Conta de luz fica mais cara a partir de maio

Entenda como funciona o reajuste nas bandeiras tarifárias de energia elétrica e saiba como economizar no dia a dia

Vitor Brandão
Redação Beta
4 min readMay 28, 2019

--

A auxiliar de serviços gerais, Isabel Pereira, enfrenta dificuldades para arcar com os custos mensalmente. (Foto: Vitor Brandão/Beta Redação)

Quem paga a conta de luz já notou que sempre há uma observação indicando a cor da bandeira tarifária no documento. Essas classificações são definidas de acordo com o custo necessário para gerar energia elétrica a cada mês. Na terça-feira, 21 de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que o valor das bandeiras amarela e vermelha, nos patamares 1 e 2, sofrerá reajuste de até 50%.

O anúncio deixou a auxiliar de serviços gerais, Isabel Pereira, 52, preocupada. Ela afirma que os valores estão mais altos a cada mês, sendo que os hábitos de consumo dela e do filho não mudaram. “Se eu não estou em uma peça da minha casa, a luz está apagada. Também costumo tirar os aparelhos da tomada quando não estou usando, como o forno e o microondas”, relata.

O setor técnico da Aneel esclarece que bandeiras tarifárias contribuem para que o público compreenda como é calculado o valor real da geração de energia. A Agência entende que o consumidor deve ter a informação mais precisa e transparente. Por isso, as bandeiras informam, mês a mês, o custo da geração de energia elétrica cobrado. Ou seja, o acionamento das bandeiras resulta em uma cobrança extra na conta de luz para cobrir a geração de energia mais cara.

O reajuste no preço das bandeiras tarifárias foi aprovado pela Aneel no último dia 21 de maio. (Arte: Vitor Brandão/Beta Redação)

Entre os preços reajustados, como visto no gráfico, a bandeira que mais aumentou foi a amarela, que subiu de R$ 1,00 para R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), uma elevação de 50%. A Aneel esclarece que essa revisão, em alguns casos, aumenta o valor das faixas de acionamento, como neste ano. Contudo, em outros casos, o valor da energia elétrica já apresentou redução.

No caso de Isabel, sua conta de luz ficava em torno de R$ 90 mensais antes do reajuste. Porém, nos primeiros meses de 2019, o valor aumentou, chegando a R$ 136 em abril e a R$ 147 em maio. A auxiliar de serviços gerais afirma que já foi até a empresa de energia responsável para buscar explicações, mas nada adiantou. “Quando vejo o histórico de consumo, noto que não varia muito de um mês para o outro, mas o preço sobe. Como eu vou ficar sem luz? Não tem como. Não tenho outra opção que não seja pagar a conta”, avalia.

Para justificar os aumentos recorrentes no preço da conta de luz, a Aneel esclarece que existem outros fatores, além das condições para gerar energia, que podem influenciar no reajuste. Entre eles estão os custos de aquisição de energia, o pagamento de encargos setoriais, os custos de transmissão, ou seja, de transporte de energia, bem como o pagamento de impostos e tributos.

Para entender como funciona o sistema das bandeiras tarifárias, confira o vídeo abaixo produzido pela Aneel.

Para evitar surpresas com o preço da conta de luz, o consumidor pode tomar medidas práticas para economizar energia elétrica. Conforme o engenheiro elétrico Bruno Escouto, com o aumento das tarifas é sempre válido ressaltar algumas dicas que ajudam a aliviar o bolso no fim do mês.

Uso de lâmpadas fluorescentes ou de LED

Vale investir na substituição das lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou LED. Conforme o engenheiro, apesar do material LED ser a melhor solução para reduzir o consumo de watts, os preços elevados ainda fazem as pessoas preferirem outras lâmpadas. “As lâmpadas fluorescentes não são tão caras e a economia no fim do mês é notável, porque elas precisam de até quatro vezes menos energia do que as lâmpadas normais”, afirma.

Espaços vazios, luzes apagadas

Outro hábito comum nas residências é deixar as luzes acessas em cômodos que não estão sendo utilizados. A dica é simples: ao desocupar um espaço, apague a luz e evite o gasto de energia desnecessário. O mesmo vale para os aparelhos eletrônicos que costumam ficar ligados enquanto não estão sendo utilizados, como a televisão. “Para quem quer economizar ao máximo, vale também tirar o fogão e o forno da tomada, colocando de volta apenas quando for usar”, explica Escouto.

Dica valiosa: geladeira

De acordo com o engenheiro elétrico, alguns hábitos diários podem fazer o motor da geladeira gerar mais energia e, por isso, é melhor evitá-los para que a conta de luz não chegue mais cara. Guardar alimentos quentes sem tampa e ficar abrindo a porta com certa frequência são duas práticas que fazem o eletrodoméstico precisar de mais eletricidade para funcionar. “Ainda tem gente que usa os ferros aquecidos da parte traseira para secar as roupas, o que atrapalha o funcionamento do aparelho”, esclarece.

--

--