CRÍTICA: O destino de uma nação

O filme, baseado em fatos reais, mostra o primeiro ministro Winston Churchill na luta para manter a liberdade da Inglaterra

Elias Vargas
Redação Beta
4 min readApr 24, 2021

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Gary Oldman interpreta o Primeiro Ministro Winston Churchill (Foto: Universal/Divulgação)

O filme traz a vida do primeiro ministro britânico que tem a missão de enfrentar um período conturbado e difícil que toda a Europa estava passando. Para quem tem interesse em saber um pouco mais sobre como um político controverso conseguiu apoio do rei e do Parlamento, “O destino de uma nação” é a pedida. Um filme baseado em fatos reais que mostra a luta pela liberdade.

A obra ganhou muitas premiações com a interpretação do ator Gary Oldman, como o Oscar de melhor ator, Prêmio do Sindicato dos Atores, AACTA International Award, Prêmio BAFTA de Cinema, Prêmio Globo de Ouro, Critics’ Choice Award e Satellite Award de Melhor Ator de Cinema. Além de faturar um Oscar de Melhor Maquiagem e Penteados, Prêmio BAFTA de Cinema e Critics’ Choice Award de Melhor Maquiagem, em 2018.

Quando um ator ou atriz interpreta um papel de algum personagem criado para o lançamento de um filme é necessário expressar sentimentos, emoções, carisma, raiva ou afeto. Sem falar nos momentos de conversias, das caminhadas ou corridas na interpretação. Porém, quando o filme é uma biografia de uma pessoa que está marcada na história é preciso estar vivendo o personagem que a história irá mostrar nas telas.

Gary Oldman dá vida a um dos políticos mais influentes do império britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Com uma genialidade impecável, e interpretação perfeita, Gary Oldman consegue mostrar nos gestos, nas falas e no andar, um pouco do que foi o primeiro ministro Winston Churchill. A grande interpretação que o ator fez lhe rendeu o Oscar de melhor ator no ano de 2018.

O filme “O Destino de Uma Nação”, lançado em 2017, e dirigido por Joe Wright, com roteiro de Anthony McCarten, traz a história do primeiro ministro britânico Winston Churchill. O filme se passa no momento em que a os nazistas já se encontravam na França, Bélgica e Holanda, restando apenas a Inglaterra como o único país que Hitler ainda não conseguiu chegar.

Winston Churchill é eleito primeiro ministro e tem uma tarefa árdua de neutralizar as forças nazistas e manter a liberdade da Inglaterra intacta. Com o passar do tempo, Churchill encontra grandes dificuldades no Parlamento e dentro do seu partido para conseguir apoio e não aceitar um acordo de paz. Após não encontrar alternativas, o rei vai ao seu encontro e lhe dá um conselho: escute o povo.

O filme mostra os trajes clássicos da época (Foto: Universal/Divulgação)

Churchill resolve ouvir o rei e se encontra com pessoas no metrô. Após uma breve conversa e a indignação do povo em não aceitar se render aos nazistas, o primeiro ministro volta ao Parlamento e faz um discurso que convence a oposição e os aliados a não desistir e não se render, lutando até o final pela sua liberdade.

O roteiro do filme é muito bom, com frases bem marcantes e fortes. Traz uma apreensão nos momentos em que Winston precisa tomar decisões. As cenas se encontram bem encaixadas em cada parte do filme e elas envolvem o espectador para o longa metragem que narra os momentos de discussões, conversas, solidão e discursos acalorados dentro do Parlamento, na rua e no metrô.

Os planos abertos valorizam os movimentos que o ator Gary Oldman faz no papel de primeiro ministro. A ansiedade, o medo e a certeza da vitória trazida em cada cena do filme, demonstra a qualidade da produção e os cuidados que a direção teve com cada personagem e em cada cenário. O papel das atrizes Lily James, Kristin Scott Thomas, que interpretam Elizabeth Nel, secretária e Clementine Churchill, esposa, também ganham a cena.

O amor de sua esposa, Clementine, fortaleceu Winston Churchill nos momentos de dificuldades. (Foto: Universal/Divulgação)

Também merecem destaque as cenas com a secretária Elizabeth Nel, em alguns momentos de nervosismo e amor ao seu irmão, e ainda a amizade que criou com o Primeiro Ministro. As conversas com Clementine Churchill relatam um brilho que essas atrizes tiveram em determinados momentos do filme e o quanto foram essenciais para auxiliar Churchill a não desistir de seus ideais.

O filme mostra a luta de uma nação que, aparentemente, sozinha, consegue ser a resistência contra a tirania de regimes autoritários. Quando a liberdade está em jogo, se render ou se entregar não são alternativas. A luta pela liberdade precisa ser conquistada até pela própria vida se necessário, pois uma nação que se rende, fracassa, mas uma nação que luta se ergue.

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