Mais de 2,1 milhões de jovens vão às urnas neste domingo

TSE registrou um aumento de 51% na faixa etária dos 16 a 17 anos, que não é obrigada a votar

Laura Rolim
Redação Beta
3 min readOct 2, 2022

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TSE registrou recorde no número de novos eleitores. (Foto: Divulgação/TRE)

Nestas eleições, que já são consideradas por muitos analistas as mais importantes desde a redemocratização do Brasil, em 1985, o país registra outro feito histórico: o maior eleitorado de todos os tempos. Hoje, 2 de outubro, mais de 156 milhões de eleitores brasileiros foram às urnas para votar no primeiro turno, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Deste número, 2,1 milhões são jovens entre 16 e 17 anos, que não são obrigados a votar, de acordo com a lei eleitoral brasileira, mas que registraram participação recorde em 2022.

No início do ano, ao encerrar o cadastro de novos votantes para as Eleições 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) celebrou a superação de todos os recordes já registrados pela Justiça Eleitoral. Entre janeiro e abril deste ano o país ganhou 2.116.781 novos eleitores entre 16 e 17 anos.

De acordo com o TSE, esse número representa um crescimento de 51% em relação a 2018, quando 1.400.617 de eleitores desta faixa etária estavam no cadastro.

Em São Leopoldo, no meio de pessoas vestidas de verde e amarelo, vermelho, azul, rosa, com 30 anos, 60 anos, a Beta Redação encontrou jovens que estavam lá para exercer o direito ao voto pela primeira vez. E que, mesmo com a pouca idade, já entendem a necessidade de atenção ao cenário político e se preocupam com os representantes dos seus interesses.

A expectativa e a ansiedade para votar pela primeira vez é nítida nos olhos de Maria Victoria Panitz, estudante de 17 anos, que revela ter ficado nervosa e com medo de apertar algum botão errado na hora da confirmação do voto. Para ela, participar como eleitora faz parte das próprias convicções.

“Eu acredito que os jovens são o futuro da nação, e o quanto antes nós começarmos a votar e entrar no meio político, antes o Brasil vai para frente. Eu decidi fazer parte disso”, argumenta Maria Victoria.

Para o estudante Wagner Andrei Lautert, também com 17 anos, contribuir com o voto, mesmo sem obrigatoriedade, é importante para a mudança do país. “O Brasil está vivendo basicamente na miséria. Os preços de tudo estão nas alturas. É extremamente visível que precisamos de ajuda. Então, para mudar o governo, cada voto conta”, pondera ele.

Julia Gabriele de Barcelos, 16 anos, não esconde a indignação que sente com o atual governo. Questionada sobre por que decidiu tirar o título de eleitor mesmo não sendo obrigatório, responde sem hesitar: “Para tirar o Bolsonaro da presidência”.

A adolescente está esperançosa quanto ao resultado das eleições. “Espero que o Brasil se torne um lugar melhor e mais acessível a todos, tanto na parte econômica quanto no respeito entre os membros da sociedade”, desabafa.

A representatividade das eleições deste ano também motivou Lucas Ávila Kautzmann, 17 anos, a exercer o direito ao voto. “Espero que a gente abra espaço para novos nomes na política, que o país supere esse bipartidarismo e saiba que, apesar das diferenças de opiniões, a democracia não pode ser deixada de lado”, almeja Lucas.

O jovem conta que a experiência de votar pela primeira vez foi melhor e muito mais simples do que esperava. “A sensação de poder contribuir para o rumo do país é bem legal”, comenta.

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