Economia empresarial na pandemia

As consequências no bolso do empregado durante a quarentena

Felippe Jobim
Redação Beta
2 min readSep 29, 2020

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Há seis meses os trabalhadores brasileiros enfrentam uma nova realidade como consequência da pandemia. Segundo a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Sul, os empregados em maio de 2020 receberam em média 17,3% a menos que nos anos anteriores. Contudo, o número de horas trabalhadas também foi reduzido, se antes a média era de 40,6 horas, durante a pandemia esse número caiu para 30,4 horas.

Além da redução salarial, é importante lembrar que as empresas não são obrigadas a pagar o vale transporte durante a pandemia, isso de acordo com a medida provisória 936. Além disso, no mês de setembro foi divulgado por grupos de associações de supermercados que os preços dos itens de cesta básica aumentaram seu preço em 20%, até julho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escala que mede os preços no Brasil, acumulou alta geral de 2,31% em 12 meses. Além disso, a parte de alimentação e bebidas já subiu 7,61%.

créditos: (Getty Images/Getty Images)

Em entrevista, para o Secretário da Fazenda de Canoas, João Batista Portella, qualquer queda no nível de atividade econômica e redução de massa salarial vai implicar numa queda de produção e, consequentemente, numa queda no nível de emprego. “Podemos entrar em um ciclo de depressão, a última grande depressão mundial foi em 1930. Naquela época um economista inglês chamou de ciclo vicioso da pobreza, pois diminui a massa salarial, a renda disponível e isso leva à outra diminuição, e isso acaba nos afundando cada vez mais, e isso só será quebrado em algum momento por investimentos ou injeção em recursos da economia, tanto da iniciativa privada quanto do setor público”, afirma.

Segundo o economista, a situação do Rio Grande do Sul é mais crítica que o normal. “É um Estado onde a capacidade de investimento do setor público é inexistente, além do grande déficit que desarruma toda a economia e agrava ainda mais o quadro“, encerra. A projeção é de que o Estado se recupere em cerca de quatro a cinco anos, se conseguirmos sair da pandemia até o início de 2021, com a vacina.

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