lembro que eu pegava os violões dos amigos do meu pai, e mesmo sem saber afinar, já criava acordes sem nem ter ideia que notas eram aquelas, ia pelo ouvido, buscando as harmonias. Com 15 anos me inscrevi num curso de violão clássico, fiquei 2 anos estudando música erudita, só depois me dei conta que tinha pulado direto as fases, qualquer pessoa “normal” iniciaria pelo violão popular. De qualquer forma, aos 13, entrei para uma banda de rock e fiz meu primeiro show, como vocalista só, ainda não tinha uma guitarra, só violão. Foi numa boate chamada Aguadero Bar em Passo Fundo, me lembro até hoje do nervosismo, parecia que eu ia explodir. Depois dos 15, comecei a descobrir o rock e o blues (foi bem nos anos 80, então eu peguei a explosão do rock brasileiro), aí, larguei as partituras e o violão clássico. Mas não me arrependo, contribuiu muito para a minha formação como músico depois. Comecei a escrever letras que prestassem lá pelos 19 anos, 20… depois não parei mais.

Quando tu teve a ideia de começar a cantar, tocar e ter uma banda?

Foi no colégio Notre Dame, em Passo Fundo. Me juntei com 2 colegas. Naquela época havia muita vontade, mas pouco conhecimento técnico. Eu assumi a bateria que montei com os restos de outras baterias. Meu outro colega seria o guitarrista e o outro o baixista. Um power trio, mas durou um mês, o primeiro virou engenheiro, o segundo, advogado, e eu… segui no caminho das artes.

Por quê o nome Cabeça de Lata?

Cabeça de lata era o apelido de um ladrão que cometia pequenos crimes na rua que ficava atrás do prédio da Zero Hora na época em que eu trabalha lá. Eu ouvia as pessoas comentando sobre ele e achei tão engraçado o nome que eu criei um personagem na minha tirinha com esse nome. Cabeça de Lata era o inimigo do Tinga. Depois de um tempo, aconteceu um fato que até hoje me intriga. Certo dia, recebi um telefonema, e a pessoa do outro lado da linha se identificou como sendo o verdadeiro Cabeça de Lata, disse que acompanhava as tirinhas e que era muito legal eu mostrar o cotidiano dos detentos, pessoas como ele, que estavam cumprindo pena e tal. Me elogiou e tal. Olha, eu até hoje acho que foi trote de alguém da redação, mas vai saber… De qualquer forma, contei pra galera e depois disso, passaram a me chamar de Cabeça de Lata. Dentro da redação o apelido pegou. Até hoje, ex-colegas me chamam de Cabeça de Lata e por aí vai… De qualquer forma, quando fui lançar meu primeiro CD, já havia um artista gaúcho (nativista) chamado Alexandre Oliveira. Resultado: adotei o apelido e coloquei o nome do primeiro CD de Alexandre Oliveira — Cabeça de Lata. Mas a banda mesmo ficou Cabeça de Lata.

A banda teve seu início em 2009, com uma banda de apoio. Após esse ano, como foi a conversa com a equipe para seguir adiante o trabalho artístico?

Variou muito. No começo eu queria que fosse uma banda mesmo, e foi. Alguns anos depois, com compromissos de outros integrantes e mudança de planos na vida de cada um, a banda foi se modificando bastante, mas, sempre comigo como o “cabeça” da banda. Mas, nunca fiz questão que fosse só eu. Tanto que fiquei anos em parceria com Will Vieira, que até hoje é um grande amigo meu e produzimos os dois primeiros álbuns da Cabeça de Lata juntos. Hoje, estamos como um trio, estávamos com repertório pronto para voltar à estrada antes da pandemia, mas, com a parada forçada, colocamos as barbas de molho e estamos preparando para voltar em breve. Mas, se você olhar no site, verá que houve várias formações. Porém, como é um trabalho autoral, a tendência natural é que se concentre mais na minha figura.

O álbum de 2012, Cabeça de Lata — O segundo Primeiro, é o que possui a maior quantidade de músicas, totalizando 11 canções. Todas as músicas foram compostas por ti e pela equipe?

Todas por mim.

Você tem centenas de artistas novos aí, gente boa, boas músicas, mas as rádios não querem tocar, aqui no Sul é ainda mais indignante.

Toda a banda tem suas lutas e dificuldades. Qual foram as maiores barreiras que tu encontrou ao longo da jornada?

Olha, por incrível que pareça e o que mais me indigna é o seguinte: criar, fazer um CD, um single, há muito tempos não é mais dificuldade. A tecnologia propiciou independência aos artistas e possibilitou aos músicos poderem criar e produzir seu material com muita qualidade. Mas o Brasil é o país do contra, NADA DÁ CERTO, TUDO sempre é ao contrário. Eu sempre lembro daquela música do Ultraje a Rigor (Inútil) quando falo disso: “A gente faz música e não consegue gravar, a gente escreve livro e não consegue publicar, a gente escreve peça e não consegue encenar” infelizmente, é a mais pura verdade… Você tem centenas de artistas novos aí, gente boa, boas músicas, mas as rádios não querem tocar, aqui no Sul é ainda mais indignante. Mesmo nas rádios públicas. Um dia desses, tive um perrengue com um radialista. O cara publicou em uma rede social o playlist dele, fiquei pasmo, só havia gente dos anos 80 (TNT, Alemão Ronaldo, Cascaveletes) — nada contra esses artistas, mas, pôxa, em pleno anos 2000 ele NÃO TEM NENHUM ARTISTA NOVO PRA TOCAR?? Essa é outra incógnita nesse Estado, as rádios preferem “dar Ibope” para aquilo que vem do centro do país, ou eles tem os “artistas de estimação” e ficam só naquilo. Aqui, funciona de duas formas: ou você paga se quiser tocar em uma grande rádio ou tem que ser “peixe”, puxar o saco de alguém ou coisa que o valha para tentar conseguir um espaço, ou seja, a MÚSICA e o TALENTO do artista é o que menos importa. Então, os “radialistas” e “jornalistas culturais” ficam repetindo mais do mesmo ou “elegendo” seus pupilos para publicar mais do mesmo nos “Cadernos de Cultura” da vida… E esse lance da grana para tocar não é de ouvir falar, eu recebi proposta para tocar uma música na rádio na época do meu primeiro CD, mas o valor era algo absurdo, fora da realidade de um artista iniciante. Isso é que é o pior, eles veem o artista como uma fonte de grana, e se aproveitam, a última coisa que eles pensam é na música. Por isso, talvez, você veja hoje, essas músicas de uma frase só, ou que não dizem absolutamente nada. Mas, está mudando tudo, as rádios abertas perderam muito do seu poder de influência, as rádios WEB estão abrindo bastante espaço para essa grande quantidade de artistas que procuram algum espaço para mostrar música de verdade. A audiência delas vem crescendo pouco a pouca. Na minha opinião, é a tendência do futuro. As rádios WEB criarão seus nichos e cada público vai buscar o que ele quer ouvir. Porque tem muita gente que não quer esse lixo das grande rádios, quer voltar a ouvir o Brasil das grande composições, músicas sensíveis e inteligentes. Chega de só balançar “a raba” e achar que isso é MPB. As grande rádios ficarão aí… repetindo mais do mesmo e tocando aquilo que o mercado dita.

A produção dos clipes é feita por uma equipe contratada ou você mesmo faz?

As duas coisas, eu já produzi de forma totalmente independente (pois tenho todo o equipamento necessário) e também já fiz parceria com outra produtora (a Colateral Filmes) quando quero algo mais elaborado.

Durante a pandemia do Covid 19, tu produziu o clipe da música Infinito e Além. Qual foi a dificuldade de produzir um clipe durante o isolamento social?

Nenhuma. (risos) Foi um clipe com bastante tomadas de paisagem, movimentos urbanos, etc… Filmamos, nós três, da banda, em um terraço, aqui no centro de Porto Alegre, sem equipe, só nós três e as câmeras e quando fizemos as tomadas externas fomos em dois em um carro capturando as imagens.

Clip da música Infinito e Além gravado em plena pandemia. (Reprodução: Youtube)

O que é mais difícil, compor, cantar, produzir clipes ou desenhar? e Por quê?

Ambos tem suas dificuldades, mas acho que o prazer de fazê-las compensa. Cantar requer estudo e treino constante, compor é uma atividade de concentração, você tem um pedaço de letra ou um pedaço de melodia e, a partir daí, começa a montar uma espécie de quebra-cabeças, vai moldando, dando forma até achar o formato e a métrica ideal para a música. Produzir clipes, para mim, parte da canção, eu ouço a canção e começo a imaginar um storyboard da canção, depois de feito isso, você começa a parte técnica e prática ou seja, como fazer aquilo virar imagens. Desenhar para mim, acho que é o mais fácil (de todos eles).

Nem sempre todos os desenhistas conseguem espaço para mostrar ao grande público.

Se tu pudesse voltar no tempo, mudaria alguma coisa em relação a tua carreira profissional?

Não, acho que somos resultado das nossas escolhas. Acho que tive sorte, conheço vários caras MUITO bons, que desenhavam MUITO bem e não conseguiram espaço e se frustraram. É muito parecido com a música (mais fácil até), mas nem sempre todos os desenhistas conseguem espaço para mostrar ao grande público. Porém, mais uma vez, hoje em dia, a internet tem democratizado isso.

Se fosse pra escolher entre música, desenho, foto ou produção de vídeos, qual dessas alternativas tu escolherias?

ESCOLHERIA TODOS pois gosto das três atividades. Mas, se fosse dizer qual ainda está incompleta, diria que a música, pois vídeos eu realizo, no desenho, consegui reconhecimento (não um super reconhecimento, mas me sinto realizado nessa área), porém, na área musical, gostaria de poder ter mais espaço e divulgação.

O que tu projeta para teu futuro profissional e pessoal?

Seguir nas minhas atividades profissionais, tentar mais espaço pra minha música autoral (pop e instrumental), ver minha cartela de clientes na StudioOneArtes crescer cada vez mais e poder realizar mais trabalhos de vídeo tanto para mim como para outros artistas e clientes, pois é uma atividade que eu adoro. Estou pensando em fazer um documentário sobre OVNIS (só casos aqui do interior do RS, pois é um assunto que eu adoro e pesquiso muito, mas por enquanto é só um projeto…)

Deixe um recado para o pessoal que ler a entrevista.

O que eu mais desejo para todos nós é um país melhor, já estávamos ruins, mas com a chegada do Bolsonaro no poder, o que parecia impossível aconteceu. O Brasil regrediu, as pessoas emburreceram ainda mais. Não é possível e nem aceitável a intolerância e preconceito. Regredimos em tudo, na Educação, no comportamento, na Economia. Talvez muito torçam o nariz para esse meu último comentário, mas me indigna ver tanta coisa errada acontecendo e uma parcela das pessoas fazendo “cara de paisagem”. Eu digo isso desde 2018, não sou contra o voto de ninguém, respeito a democracia, cada um vota em quem quer, mas o que me faz ficar chocado, é as pessoas fazendo de conta que está tudo bem. Raciocina só: pessoas saindo de verde e amarelo para as ruas falando em liberdade e pedindo a volta da ditadura??? Tem lógica isso? Aí, qualquer crítica, vira coisa de “comunista”. É muita mediocridade para a minha cabeça. Eu rezo todos os dias, para que em 2022, as pessoas percebam uma coisa: como uma escolha mal feita pode causar tanto mal a um país inteiro.

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