Delvair: “A revolução proletária pelo socialismo e pelo comunismo”

Dentro da série de entrevistas com concorrentes à prefeitura de Porto Alegre, a Beta Redação conversa com Luiz Delvair, do PCO

Felippe Jobim
Redação Beta
4 min readNov 4, 2020

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Luiz Delvair, candidato a prefeito de Porto Alegre pelo PCO (Foto: Jornal do Comércio)

Natural de Pedro Osório, Luiz Delvair reside há 30 anos na capital do Estado. Filiou-se ao PCO em 2003, após conhecer o partido em uma greve dos Correios. Servidor concursado desde 2001, foi candidato a vice-governador em 2006, a vereador, em Porto Alegre, em 2016, e tentou concorrer ao Senado em 2018, mas teve sua candidatura indeferida.

A entrevista com Delvair para a cobertura especial das Eleições 2020 foi produzida pela Beta Redação com suporte institucional da Unisinos. A pauta teve a colaboração da comunidade universitária, que, em consulta por meio virtual, apresentou 22 sugestões de perguntas, das quais cinco foram selecionadas e editadas para apresentação a todos os candidatos.
Confira a seguir a entrevista, concedida em áudio, via WhatsApp, no dia 27/10.

Sobre o aborto, o PCO se mostrou favorável à descriminalização. Como isso seria feito e como funcionaria a estatização do sistema de saúde citado no plano?

O Partido da Causa Operária faz uma colocação de que o Governo Federal tem que cumprir o que está na constituição. O aborto é uma lei constitucional [que] as mulheres têm direito. Assim, que elas decidam sobre o seu corpo, e não o Estado.

No plano de governo, o PCO diz que “a tarefa do momento é dar à polarização política um caráter de enfrentamento entre a classe operária, as massas e a burguesia em seu conjunto”. Como isso seria feito em Porto Alegre?

Nós, do Partido da Causa Operária, não defendemos esse programa só aqui em Porto Alegre, mas sim no país e no mundo: a revolução proletária, pelo socialismo e pelo comunismo. Isso está bem claro no programa do partido.

Durante a pandemia, o PCO tem sido contra o ensino remoto e também contra a volta às aulas antes da vacinação. Como pretende recuperar o ano letivo?

O PCO entende que o ano letivo já está perdido. A questão seria tentar recuperar ou não esse período em 2021, mas só com a garantia da vacinação dos alunos e com todo o aparato [sanitário] para que os professores, alunos e pais que levam as crianças para a escola possam se proteger.

O seu programa de governo propõe a dissolução da Brigada Militar, responsável pelo policiamento ostensivo, assim como aponta para a legalização das drogas. Enquanto prefeito, que medidas o senhor tomaria em relação à segurança pública?

Nós defendemos o fim da PM, pois entendemos que é um aparato repressivo que só serve para agredir pobre e negros nas favelas. Quanto às drogas, nós somos a favor da descriminalização. Veja bem que o cigarro e também o álcool são vendidos livremente nos mercados burgueses.

No seu plano de governo, é proposto que haja um salário mínimo garantido pelo Estado para todas as mulheres desempregadas que possuam filhos menores de idade. Como isso seria feito?

Nós não defendemos isso apenas no Estado, mas que exista no país e no mundo um salário constitucional. No artigo 7º, inciso IV da Constituição Federal, diz que o salário deve prover as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Nesse sentido, entendemos que o salário mínimo deveria ser de R$ 5 mil reais.

Também defendemos o “fora Bolsonaro”, que o companheiro Lula seja candidato em 2022, e que seus direitos democráticos de ser candidato sejam ressarcidos pelo judiciário golpista controlado pelos militares.

QUESTÕES DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

Caso fosse prefeito durante a eclosão da pandemia do novo coronavírus, o que teria feito igual ou diferente das decisões do atual governante?

O PCO tem um programa que, nesse sentido, indica que os trabalhadores permaneçam em casa e recebam seus salários, sem seres descontados.

Qual sua proposta para enfrentar a crise que estamos vivendo no transporte público?

Nossa proposta para o transporte público prevê a sua estatização e que, assim, as pessoas sejam isentas de pagar passagem.

Porto Alegre tem um grande número de pessoas em situação de rua. Como pretende tratar dessa questão?

É um problema social e nós entendemos que essas pessoas tem que receber todo o tratamento necessário da saúde municipal, só com responsabilidade do município, mas também do Estado e do país. As pessoas devem ter acolhimento social e serem reinseridas no mercado de trabalho, até mesmo no serviço público.

Em vez dos políticos corruptos, ladrões dos partidos burgueses como PSDB, MDB e outros tantos usarem cargos de confiança em Porto Alegre, ganhando até R$ 10 mil mensais, que esses companheiros sejam reinseridos no serviço público, ganhando um salário condizente com a atividade que vão realizar.

Quais as suas prioridades para a rede municipal de ensino e como planeja, no cenário da pandemia, o retorno às aulas em 2021?

Nós entendemos que o ensino público de Porto Alegre, assim como em todo o país, deve permanecer público e que tenha qualidade para todas as pessoas. Quanto à pandemia, nós entendemos que, para os alunos voltarem às salas de aula, só com vacina e com o fim do quadro atual de crise da saúde. Os alunos e professores não podem arriscar suas vidas pelo risco de contaminação.

Como pretende lidar com o problema da falta de vagas nas creches municipais?

Nós entendemos que existem vagas nas creches, tanto que há muitas escolas conveniadas com disponibilidade para novos alunos. Nesse sentido, nós defendemos que os governos [das esferas] municipal, estadual e federal garantam as creches para que as mães possam deixar seus filhos.

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