Estudo e paciência, requisitos para investir na Bolsa de Valores

Conheça alguns aspectos básicos desse tipo de aplicação financeira

Arthur Marques
Redação Beta
4 min readJul 3, 2019

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Com Juan Gomez e Ulisses Machado

(Foto: Rawpixel/Freepik)

A Bolsa de Valores desperta inúmeras dúvidas para quem não é familiarizado com o mercado financeiro. No Brasil, a cultura de investimentos ainda é pouco fomentada: seja por medo, baixa renda ou falta de conhecimento, menos de 1% da população brasileira investe em ações. O número foi revelado por uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada em março de 2016.

Criador de conteúdo em uma conta pessoal do YouTube Caju Freitas explica que a Bolsa de Valores é um mercado extremamente criterioso e organizado. “É onde são negociadas, com regras definidas, as ações de empresas que detenham capital aberto e também outras espécies de valores mobiliários”. Ele acrescenta que a fiscalizadora da bolsa é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Caju explica que a Bolsa não serve apenas para comprar e vender ações. “Além das ações de empresas, o investidor poderá negociar outros inúmeros ativos”, declara. Por exemplo, os Fundos Imobiliários, que representam investimentos em imóveis listados em bolsa, também podem ser adquiridos e registram aumento do lucro líquido nos últimos anos.

Apenas as empresas que têm aberto capital (quando permite-se que terceiros adquiram parte da empresa comprando ações) podem vender ações na Bolsa. “As empresas que desejam abrir capital devem ser submetidas a um rigoroso filtro da CVM, explica.” Cumpridas tais exigências, é possível fazer a Oferta Pública Inicial (conhecida pela sigla inglesa IPO) permitindo aos investidores adquirir as ações da nova empresa na Bolsa.

O movimento da Bolsa influencia muito na economia de um país. Conforme Caju, os países que almejam uma economia forte devem ter um grande número de empresas com capital aberto. “Quanto mais empresas abrirem capital, mais crescimento o país terá. Nesse cenário, as empresas investirão em crescimento de seus negócios, acarretando um aumento de empregos, maquinários, matéria-prima”, exemplifica. Para ele, a Bolsa de Valores é essencial ao crescimento de qualquer país.

Representando a empresa Fundamenta Investimentos, Vinícius Sesti explica que mudanças como a reforma da Previdência, por exemplo, podem ter efeitos na Bolsa e, consequentemente, na economia. “Um país que passa por momentos de crise e incerteza, com aumento de inflação, diminuição do consumo, diminuição dos lucros da empresa, entre outros fatores, afeta negativamente a Bolsa, fazendo com que os valores das ações caiam. Por outro lado, quando positivo o cenário, e de crescimento, a Bolsa reage positivamente”, ressalta.

O que é o índice Bovespa?

O Ibovespa é um indicador do desempenho das ações comercializadas. Vinícius Sesti explica: “É uma carteira de ações, hipotética, onde entram as ações mais comercializadas nos últimos doze meses”.

O índice foi criado para tentar resumir, em um só número, o comportamento geral dessas ações no Brasil. “Estima-se que 75% das empresas que compõem o índice são consideradas boas para se investir. Como o critério geral é a liquidez podem existir ações de empresas ruins que prejudicam a fidelidade do índice. O ideal é o investidor não ir atrás do Ibovespa para ter bons resultados. Mas estudar e investir em ações de boas empresas para o longo prazo e permanecer nelas enquanto estiverem boas”, conclui.

Quero investir. Como faço?

Para investir é importante que o pequeno investidor (pessoa física) estude bastante a bolsa até ingressar no mercado. “O índice de sobrevivência na Bolsa é algo em torno de 5%, tendo em vista que a esmagadora maioria entra no mercado esperando ganhos rápidos e fáceis, sem estudar o assunto ou por seguir dica de terceiros que não a dominam”, ressalta Caju. Ele continua: “O segredo é não se achar mais esperto do que os outros e economizar todos os meses. Veja os investimentos como uma consequência de uma vida disciplinada e de muito estudo. Invista no longo prazo”, diz.

Riscos ao investir

Quanto aos riscos desse tipo de investimento, Caju ressalta que o retorno é proporcional ao risco. “Não existe retorno garantido nos investimentos. Sempre se deve diversificar em vários ativos: ações de boas empresas, imóveis, renda fixa. Assim, se algum investimento der errado, os demais irão suportar a perda”. Ele observa que arriscado é investir em poucos ativos. “Existe uma frase que gosto muito: ‘risco ilimitado é proporcional a perda’. Todo aquele que se colocar em um risco que não sabe medir ou suportar, mais cedo ou mais tarde irá perder tudo”, finaliza.

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