Diminuição de renda provoca queda no Índice de Desenvolvimento Socioeconômico do RS

Idese, medido pela FEE, teve baixa de 0,8%. Entretanto, indicadores específicos de saúde e educação melhoraram

Matheus Martins
Redação Beta
2 min readApr 5, 2018

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O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico do Rio Grande do Sul (Idese) caiu 0,8% em 2015. O indicador, que é calculado com uma defasagem de três anos pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) e foi divulgado no último dia 21, registrou a primeira queda desde 2007. Apesar disso, o índice ainda está subindo se comparado aos anos de 2012 e 2009. Também foram disponibilizados dados referentes aos municípios e por regiões do estado.

O índice é calculado a partir de indicadores de saúde, educação e renda. O Bloco Educação utiliza cinco indicadores, que se dividem em quatro sub-blocos, de acordo com faixas etárias da população. O Bloco Renda é composto por dois sub-blocos, que analisam a renda por duas óticas distintas: apropriação de renda e geração de renda. Por fim, o Bloco Saúde utiliza cinco indicadores, que são divididos em três sub-blocos: saúde materno-infantil; condições gerais de saúde e longevidade. O índice final dos blocos é a média aritmética de todos os índices.

“O Idese avalia a situação socioeconômica do estado e municípios gaúchos quanto à educação, à renda e à saúde, considerando diversos indicadores de desenvolvimento, e fornece informações para o desenho de políticas públicas específicas, de acordo com as necessidades de cada região avaliada”, ressalta Rafael Bernardini, estatístico e coordenador do Núcleo de Indicadores Sociais da FEE.

O índice atingiu a marca de 0,751 em 2015, o que representa uma queda de 0,8% em relação ao levantamento anterior. Apesar do aumento dos índices de saúde (0,5%) e educação (0,2%) em 2015, a queda do Idese foi maior pela diminuição da renda no estado (-3,1%). Conforme a classificação vigente, o RS apresenta nível médio de desenvolvimento, considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499).

Fonte: Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE)

O índice pelo estado

Na classificação por regiões, inverteram-se as duas primeiras posições em relação a 2014. A região Noroeste apresentou o maior índice (0,816), seguida de perto pela Serra (0,813). A primeira teve melhor desempenho do estado em educação e renda, enquanto a segunda liderou os indicadores de saúde.

No Bloco Renda, a região Noroeste ficou com 0,826 em 2015. O segundo lugar foi ocupado pela região metropolitana do Delta do Jacuí (0,818), seguida pela Serra (0,810).

Esta edição do Idese revela que 68 municípios obtiveram índice acima de 0,800 em 2015, sendo considerados como cidades de alto desenvolvimento socioeconômico. O primeiro colocado continuou sendo Carlos Barbosa (0,879 em 2015), na Serra. A cidade também é a melhor do estado no Índice de Desenvolvimento Humano por Municípios (IDHM), um estudo de âmbito federal que leva em conta outros indicadores.

Para Bernardini, não há surpresa nesses resultados. “Os municípios das áreas de colonização em pequenas propriedades, localizados, em sua maioria, no norte e no nordeste do Estado, apresentam indicadores mais altos de desenvolvimento”, conclui.

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