Com apenas 10 membros, AABNH mantém viva a tradição do jogo de botão
Associação dos Amigos Botonistas de Novo Hamburgo une jogadores nas noites de quartas-feiras
Escalação de 11 jogadores para cada time, um toque e começa a partida de futebol de mesa (popularmente conhecido como futebol de botão), tal qual o de campo. Apesar da pontual semelhança, o esquema de jogo é bastante diferente: os atletas são botões de acrílico ou galalite (material plástico sintético) de diferentes tamanhos; a bola é, na verdade, uma pequena pastilha; as equipes podem ter nomes fictícios ou adotar o de algum time oficial e o tempo é divido em dois intervalos de 15 minutos. Essas são algumas especificidades que compõem a Regra Gaúcha de Futebol de Mesa, modalidade disputada na Associação dos Amigos Botonistas de Novo Hamburgo (AABNH).
Desde 31 de março de 2000 os encontros na sede da AABNH nunca cessaram (com exceção do período pandêmico). Isso é o que conta Luis Lazzaretti, 50 anos, contabilista e presidente da associação desde 2008. Ao longo de sua trajetória, ele chegou a ver a casa com 40 frequentadores. Atualmente, contudo, a Associação conta com apenas dez participantes regulares.Conforme dados da Federação Gaúcha de Futebol de Mesa, há 28 clubes filiados à instituição.
“É um esporte envelhecido. Falta divulgação. Nós agregamos um time maior depois que foi divulgado nosso primeiro torneio, no jornal local. É uma prática com muitos benefícios: desenvolve o comprometimento às regras, a tomada de decisão, a coordenação motora fina e o raciocínio lógico”, defende o presidente da associação.
Luis conta que o nome criado para associação dá ênfase à palavra “amigos”, porque integrar jogadores foi o principal objetivo do idealizador Carlos Renato Maia. “Sua principal preocupação o tempo todo era agregar, tornar o ambiente dos jogos leve e descontraído”, descreve Luis nas linhas de esboço de material sobre a associação de Novo Hamburgo que um dia se tornará livro.
Depois de conhecer um botonista de Santa Catarina que lançou um livro sobre a história do esporte naquela localidade, ele se sentiu encorajado a colocar em prática a ideia de eternizar e tornar acessível o legado da AABNH. “Nós temos todo o histórico, fotos, placares, colocações. Então agora eu estou compilando esse material em texto para contar a nossa história”, relata.
Times e botões
Veterano no esporte, o campeão estadual máster em 2012, Luiz Bromaldo Padilha, 71 anos, aposentado, circula com três times na maleta de botões: o Godoy Cruz, o Ipiranga e o seu preferido, o Maravilha. Apesar de ter aparência colorida, o time do coração representa uma escalação de jogadores do Grêmio personalizada à preferência do Bromaldo.
Para Bromaldo, a prática do esporte é um hobby. Ele explica com entusiasmo como são feitas as peças do jogo. “Tem botão que é feito de botão de roupa mesmo, da alta costura. Ele é esticado para ganhar forma. Outros são feitos direto de galalite (melhor material) e também tem os de acrílico ou de resina. Tem os mais baratos, mas um botão de galalite pode custar até 300 reais”, detalha.
Novos adeptos são bem-vindos
Crianças, adultos e idosos podem participar da AABNH. Os encontros ocorrem sempre às quartas-feiras, das 20h às 22h. A sede atual está localizada no Ginásio de Esportes da Igreja Católica do bairro Guarani, em Novo Hamburgo, na rua Bento Gonçalves, 4130. Contato com Luis pelo telefone (51) 984092881. A Associação não conta com patrocinadores, então os membros pagam uma contribuição mensal apenas para a manutenção do espaço alugado.