Educação para moldar um futuro melhor

O ensino infantil e sua importância na construção e no desenvolvimento do indivíduo

Dankiele Tibolla
Redação Beta
4 min readOct 10, 2017

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Da direita para esquerda, Juliana Furquim, Rafaella, Bianca, Luiza Brun e Carol. (Foto: Dankiele Tibolla/Beta Redação)

Foi o tempo em que as crianças frequentavam as “creches” apenas para ter onde ficar enquanto seus pais trabalhavam, tendo como principais atividades dormir, brincar e se alimentar. Hoje, além da necessidade de deixá-las com alguém em função do trabalho, os pais estão optando cada vez mais cedo pela educação infantil.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), por lei, a criança tem direito a frequentar a educação infantil (pré-escola) a partir dos quatro anos. A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, oficializa a obrigatoriedade dos responsáveis por matricular a criança na pré-escola a partir dessa idade. O não cumprimento da legislação pode acarretar em multas que vão de três a 20 salários mínimos, segundo o artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Luiza e Rafaella são grandes amigas e vão juntas para a escola. (Foto: Dankiele Tibolla/Beta Redação)

O americano James Heckman, 73 anos, professor, economista e pesquisador da educação, ganhador do Prêmio Nobel no ano de 2000, declarou recentemente, em entrevista à revista Veja, que investir nos anos iniciais da criança é o caminho para o país crescer. James, que é professor da Universidade de Chicago, veio ao Brasil no último dia 25, quando palestrou sobre o tema “Os desafios da primeira infância — Por que investir em crianças de zero a 6 anos vai mudar o Brasil”.

De acordo com o americano, os estímulos nos primeiros anos de vida são fundamentais para o sucesso na idade adulta, pois é uma fase onde o cérebro tem um enorme poder de absorção. “As primeiras impressões e experiências na vida preparam o terreno sobre o qual o conhecimento e as emoções vão se desenvolver mais tarde. Se essa base for frágil, as chances de sucesso cairão; se ela for sólida, vão disparar na mesma proporção. Por isso, defendo estímulos desde muito cedo”, explicou James à revista Veja.

Daniela Brun, professora e mãe de Luiza Brun Araujo, seis anos, optou por adiantar em um ano a educação infantil da filha, matriculando-a em 2015, aos três anos. Ela acredita isso foi importante para a socialização de Luiza, pelo convívio com crianças da mesma idade.

“Espero que a Lulu desenvolva uma feliz convivência com os demais colegas e que inicie seu processo de alfabetização, o que já vem acontecendo, pois ela já desenvolveu o interesse pela leitura, primeiros cálculos matemáticos, desenhos e pinturas”, conta Daniela.

Luiza com a sua mãe, Daniela, em atividade de volta às aulas organizada pela escola. (Foto: Colégio Maria Auxiliadora)

Segundo a professora Vanessa Carvalho dos Santos Aires, pós-graduada em educação infantil e anos iniciais, na educação infantil são estimuladas todas as áreas das inteligências múltiplas. “É estimulado o lógico, matemático, espacial, corporal, cinestésico, inter e intrapessoal e naturalista”, explica a professora.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 25% das crianças até quatro anos frequentam a educação infantil. De acordo com o site Valor Econômico, das 10,3 milhões de crianças nessa faixa etária investigada, 7,7 milhões (74,4%) não frequentam a escola.

Juliana na escola, preparando-se para iniciar atividades com os colegas. (Foto: Dankiele Tibolla/Beta Redação)

Para a publicitária Ana Paula Souza da Silveira, mãe de Juliana Silveira Furquim, quatro anos, as mudanças no comportamento da filha após o ingresso na educação infantil foram extremamente positivas.

“São muitas mudanças, principalmente quando vejo ela brincando com crianças que não frequentam a escola, a diferença é nítida. Ela é mais desenvolvida em todos os sentidos, desde o raciocínio até a desinibição”, conta a publicitária Ana Paula.

Eliane Guimarães Silva, pedagoga há 13 anos, acredita que a educação infantil é muito importante pois molda uma sociedade com valores, investindo na formação do ser humano desde a infância. “É muito mais fácil hoje a gente trabalhar e moldar o caráter, a autonomia e até mesmo o pensamento social, ainda quando são crianças. Então, são sementinhas que a gente vai cuidando e que, futuramente, evitam questões de vandalismo, questões políticas. A gente torna eles mais abertos e formadores de opiniões”, explica a professora.

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