Danças de CTG mantém tradição do Sul viva

Conheça o grupo de dança tradicionalista Raízes do Sul

yasmim fernandes borges
Redação Beta
3 min readNov 7, 2022

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Grupo Raízes do Sul em sua apresentação. Foto: (Arquivo Pessoal/ Rodrigo Magalhães)

A dança tradicionalista do Rio Grande do Sul se mantém viva nos Centros de Tradições Gaúchas espalhados por todo o país. Os CTG’s, como são mais conhecidos, têm o intuito de preservar a cultura gaúcha e suas vertentes, entre elas a dança.

O grupo Raízes do Sul, com sede na zona norte de Porto Alegre, existe há anos mas está se reformulando no período pós-Covid, conta com 14 pares de peões e prendas. Participa de rodeios (como são chamados os campeonatos de dança gaúcha), tendo como sua principal moda a dança do balaio. O professor instrutor de danças tradicionais gaúchas Rodrigo Magalhães de Mattos explica como ela funciona:

“É uma dança em formação de roda, onde as prendas ficam do lado de dentro viradas para fora e uma roda de peões do lado de fora virados para dentro, cada um de frente para o seu par. Essa dança apresenta características de dois ciclos coreográficos que é a contradança, que vem do country dance que tem atributos vivos, alegres e descontraídos. Então isso precisa aparecer quando está fazendo a primeira parte da dança. Ela é híbrida, pois também apresenta o ciclo do fandango, onde tem sapateios, galanteio, um pouco de exibicionismo e uma certa característica de sedução, mas tudo muito sucinto nesse ponto. Os pares giram, os peões no sentido horário no primeiro momento, e as prendas no sentido anti-horário de mãos dadas. Depois voltam no sentido inverso se encontrando frente a frente e executam o sapateio e o sarandeio, que são meneios com a saia e passos. Executa a dança no mínimo duas vezes, mas não existe número máximo.”

O grupo, que voltou às atividades há cerca de 6 meses, já ganhou alguns rodeios de dança e ficou em terceiro lugar no festival nacional (Nome completo). A preparação para esses campeonatos é feita através de correções, para que tudo seja fiel ao que está escrito no manual de cada dança tradicionalista (quais seriam elas?).

Letícia Reckziegel Broda, de 34 anos, faz parte do grupo do Raízes do Sul, mas já dançou em outros grupos. Ela participa do CTG há mais de 20 anos, e acredita que é a forma mais genuína para manter viva a tradição. “Atualmente, o CTG é um dos únicos lugares em que podemos conviver com várias gerações”, afirma. Para Letícia, integrar um grupo de dança tradicionalista permite desenvolver a disciplina desde cedo, além de possibilitar a integração entre os dançarinos, que buscam um propósito comum.

Claudia Luci, professora de educação infantil, dançou no Raízes do Sul entre os anos 80 e 90 e foi também professora de dança dos grupos de invernada (os grupos que fazem apresentação juntos). “Toda cultura tem uma raiz, ela não surge do nada, mas vem de todos os nossos antepassados de séculos atrás. Eu acho importante isso porque não é só cultuar o passado, mas estruturar uma cultura para novos conhecimentos, para agregar”, aponta.

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