Cezar Camillo coleciona 20 anos de pódios em corridas na América do Sul
Atleta amador, do Vale do Caí, sonha em participar da Maratona de Atenas
Correr tem sido o esporte e o hobby do comissário de bordo Cezar Camillo, 40 anos. Ele criou gosto pela prática em 1999 e, desde então, percorreu centenas de quilômetros em treinos e maratonas, conquistando amigos, pódios e uma vida saudável. Atualmente, o corredor se prepara para realizar o sonho de correr a Maratona de Atenas, na Grécia.
A vida de atleta amador começou no final dos anos 1990. Na época, aos 20 anos, Cezar morava em Brochier, no Vale do Caí, e admirava os atletas da cidade vizinha, Montenegro, que saiam nas páginas dos jornais com medalhas e troféus conquistados em competições disputadas dentro e fora do Estado. “Também queria ser ‘famoso’ no esporte”, comenta o corredor.
De início, os treinos aconteciam quatro vezes por semana, durante dois meses, até que Cezar se inscreveu para a sua primeira corrida, de 7 km. “Atualmente, na minha última planilha feita por meu treinador, estou percorrendo cerca de 130 quilômetros por semana. Foi uma evolução constante”, diz. Agora, são seis dias de treinamento e o descanso acontece nas segundas-feiras.
A maior distância percorrida pelo brochiense foi em uma das maratonas, quando percorreu 42,2 km. Nesses 20 anos, Cezar Camillo participou de aproximadamente 310 competições, entre maratonas (42 quilômetros), meia maratonas (21 quilômetros), e corridas com distâncias menores. “Tenho em torno de 270 pódios”, revela Camillo.
Entre as provas mais marcantes de sua carreira, Camillo guarda com carinho a memória da conquista da Maratona do Deserto do Atacama, em 2013, no Chile. “Também tenho lembranças especiais por ter sido o sétimo colocado na Maratona D’Europa, na Itália, campeão da Meia Maratona de Mendoza, na Argentina, e terceiro colocado geral na Maratona de Punta Del Este, no Uruguai”, frisa o corredor.
Mesmo com todos esses títulos, o corredor ainda sonha com a participação em outras maratonas. “Meu sonho, que considero a cereja do bolo, é correr onde tudo começou: a Maratona de Atenas, na Grécia. É o mesmo percurso que o soldado Fidípides percorreu em 490 a.C., sendo que a largada acontece na cidade de Maratona e, a chegada, é dentro do Estádio Olímpico de Atenas”, explica.
Outra prova que ronda o imaginário do corredor é a Marathon Des Sables, disputada no deserto do Saara, em Marrocos. Conforme Camillo, a prova totaliza 250 quilômetros divididos em seis dias. “Durante a prova você é responsável por toda a sua alimentação e hidratação, mas, por enquanto, esse é um sonho ainda distante por conta dos custos”, esclarece.
Hobby que impacta na qualidade de vida
Cezar Camillo não se considera um atleta profissional, pois sua renda não é gerada exclusivamente através do esporte. “Me sinto um atleta amador competitivo. Treino bastante, levo a sério as planilhas e vejo os resultados como consequência da dedicação”, indica. Para o maratonista, uma vez que você experimenta subir ao pódio, os esforços se concentram para sempre chegar lá.
A partir do momento em que o corredor começou a competir, diminuiu a ingestão de doces industrializados, frituras e bebidas alcoólicas. “É claro que se vou a uma pizzaria não vou deixar de tomar um refrigerante”, brinca. A corrida contribuiu para a melhora do sono e também para manter a estrutura do corpo forte. Lesões e problemas cardiopulmonares são outras complicações que não fazem parte do dia a dia do atleta. “Me sinto bem, apesar dos 40 anos. Minha saúde é excelente”, reforça.
Outra contribuição que o esporte proporcionou a Cezar diz respeitos às relações de amizades. Suas participações em eventos de corrida renderam novos e bons amigos. Além disso, ele conheceu novas cidades, estados e países por meio das competições.
O comissário de bordo até cogitou deixar de correr, mas não conseguiu. “Desde abril de 2018 competi apenas uma vez por causa do emprego. Se eu não conseguia competir, pelo menos continuava treinando. Depois que você entra no mundo das corridas não consegue sair”, destaca. Como a empresa onde Cezar trabalha entrou em recuperação judicial, o foco voltou para as provas. “Devo competir em novembro, em Canoas”, pontua.
Dicas valiosas para novos corredores
As duas décadas de corrida trouxeram experiências importantes a Cezar Camillo, inclusive, métodos para deixar a prática do esporte o mais confortável possível. Segundo o corredor de maratonas, iniciantes precisam fazer um check-up completo para saber se não há nada que impeça a prática de esportes. “Sugiro orientação de um profissional durante os treinos, pois ele saberá exatamente a carga de trabalho a ser aplicada e a quantidade de dias de treinamento”, indica.
Caso a pessoa tenha condições financeiras, Camillo sugere uma assessoria especializada para o acompanhamento. “É muito importante escolher bem o calçado para correr, porque a carga nos joelhos e nas articulações é alta. Portanto, um tênis que ajude no amortecimento sobre tendões e panturrilhas será uma excelente opção”, alerta. Segundo o atleta, reforço muscular também é indicado para evitar lesões.
A qualidade do solo também deve ser levada em conta. De acordo com o atleta, a estrada de terra é a sua preferida. “Asfalto só para competir. Meus treinamentos acontecem prioritariamente nas estradas de terra, revezando subida e descida em um solo mais macio. Todo esse esforço na estrada de terra vai compensar na competição no asfalto”, sugere.
Segundo Camillo, o asfalto não possui amortecimento, fazendo com que joelhos e tendões sofram com os impactos. Caso o calçado seja inadequado para o tipo de atividade, muitos problemas surgem com o tempo. Cezar Camillo reforça que todos os cuidados exemplificados serão úteis para que a pessoa usufrua dos benefícios da corrida.
