Clube de assinatura de lingerie trabalha com a ideia de surpreender suas clientes

Fundada por um casal de irmãos, o Clube das Pitayas visa o empreendedorismo por meio da venda de roupa íntima feminina

Lucas Lanzoni
Redação Beta
4 min readOct 15, 2021

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Defendendo a bandeira das diferenças, o clube das pitayas procura abraçar todos os públicos (Foto:Clube das Pitayas)

É possível encontrar diferentes serviços por assinatura onde o consumidor recebe um produto específico de sua preferência mensalmente na sua casa. Há serviços de cosméticos, livros, roupas, é possível encontrar o que se deseja por intermédio de diferentes empreendimentos. Entretanto, no Brasil um serviço se destaca por levar até os seus assinantes mensalmente um modelo diferente de lingerie, o “Clube das Pitayas”.

Álvaro tem 26 anos e é formado em Comunicação Visual pelo Instituto de Tecnologia de Nova York (NYIT), e junto de sua irmã, Luíza, de 30 anos, formada em Relações Internacionais pela UFRGS, criaram em 2019 o empreendimento. “Começamos a estudar modelos de negócios que teriam algum aspecto inovador. Não tínhamos uma grande base de experiência na área,” explica Álvaro.

O casal de irmãos Olmedo (Foto: Arquivo pessoal)

“Observamos que existe uma padronagem nas calcinhas vindas de Guaporé município na serra gaúcha que é o polo de produção de calcinha do estado, que tem aquilo que a gente chama de calcinha com cara de Guaporé, pois elas têm as mesmas finalizações, tecidos e acabam ficando sempre das mesmas cores. São combinações muito previsíveis e acabam não inovando em novas tecnologias e em novas maneiras de finalização de peças,” comenta.

Os E-commerce estão totalmente focados nas redes para serem vistos por todos. As plataformas de comércio on-line em meio a crise da pandemia do Covis-19 obtiveram uma crescente procura. De acordo com o relatório publicado na 44º edição do Webshoppers, o mais amplo meio de informação sobre sobre comércio eletrônico do país, elaborado pela Ebit | Nielsen em parceria com o Bexs Banco, os e-commerce bateram o recorde de vendas no primeiro semestre de 2021, com o valor de R$ 53,4 bilhões, um crescimento de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Álvaro destaca o modo de como o produto é idealizado e a fidelidade de seu público. “Fazemos questão que seja um produto acessível. Atendemos uma variedade de recortes sociais. Colocamos uma margem bem rasa na nossa mão de obra para conseguirmos um produto acessível para ganharmos na quantidade e na nossa grande base fidelizada que é a nossa comunidade de amigas da Pitaya,” afirma.

Durante o ano de 2020, com a COVID-19, muitos setores foram afetados fazendo com que a economia fosse atingida fortemente. Porém, ao invés de problemas no período da pandemia, o “Clube Das Pitayas” obteve um resultados positivos durante a crise.

“As calcinhas são produtos do uso diário e obtivemos sucesso com as compras neste modelo. O número de vendas pela internet aumentou e as pessoas começaram a explorar mais as compras on-line. Em 2020 vimos esse impacto da pandemia e nos empolgamos, pois em sete meses tivemos um crescimento de 100% no período da pandemia. Em 2021 queremos dar uma guinada e colocar o clube cada vez mais para frente,” finaliza Álvaro.

Tendo o site como meio exclusivo de vendas, os mais de 250 assinantes do clube podem montar a partir de R$ 34,90 por mês um plano de acordo com as suas preferências, podendo ser modulável, alterando os tipos de calcinhas e o material que a peça é feita. Existe a opção, se a assinante assim preferir, de receber duas lingeries no mês, porém o preço aumenta para R$ 49,90. Tudo é gerenciável dentro da assinatura criada, independentemente do plano escolhido, podendo mudar os tipos de lingerie a qualquer momento.

Enaltecendo o empoderamento feminino

Por conta do empreendedorismo social o clube trabalha com os chamados “mimos” para os seus assinantes. Esses brindes são uma maneira que a empresa utiliza para levantar a bandeira do feminismo, uma espécie de celebração mensal do feminino das mais diferentes maneiras. Com coleções assinadas por artistas ilustradoras, o clube busca homenagear as mulheres de destaque nas suas respectivas áreas.

Usando o Instagram como uma ferramenta fundamental para a vitrine dos modelos de lingerie, o clube possui parceria com fotógrafas e modelos como forma de divulgação. “O clube fornece um kit para as clientes e elas tiram fotos com as nossas calcinhas do mês. São ensaios feitos por mulheres com mulheres,” finaliza Luiza.

E o público, o que pensa?

Natasha Fraga Guerra é assinante do clube desde o momento em que viu que não precisaria sair de casa para comprar lingerie, o fato de ser algo novo e diferente foi o que chamou a sua atenção. Natasha viu no clube uma nova forma de adquirir o que desejava.

A assinante Natasha vê a representação como algo fundamental no clube (Foto: Arquivo pessoal)

“Não são apenas calcinhas, vai muito além, uma rede de apoio entre nós mulheres, uma ajudando a outra, dá pra ver que tudo é feito com muito carinho e dedicação. Na Pitaya me sinto representada, pois são mulheres reais. Me sinto linda vestindo calcinhas, algo que eu nunca imaginei,” conclui.

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