Academias cumprem protocolos sanitários na pandemia
Governo do RS sancionou lei que reconhece atividades físicas como essenciais
No dia 16 de março, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou o projeto de lei que torna a educação física uma atividade essencial no estado. Apesar do projeto de lei, há quem defenda que os exercícios podem ser praticados em casa a fim de evitar o risco de contaminação.
Após a aprovação na Assembleia Legislativa, no dia 23 de março, o governador Eduardo Leite sancionou a lei que reconhece atividades físicas como serviço essencial e atualizou os decretos estaduais, autorizando as academias a reabrirem com as devidas restrições.
Na bandeira preta, fase em que a capital gaúcha se encontra, os protocolos permitem atendimento individual sob prescrição médica. Na regra da bandeira vermelha, na qual se encontram os municípios que aderiram à cogestão, a prática de exercícios poderá ser feita nos estabelecimentos respeitando regras de distanciamento social e espaço dos estabelecimentos.
Contudo, parte da população questiona a realização de exercícios físicos de maneira presencial em meio à pandemia. Segundo o psiquiatra Victor Aranovich, é importante distinguir o exercício físico da atividade física conforme o nível em que cada pessoa se encontra. Para ele, pessoas sedentárias precisam estar em permanente movimento corporal. “Já os exercícios exigem determinadas técnicas com objetivos mais definidos”, explica.
Para o psiquiatra, a orientação dos instrutores é muito importante, “mas no atual cenário, devido às restrições, as academias não podem atender um terço dos alunos que atendiam antes, e que já era uma parcela ínfima das pessoas que necessitariam sair da vida sedentária”. Aranovich ressalta que o combate ao sedentarismo e à imobilidade trarão mais benefícios e menos riscos em termos populacionais, o que pode ser feito tranquilamente dentro de casa, contando ou não com a orientação direta dos profissionais.
Educador físico e proprietário de uma academia em Porto Alegre, Rogério Menegassi garante que seu estabelecimento tem se adaptado e seguido todos os protocolos desde o início da pandemia, em março do ano passado. “Criamos um canal no YouTube onde postamos vídeos das aulas e, depois, fomos fazendo lives no Instagram e Facebook. Quando foi possível a reabertura, cumprimos o distanciamento interno para garantir a segurança dos clientes, sanitizamos o espaço, verificamos a temperatura de todos que entram na academia e oferecemos álcool gel 70% em vários pontos do estabelecimento", destaca. Além disso, a academia mantém as janelas sempre abertas, demarca o piso nas aulas de ginástica coletiva e orienta o distanciamento nas esteiras.
O profissional de educação física garante que os alunos da academia cumprem as regras de higienização e distanciamento da maneira correta.
O secretário municipal de esporte e lazer da Prefeitura de Porto Alegre, Antônio Carlos Oliveira Pereira, afirma que a secretaria tem auxiliado as academias da capital, mantendo “contato constante para garantir os cuidados sanitários e o equilíbrio da questão financeira deste segmento econômico essencial na promoção da saúde”. O secretário assegura que, pelo que tem acompanhado, os estabelecimentos estão cumprindo os protocolos sanitários e de distanciamento.
Menegassi acredita que, mesmo após o fim da pandemia, há mudanças que vieram para ficar no que diz respeito à prática de exercícios físicos. Segundo o educador, “as aulas online seguirão sendo uma realidade e os cuidados na limpeza dos equipamentos e acessórios serão constantes”, pontua.
O instrutor crê que a maior mudança estará centrada na forma como as academias constróem vínculos com os seus públicos. “Festas, encontros, passeios, jantares, jogos esportivos e outros eventos devem demorar para voltarem a ser realidade novamente. Porém, creio que cada vez mais as pessoas irão entender que o exercício físico orientado por um profissional de saúde adequado são fundamentais para o nosso bem-estar físico”, finaliza.
