CRÍTICA: Deadpool, o anti-herói favorito das telonas

Sequência da produção cinematográfica da Marvel une ação, comédia, anti-heroísmo e romantismo

Júlia Klaus Bozzetto
Redação Beta
3 min readJun 15, 2018

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Filmes de super heróis costumam atrair milhares de fãs apaixonados às salas de cinema anualmente. Pipocas e refrigerantes alimentam a fome dos insaciáveis por cenas de ação e heroísmo. Mas, e quando o personagem principal é considerado um anti-herói?

O anti-herói tagarela diverte adultos e crianças. (Foto: Divulgação/ Den of Geek)

Atualmente em cartaz, Deadpool 2 é muito mais do que uma produção cinematográfica de ficção científica da Marvel. O filme traz a reflexão do que é “politicamente correto”. Para ser um super herói é preciso agir com cautela e responsabilidade. Agora, para ser um anti-herói, não pode faltar personalidade. Ao longo da história, o personagem Wade Wilson, interpretado pelo ator Ryan Reynolds, vai revelando os motivos que o tornaram incomum.

Wade Wilson é um ex-agente das Forças Especiais que trabalha como mercenário. Ao descobrir um câncer terminal, desespera-se e busca um meio de cura. A solução é tornar-se um mutante. Porém, seu corpo não reage bem ao tratamento de tortura e, como consequência, seu rosto fica deformado. O responsável por isso é Francis (Ed Skrein), que desencadeia o desejo de vingança de Wade e dá origem a Deadpool. Mas há uma explicação para tanta raiva: devido à má aparência, ele tem medo de perder Vanessa (Morena Baccarin), seu grande amor.

O anti-herói ao lado de sua paixão, Vanessa. (Foto: Divulgação Marvel Movies)

Se no primeiro filme o público conhece a história do personagem, em Deadpool 2 ele reforça sua identidade e cativa de vez os amantes do gênero. Aliás, um dos pontos fortes da obra é sua interação com o público e equipe de produção. Sempre que uma cena de ação está prestes a começar, ele pede para “soltar o som”. Outra sacada interessante é a contextualização das cenas, explicando os motivos que resultaram as reações do personagem.

Durante vários momentos Deadpool, o personagem, lembra outros trabalhos mal sucedidos de seu intérprete Reynolds, como o filme Lanterna Verde (2010), fracasso de público e a primeira aparição de Deadpool no filme X-Men Origens: Wolverine (2009), muito criticada. As lembranças são sempre em tom de deboche, o que diverte os telespectadores.

A direção de Tim Miller, com produção de Simon Kinberg, Lauren Shuler Donner e do próprio Ryan Reynolds, ganha pontos quando oferta o debate sobre o que é ser ético. O personagem age de acordo com as suas necessidades e em resposta aos golpes que recebe da vida. Para ele, ter a postura fidedigna de um super-herói não resolve seus problemas. Atitudes tidas como precipitadas e irracionais garantem a ele o título de anti-herói tagarela das telonas e, de certa forma, acabam por solucionar seus dramas.

A sensualidade também faz parte da sua personalidade. (Foto: Divulgação/Papelpop)

Além da mutação genética em seu rosto, Deadpool é imortal. O personagem nunca morre, e as partes de seu corpo se regeneram. Essa peculiaridade típica de filmes de ficção científica é genial e divertida, pois ele faz piada com isso durante as cenas de combate no filme. A sensualidade também compõe sua personalidade, garantindo altas risadas ao público.

Sem dúvidas, a Marvel acertou em cheio na escolha por um enredo composto de ação, comédia, anti-heroísmo e pitadas de romantismo, fugindo assim das tradicionais produções de super-heróis. Se você ainda não assistiu ao filme, assista, pois é uma ótima opção de entretenimento e reflexão social.

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Júlia Klaus Bozzetto
Redação Beta

Estudante de Jornalismo da Unisinos, Colunista do Jornal Matéria de Capa, Assessora de Comunicação da Câmara Municipal de Capão da Canoa, entre outros.