Ingresso no ensino superior gera expectativas sobre mercado de trabalho

Jovens que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio traçam paralelos entre qualificação e melhores posições em suas futuras profissões

Alessandro Garcia
Redação Beta
3 min readNov 14, 2018

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Jovens relacionam maior graduação à melhores salários e postos de trabalho (Foto: Freepik/Reprodução)

Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, o ensino superior tem um peso a mais na decisão do contratante. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a Pnad, referentes ao terceiro trimestre deste ano, apontam que quanto maior a qualificação, menor a taxa de desocupação. Sob esse prisma, a Beta Redação quis ouvir de estudantes que realizaram o ENEM neste ano, qual a relação que fazem entre qualificação e mercado de trabalho.

A Pnad revelou que pessoas com ensino superior completo ou equivalente, fazem parte da força de trabalho com menor taxa de desocupação. Enquanto o grupo de pessoas com ensino médio incompleto ou equivalente apresentam o índices mais elevados.

Como pensam os estudantes?

Karen Raquel Possebom, 18 anos, pretende, com sua nota do ENEM, ingressar no curso de Psicologia. Ela avalia que a exigência técnica da profissão que pretende seguir é alta. “Participei de feiras de profissões onde pude ter contato com profissionais da área. Com eles pude esclarecer dúvidas sobre o mercado de trabalho, ramos de atuação e, até mesmo, sobre as possibilidades de empreender dentro da profissão”, comenta Karen.

A jovem, que no momento cursa o último ano do ensino médio, divide-se entre os estudos e o estágio como arte-finalista em meio período na empresa de sua família. Ela ressalta a importância que atribui ao ensino superior no que diz respeito à colocação no mercado de trabalho: “acredito que uma formação superior é fundamental para qualquer profissional que almeje bons empregos. Na área que pretendo atuar, a psicologia, é indispensável. E mesmo depois de formada, sei da necessidade de constante atualização”.

Eliéser Júnior Silva, 20, realizou pelo segundo ano o exame. Ele conta que logo ao concluir o ensino médio, em 2017, optou por dar sequência no curso de nível técnico em Informática, que vinha cursando em paralelo. A formação técnica já lhe possibilitou o ingresso no mercado de trabalho em imediato, porém pleitear avanços em sua carreira, exige, de início, o ingresso no ensino superior.

“Cheguei num ponto em que uma graduação superior em Tecnologia da Informação é indispensável. Esse ramo é muito exigente quanto à qualificação. Também é um mercado de trabalho competitivo, onde a alta demanda de mão de obra filtra os profissionais com níveis mais elevados de experiência e maior grau de graduação”.

Giulia Sales Mammarella, 17, fez o Enem pela primeira vez. A jovem encarou como um teste para potencializar seu aproveitamento em 2019, ano em que de fato estará apta a ingressar no ensino superior. Atualmente, ela cursa o segundo ano do ensino médio e, ainda, atua como estagiária no setor de atendimento de uma empresa do ramo de planos de saúde. A estudante observa, dentro da própria empresa em que está vinculada, que os maiores cargos, assim como a maioria das vagas disponíveis, são destinadas a profissionais com ensino superior completo.

“Tenho afinidade com o setor de Recursos Humanos da empresa, e a relação entre formação e exigências para vagas de emprego é assunto que já questionei meus colegas do setor. Com toda certeza, o ensino superior é fundamental para acessar melhores posições e salários, e não deve ser diferente em outras empresas”, afirma Giulia.

Apesar de no momento ainda não ter decidido exatamente qual graduação deverá cursar, Giulia tende para profissões relacionadas ao setor administrativo. Ela ressalta sua expectativa de que o ensino superior lhe proporcione cargos com boa remuneração no futuro. “Acredito que minha independência financeira passará, com certeza, pelo ensino superior que, por consequência, será resultado de uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio” — enfatiza.

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