Colorados revivem a Copa do Brasil em mais uma final

Torcedores relembram a última final contra o Corinthians, em 2009, e mostram confiança para a decisão 2019

Julio Hanauer
Redação Beta
5 min readSep 9, 2019

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Time do Internacional que disputa a Copa do Brasil 2019 (Foto: Divulgação/Clube Internacional)

Há exatos dez anos a final da Copa do Brasil de Futebol foi disputada pelo Internacional de Porto Alegre. Em 2009, o colorado foi derrotado pelo Corinthians no jogo de ida, em São Paulo, e garantiu apenas um empate no Beira-Rio, no jogo de volta. Após uma década, os torcedores estão novamente na expectativa para a disputa da grande final do campeonato, na busca do segundo troféu da Copa do Brasil contra o Athletico Paranaense. A única vez que o time gaúcho levantou a taça foi em 1992.

A jornalista Melissa Minuzzi Bulegon, 39 anos, herdou de seu pai o fanatismo pelo futebol e pelo Internacional. “Me emociono em cada partida, independente se vale título ou não. É difícil explicar essa paixão pelo Inter, porque só quem divide esse amor pelo clube com a mesma intensidade entende”, resume a torcedora.

Melissa herdou do pai Nereu a paixão pelo Inter. (Foto: Arquivo Pessoal/Melissa Bulegon)

Agora, os colorados se preparam para as duas partidas da decisão e confiam no time de Odair Hellmann. “Eu realmente estou confiante para este título. Acho que o time demonstrou que está focado na conquista do bicampeonato”, declara a jornalista.

Sócio do Internacional desde 2007, o vendedor Felipe Lothammer de Oliveira, 30 anos, diz que a expectativa é alta. “É lindo tudo isso que estamos vivendo em tão pouco tempo após o pior momento da história do clube. Agora, o Internacional volta a brigar por títulos. Volta a ser o meu Inter”, declara.

Revivendo a final de 2009

Melissa no Pacaembu na final da Copa do Brasil, em 2009. (Foto: Arquivo Pessoal/Melissa Bulegon)

Com amigos de Santa Cruz do Sul e por meio do consulado de Pelotas, Melissa esteve no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, em 2009, no Estádio Pacaembu. A colorada afirma que chegar na final é emocionante, mas aquela, há dez anos, teve um “gostinho” especial. “O Inter conquistou a Copa do Brasil pela primeira vez, em 1992, quando eu tinha 12 anos e, por isso, lembrava pouco. Depois da rivalidade com o Corinthians por causa do Brasileirão de 2005, com o famoso Zveitão (Máfia do Apito), a final tinha um significado muito maior para nós colorados”, comenta.

Felipe estava na antiga Lancheria Perdigão, na cidade de Montenegro, no Vale do Caí, na final da Copa do Brasil de 2009. “O clima era de otimismo pelo momento que o clube vivia e por todos os títulos conquistados nos anos anteriores”, diz o colorado. No entanto, a desconfiança estava presente na torcida gaúcha. “O Corinthians era muito bom e bem treinado pelo Mano Menezes”, acrescenta Oliveira.

Felipe (centro) e amigos indo para a semifinal da Copa do Brasil contra o Curitiba há dez anos. (Foto: Arquivo Pessoal/Felipe de Oliveira)

A perda da taça para o time paulista mexeu com as emoções da torcedora gaúcha. “Acho que a parte mais difícil foi pagar as prestações da ida a São Paulo sem ter conquistado o título. A rivalidade com o Corinthians foi algo bem complicado de lidar. O que amenizou foi que, já no ano seguinte, o Inter reconquistou a Libertadores”, comenta Melissa.

Torcedores comentam as diferenças do Inter 2009 para o time 2019

Melissa e as irmãs Paola e Michelle na final, no Beira-Rio, acreditando no título 2009 (Foto: Arquivo Pessoal)

Para Melissa existe uma diferença entre esta final para a que ocorreu no final da década passada. “Em 2009 o Corinthians tinha Ronaldo, um jogador que desequilibrava qualquer partida. Neste ano, somos nós quem temos Guerrero, capaz de fazer toda a diferença”, analisa a jornalista. No entanto, a torcedora diz que o Athletico demonstrou que não chegou à final por acaso. “Precisamos respeitar o adversário e buscar a vitória, tanto em Curitiba, no primeiro jogo, quanto em Porto Alegre, na partida de volta”, acrescenta.

A colorada fanática também analisa os dois momentos distintos do seu time do coração. Para ela, na final contra o Corinthians, o Inter estava numa fase boa, de conquistas frequentes e importantes, como a Libertadores e o Mundial, em 2006, a Recopa, em 2007, e a Sulamericana, em 2008. “O Inter era o time do momento e foi o maior campeão daquela década entre os clubes do Brasil. Agora, estamos nos recuperando do maior baque da nossa história, que foi ter disputado a segunda divisão”, destaca.

O repórter Mateus Friedrich, 22 anos, não gostou do desempenho do seu time em sua última final de Copa do Brasil. Porém, confia na fase boa do atual Internacional. “Vejo o Inter pronto para voltar a ser campeão. Formou uma base qualificada em 2017 e foi melhorando nos últimos dois anos, com as chegadas do Guerrero, do Lindoso, do Bruno e os retornos do Moledo e do Sobis”, afirma o torcedor.

Mateus Friedrich em visita ao Maracanã para ver o Inter em campo (Foto: Arquivo Pessoal/Mateus Friedrich)

A união do grupo e o trabalho do técnico do Odair agradam Mateus. “A final será difícil, como todas são. O Athletico vem de conquistas recentes e eliminou os semifinalistas da Libertadores. Considero o elenco do Inter um pouco superior e o jogo de volta no Beira-Rio pode fazer a diferença. Mas não existe favorito”, analisa Friedrich.

Internacional e Athletico Paranaense disputam a final da Copa do Brasil em dois jogos: o primeiro nesta quarta-feira, 11, na Arena da Baixada, em Curitiba; e a grande final no Beira-Rio, dia 18, em Porto Alegre.

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Julio Hanauer
Redação Beta

Estudante de Jornalismo na Unisinos. Assessor de Imprensa da Prefeitura de Maratá-RS.