Confiança da indústria gaúcha cai após nove meses de alta

Mesmo com a queda, índice que mede a percepção do industrial em relação à economia se mantém em patamar otimista

Fernando Wasem Eifler
Redação Beta
2 min readApr 19, 2018

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Antes da oscilação, números vinham apresentando alta constante desde junho de 2017. (Foto: BigOne/Flickr)

Após atingir em 61,7 pontos em março, o maior valor desde 2010, o Índice de Confiança do Empresário Industrial no Rio Grande do Sul (ICEI-RS) voltou a cair na medição março/abril e atingiu 59,4 pontos, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta- feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

A queda foi registrada depois de uma longa sequência positiva, que durou quase um ano e, conforme a Fiergs, se deve a fatores como a indefinição do cenário político e o adiamento da reforma da Previdência. Para o presidente da instituição, Gilberto Petry, “é imprescindível que o próximo governo realize a reforma previdenciária ainda no primeiro ano de mandato, seguindo a modernização que o Brasil necessita com desburocratização e equalização das despesas públicas”.

Apesar da baixa, os números ainda são promissores, já que o índice que mede a percepção do industrial em relação à economia é considerado otimista quando está acima de 50 pontos . Antes da oscilação, os números vinham apresentando uma alta constante desde junho de 2017. Em dezembro do ano passado ultrapassaram os 60 pontos pela primeira vez desde 2010, marcando 60,1.

O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Alfredo Meneghetti avalia que a reação da atividade econômica no ano passado, incluindo as vendas do varejo, fez com que o ICEI voltasse a subir. “O índice de confiança está interligado com os movimentos da economia, que espelham, justamente, uma recuperação”, afirma.

Outro índice que se mostra positivo para a indústria gaúcha no início de 2018 é o crescimento das exportações. Segundo dados da Fiergs, no primeiro trimestre deste ano o valor das vendas para o exterior chegou a US$ 5,83 bilhões, representando alta de 75,6% em relação ao mesmo período de 2017 e crescimento de 28,1% em relação ao trimestre anterior.

Conforme Alfredo Meneghetti, as exportações repercutem diretamente na confiança industrial. “Um tem ligação com o outro. Se as exportações sobem, a tendência é de que a confiança também aumente, pois aumenta a segurança do mercado”, explica.

O economista também relaciona o índice ao corte de gastos feito pelo governo federal— o que, em tese, demonstra preocupação no equilíbrio orçamentário. “O governo também pode interferir no nível de confiança reduzindo a taxa de juros para alavancar o mercado, o que faz com que o índice de confiança cresça”, ressalta Meneghetti.

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