Em novo show, Duca Leindecker é embalado pela plateia

Músico se apresentou com novo formato solo e estreou cenário em Novo Hamburgo

Jéssica Mendes
Redação Beta
5 min readMay 10, 2019

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Espetáculo “Duca Solo” deve ser gravado em setembro de 2019. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

Embalado pelo coro da plateia cantando a clássica Pinhal, Duca Leindecker encerrou seu novo show solo na noite de quinta-feira (9/5). O artista levou ao Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, uma vibe intimista, com roteiro montado em parceria com o público, misturando diversas fases da sua carreira. A apresentação contou com a estreia do cenário com novo formato, que conta com voz, violão, bumbo e piano, e deve ser gravado ainda em setembro deste ano.

A canção que abriu o show já ditava o ar caseiro e de proximidade que o músico quis transmitir, combinando com cenário composto por abajur, cortinas e quadros com molduras — onde estavam representados seus últimos três álbuns. A conhecida O Amanhã Colorido, feita para o filho Guilherme, foi seguida de sucessos e músicas consideradas “lado B” da Cidadão Quem, como Ao Fim de Tudo e Os Segundos.

Abajur, cortina e quadros compuseram o novo cenário. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

Como uma forma de apelo, Leindecker trouxe já no início do show a música que dá nome ao último álbum, Baixar Armas, lançado em 2018. Segundo o músico, o disco é um convite à reflexão. “É uma pena que as pessoas estejam tendo como referência coisas de ódio. Precisamos parar e nos dar conta do que estamos alimentando”, afirmou à Beta Redação no camarim, antes da apresentação. Assim como na canção, que traz em seu refrão a frase “amar a vida por amar, deitar ao sol pra arrepiar, baixar as armas e abraçar”, Duca diz que buscou fazer apologia ao amor e classifica o álbum como “pacifista”.

Clima descontraído marcou apresentação do artista. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

Durante o show, o músico atendeu alguns pedidos, através de um diálogo constante com a plateia. “Diferente do voz, violão e batucada, que era mais complexo, com bastante elementos eletrônicos, este é um show mais orgânico, descontraído e não tão roteirizado”, afirma. O público também cantou junto com as faixas Tententender e Depois da Curva, de sua carreira na dupla Pouca Vogal com o músico Humberto Gessinger.

“Esse show traz uma vontade minha de querer conversar com vocês. Fiquem à vontade para falar, pedir música. Esse é pra ser um show como se estivéssemos em casa, descontraído. Me sinto mais íntimo de vocês”, dialogou entre uma música e outra.

De maneira inédita em formato ao vivo, Duca apresentou a novíssima Laços, lançada há poucos dias pelo músico Tiago Iorc, em seu álbum mais recente, intitulado Desconstrução. A canção, assim como Bilhetes, do mesmo disco, é mais uma parceria entre os artistas, que já estiveram juntos em outras composições e videoclipes lançados por Iorc. “Estou sempre disposto a compor e a fazer parcerias, principalmente com o Iorc e com o Gessinger. Fiquei muito feliz, pois acho que o disco ficou muito bom e, pra mim, foi uma honra”, orgulha-se.

Confirmando a ideia do show de mesclar as suas diversas fases, Leindecker cantou Iceberg, uma das mais conhecidas do álbum Voz, Violão e Batucada, de 2013. As mais pedidas pela plateia, O Amanhã Colorido e Pinhal, foram tocadas duas vezes, sendo que a última contou com uma surpresa que encerrou a noite. O radialista Mr. Pi, que acompanhava o show, “invadiu” o palco e cantou ao microfone junto com o público.

“Afilhado” escolhido pelo Instagram

João Lucchese foi escolhido para abrir o show em Novo Hamburgo. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

Minutos antes da entrada de Duca Leindecker, a plateia foi recepcionada pelo músico João Lucchese, em seu projeto Sr. Quase. Ainda gravando seu primeiro álbum, Lucchese se considera novato no mercado musical, apesar de já atuar há 11 anos com música. “O Duca me deu essa oportunidade, viu meu som na internet. Poucos artistas fazem o que ele fez por mim hoje”, agradece.

O artista, de Novo Hamburgo, foi escolhido para abrir o show de forma inesperada: através do Instagram. “Vi a agenda dele e comentei ‘Pô, bem que podia colocar um artista da cidade pra abrir’. Na mesma hora, ele topou”, lembra. Descontraído, Leindecker elogiou o trabalho do artista. “A música do cara é muito bacana. Ele comentou, eu ouvi as músicas dele e disse ‘Bora lá’”, enfatizou.

Cumplicidade necessária

Durante a noite, Duca contou com a presença da família, que o assistiu da plateia. A música Menina, tocada no piano, foi dedicada à filha Laura, que acompanhava o show com a mãe, Manuela D’Ávila. Ainda no camarim, o músico falou sobre a cumplicidade no cuidado da filha do casal. “A Laurinha está sempre com a gente. Nos esforçamos para um cobrir ao outro, como eu acho que tem que ser um pai e uma mãe”, comentou.

Músico tocou a “Menina” no piano, dedicada à filha Laura. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

No show, ele também citou o lançamento do livro da esposa, chamado Revolução Laura, que traz reflexões sobre maternidade, abordando os primeiros anos da filha junto da vida política de Manuela. “Acredito que ele (o livro) seja muito importante para as mulheres, para as mães e para as crianças. É muito legal batalhar pelos espaços das crianças. Elas são muito discriminadas na sociedade”, encerrou Duca.

Apresentação encerrou com coro da plateia em “Pinhal”. (Foto: Jéssica Santos/Beta Redação)

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