Com novo estádio e investimento na base, Gramadense visa elite gaúcha

Clube permutou terreno de antigo estádio em área nobre de Gramado e garantiu R$ 60 milhões para investir no futebol

Gustavo Bauer
Redação Beta
4 min readNov 18, 2019

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Obras do novo estádio do Gramadense iniciam em 2020 (Foto: Divulgação/CEG)

Modesto clube de futebol do interior gaúcho, o Centro Esportivo Gramadense (CEG) projeta voos maiores na próxima década. Para um projeto esportivo alavancar, apenas sonhar não basta. É preciso planejamento e dinheiro. Entendendo essa importância, o clube permutou a área de seu antigo estádio, que ficava em área nobre de Gramado, pela construção de uma nova e moderna arena. Com os cofres cheios, o planejamento do clube inicia pelo trabalho com os atletas das categorias de base, que em dois anos deverão compor a primeira equipe profissional do Gramadense.

De acordo com o presidente do CEG, Sandro Bazzan, as metas do clube são ousadas, mas todas baseadas em uma gestão consciente. Com a negociação do terreno onde ficava seu antigo estádio, que abrigará um empreendimento comercial e residencial, o clube receberá um montante de R$ 60 milhões, parte em dinheiro, parte em patrimônio. Deste total, R$ 20 milhões já foram recebidos pelo clube, sendo utilizados para a compra de uma área de 15 hectares para a construção do novo estádio e gerando outros rendimentos para o CEG.

Outros R$ 40 milhões serão pagos com patrimônio, incluindo 79 unidades de box de estacionamento, 30 apartamentos hoteleiros, 10 lojas e seis salas comerciais. A renda obtida por meio desses imóveis garantirá a autossuficiência do clube e possibilitará o investimento em infraestrutura em um padrão equivalente aos grandes times do futebol gaúcho.

O novo estádio e o centro de treinamento serão construídos em uma área no bairro Carazal, localidade que liga o município de Gramado a Nova Petrópolis. Com infraestrutura multiuso, a nova sede permitirá a formação de atletas e conforto ao público, além de possibilitar que o Gramadense dispute competições profissionais e receba grandes clubes brasileiros para períodos de pré-temporada.

Inicialmente o estádio terá capacidade para 5 mil pessoas, mas em uma segunda etapa ampliará para 15 mil. Além de partidas de futebol, o Gramadense prevê a realização de shows e outros eventos, levando em conta que Gramado é um dos principais destinos turísticos do país e o estádio estará localizado em região de fácil acesso pela ERS-235. Algumas pendências atrasaram a obra, mas tudo se encaminha para que o projeto saia do papel no próximo ano.

Sandro Bazzan e Luiz Antônio Barbacovi estão na presidência do Gramadense (Foto: Divulgação/CEG).

“O início da construção dependia apenas da aprovação de projetos junto à Prefeitura de Gramado, pois o Plano Diretor da cidade não previa empreendimentos desse tipo. Tudo isso foi resolvido e estamos finalizando a questão burocrática para que, em janeiro de 2020, possamos começar a construir a nossa nova arena. Acreditamos que em dois anos a primeira fase será concluída, e a partir daí vamos colocando em prática nosso projeto de profissionalização”, destaca Bazzan.

O objetivo do clube é alcançar a elite do futebol gaúcho em uma década. “Estamos montando uma estrutura de alto padrão. Perderemos para poucos clubes do país neste aspecto, investindo forte na formação. Em 10 anos, queremos disputar a elite do futebol gaúcho e começar a aparecer em nível nacional. Ao contrário de muitos clubes, estamos com planejamento para correr atrás disso”, projeta o presidente.

Futuro do clube formado nos gramados de casa

Hoje o Centro Esportivo Gramadense, que chegou a conquistar o extinto Campeonato Estadual de Amadores, em 2009, direciona suas atenções para os jovens talentos que surgem na base do clube. Conforme o coordenador das categorias de base, Lucas Roldo, o trabalho com cerca de 300 crianças e adolescentes desperta otimismo para a profissionalização com “pratas da casa”.

“Temos equipes em todas as categorias da base e competimos em todo o Estado, muitas vezes voltando com títulos. Nossa intenção é montar a base de uma equipe para o profissional, utilizando atletas que hoje compõem nosso time sub-17. Pode ser que para iniciar no profissional a gente precise mesclar com alguns jogadores mais experientes, mas temos muita esperança que esse trabalho dê certo”, explicou.

Equipe da categoria juvenil é uma das esperanças para o futuro profissional do CEG (Foto: CEG/Divulgação)

O Gramadense conta atualmente com seis funcionários, que trabalham em todos os setores do clube. A maioria tem relação com o clube desde pequeno — participaram de projetos na base e, hoje, ajudam no crescimento do futebol da cidade. Os custos mensais com folha salarial e outras despesas é de R$ 40 mil por mês. A profissionalização exigiria mais profissionais e um custo mais elevado para manter o clube. Mas, como os pés no chão, o CEG vai projetando sua ascensão no futebol gaúcho.

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