Clássicos da Broadway transformados em teatro musical
Para encerrar o ano, a orquestra Unisinos Anchieta fez uma apresentação no Anfiteatro Padre Werner na Unisinos São Leopoldo, na última quarta (29), com o tema Clássicos da Broadway. Inspirado em musicais como Grease e Chicago, o espetáculo contou com a participação dos solistas Gabrielle Fleck, Rafael Gubert e Felipe Assis Brasil. Os três cantores, porém de áreas e gêneros diferentes.
Desde sua fundação em 1996, a orquestra busca apresentar uma programação diversificada, atendendo a diferentes perfis de público. Clássicos da Broadway é um movimento no sentido de unir a música de concerto ao que é contemporâneo e popular.
A apresentação da noite contou com 12 clássicos entre eles The Lion Kink de Elton John e Tim Rice, The Phantom of The Opera de Andrew Lloyd Webber e Charles Hart, Les Misérables de Claude-Michel e Alain Boublil e Dirty Dancing de John Morris e Erich Bulling. Os arranjos ficaram sobre responsabilidade de Silvane Guerra, Alexandre Ostroviski, Gilberto Salvagni, Cezar Guerra e Sandro Souza.
Morando nos Estados Unidos desde os 14 anos, a porto-alegrense Gabrielle Fleck só voltou ao Brasil após concluir a graduação em Artes Cênicas na Universidade de Nova York. O curso permitiu que desenvolvesse as habilidades em teatro musical, canto, filme e produção. Com um vasto currículo de apresentações, Gabrielle se divide entre a vida de artista e produtora, e desde 2016 faz participações especiais ao lado da Orquestra Unisinos Anchieta.
Para ela, a experiência no exterior foi engrandecedora, mas atuar para o público de seu país é algo gratificante. Acostumada a apresentar-se apenas com piano e bateria — performance que define como “cabaré musical”, a cantora e dançarina encara como um desafio a participação em um concerto. “Poder cantar com a orquestra é maravilhoso, é o sonho de qualquer cantor, pois tu sente toda aquela música”, diz.
Vocalista da banda Hardrockers, Rafael Gubert teve sua primeira experiência atuando em um musical teatral. “Gostei muito de todos os feedbacks que deram para a gente, como diminuir os movimentos bruscos com as pernas”, diz o roqueiro acostumado com shows em bares e cases noturnas. Rafael se refere à direção cênica de Graça Nunes, responsável pela coreografia dos solistas — detalhe que ressalta o nível de profissionalismo que o novo concerto da orquestra alcançou.
Felipe Assis Brasil é formado em publicidade e teatro musical, cantou na OSPA por uma década. Participou de alguns clássicos, como O Fantasma da Ópera, da Escola de Música Tio Zequinha, e da versão gaúcha de A Very Potter Musical Brasil. Esse ano criou seu próprio show no Institui Ling, onde apresenta 14 duetos e canções de amor da Broadway.
Apesar da experiência com espetáculos, Felipe entende que Clássicos da Broadway é diferente por causa da orquestra tocando ao fundo, transmitindo aos solistas uma energia que considera inspiradora. “Essa experiência foi muito desafiadora. Com menos de três ensaios, tu aprende a acreditar muito mais em ti em cena e a improvisar quando é necessário”.
Como foi o último concerto do grupo este ano, eles realizaram essa mesma apresentação também no teatro da Unisinos Porto Alegre, no último domingo (03), retomando suas apresentações no início do ano.